Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)
Ade Maleu Lapa-el – Começamos essa série com a cearense Rachel de Queiroz.
Papa – A escritora e jornalista Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza no dia 17.11.1910, com cinco anos de idade mudou-se para o Rio de Janeiro com a família. Registros indicam que tal mudança ocorreu por força da terrível seca de 1915, tema central do seu principal livro “O quinze”, escrito em 1930. A permanência no sudeste e com agem por Belém (PA), dura em torno de cinco anos uma vez que em no início da segunda década do século ado a escritora já estava de volta ao seu Ceará.
Em 1937, sob acusação que seria comunista, Raquel de Queiroz foi alcançada pelo terror de ditadura Vargas ao ser presa e nesta condição ou em torno de dois anos. Ao integrar o Conselho Federal de Cultura e Diretório da Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido político de sustentação do regime, muitos alegam sua adesão ao sistema, prefiro não rotular uma MULHER VENCEDORA em função de tudo que contribuiu para nossa cultua.
A seguir transcrevo relação de obras publicados pela autora cearense: “Romances: O Quinze, 1930 – João Miguel, 1932 – Caminho de Pedras, 1937 – As três Marias, 1939 – Dora, Doralina, 1975 – O galo de ouro, 1985 – Memorial de Maria Moura, 1992; Peças de teatros: Lampião, 1953 – A beata Maria do Egito, 1957 – Teatro, 1995; Crônicas A Donzela e A Moura Torta, 1948 – 100 Crônicas Escolhidas, 1958 – O brasileiro perplexo, 1964 – O Caçador de Tatu, 1967 – As menininhas e outras crônicas, 1976 – O jogador de sinuca e mais historinhas, 1980 – As terras ásperas, 1993 – Falso Mar, Falso Mundo, 2002; Literatura infantojuvenil: O Menino Mágico, 1967 – Cafute e pena-de-prata (1986).
Além do sucesso de “O quinze” que narra a história de Chico Bento e sua família vitimados pela grande seca são obrigados a migrar inicialmente para o litoral nordestino e posteriormente para São Paulo. Esse fenômeno migratório acontece até os dias atuais fato que reforça o caráter atemporal da publicação, é portanto um livro que cita situações que duram mais de cem anos “Memorial de Maria Moura” foi adaptado para televisão em seriado de grande aceitação pelo público e pela crítica.
Pela versatilidade e características da sua obra recebeu merecidamente vários prêmios, a frase a seguir transcrita nos remete a uma profunda reflexão: “Fala-se muito na crueldade e na bruteza do homem medievo. Mas o homem moderno será melhor?”. Para este cronista a escritora e jornalista Raquel de Queiroz merece o topo.