Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)
Ade Maleu Lapa-el – Hoje destacaremos Itamar Franco.
Papa – Itamar Augusto Cautiero Franco nasceu a bordo de um Ita da Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro na costa baiana, à altura de Porto Seguro, em 29.06.1930. Esta é a data indicada por Ivanir Yazbeck no livro “O real Itamar – Uma biografia”. Existem outros apontamentos com datas diferentes desta. Em consonância com as leis marítimas foi registrado em Salvador (BA). Para o mundo político, em função da residência em Juiz de Fora (MG), é considerado mineiro.
Transcrevo a seguir síntese do livro “Quem foi quem na Constituinte” por entender que representa muito bem o perfil de Itamar Franco: “Parlamentar atuante, é um dos senadores mais progressistas. Em sua atuação na Constituinte apoiou os pleitos dos movimentos sindicais e populares. No plano econômico é nacionalista e votou a favor da proteção da empresa nacional, da nacionalização do subsolo e da reforma agrária. Parlamentarista, disse sim à participação popular e ao direito do voto aos 16 anos”.
Foi prefeito de Juiz de Fora, por dois mandatos; senador, por três oportunidades, governador de Minas Gerais, vice-presidente e presidente da República, após impedimento de Fernando Collor. Foi filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), Partido Liberal (PL) e Partido da Reconstrução Nacional (PRN). Deste último desfiliou-se ao discordar de medidas adotadas por Collor no campo econômico-financeiro.
Conhecedor do solo escorregadio do Planalto Central, ao assumir a Presidência da República, trouxe para perto de si pessoas de sua extrema confiança. Por isto e pelo “temperamento mercurial” sofreu boicote da grande mídia. Teve a coragem de agir contra os desmandos istrativos do antecessor e o processo inflacionário da época. Como patrono do Plano Real deu um basta na inflação. Apesar de ser alertado por amigos assumiu o risco da candidatura do príncipe FHC como seu sucessor sendo por ele foi traído. Coisas da política.
O que busco aprender com o dono da ‘República de Juiz de Fora’: “Coerência, ética, coragem de assumir posições que julga corretas para o momento, defesa das riquezas do Brasil…”. Tive o privilégio de votar nele para Governador de Minas na eleição de 1988, na época trabalhava em Itanhomi (MG).