Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)
Ade Maleu Lapa-el – Vamos dar atenção hoje para paulista Zélia Gattai.
Papa – Zélia Gattai, filha de imigrantes italianos e escritora, nasceu em São Paulo (SP), no dia 02.07.1916, seus pais Angelina e Ernesto fizeram parte do grupo fundador da famosa “Colônia Cecília” na qual italianos pretendiam introduzir princípios anarquistas em nosso país.
Participou ativamente junto com outros imigrantes europeus de movimentos políticos que reivindicavam melhores condições de trabalho e direitos dos trabalhadores, conviveu com os intelectuais da época, destaque para Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Rubem Braga, Carlos Lacerda, Vinicius de Moraes, etc. Aos dezenove anos casou com Aldo Veiga, militante comunista. O primeiro filho do casal, nascido no início da década de 1940 recebeu o nome de Luís Carlos uma homenagem a Luís Carlos Prestes.
Já separada do esposo em 1945 conheceu Jorge Amado em evento realizado na cidade de São Paulo, dedicado a Luís Carlos Prestes, recém saído da prisão. Zélia irava o escritor baiano de quem havia lido parte da obra. Uniram-se em seguida. Sobre o primeiro encontro a escritora falou no discurso de posse na Academia Brasileira de Letras (ABL), assim falou: “De mim ele não sabia nada, nem podia saber porque eu era apenas uma simples desconhecida, sem nenhuma credencial. Ele também não sabia que eu possuía uma estrela que o pa em meu caminho”.
Com a cancelamento do registro de Partido Comunista Brasileiro (PCB), em 1947, pelo qual Jorge Amado havia sido eleito deputado federal pelo estado paulista e a consequente expulsão do parlamento, Jorge Amado viajou para Europa. No ano seguinte Zélia foi ao encontro do marido e como ele residiu em Paris e Praga. Ao retornarem ao Brasil residiram no Rio de Janeiro e em Salvador.
Ser apenas esposa de Jorge Amado era pouco para esta MULHER VENCEDORA, por isto em 1979 estreou na literatura com “Anarquistas graças a Deus”. Livro de memórias que narra sua infância. Não parou mais, do da final da década de 1970 até 2006 lançou mais de quinze livros, recebeu prêmios, viu seu primeiro livro de ser traduzido em vários idiomas e virar séria de TV. Foi eleita para Academia Brasileira de Letras (ABL), assumindo a cadeira que pertenceu ao “Amado” esposo. A “Casa do Rio Vermelho”, onde moraram é ponto turístico em Salvador, nela se respira muita liberdade e cultura.