Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)
Ade Maleu Lapa-el – Dom Helder é o líder a ser destacado hoje, fale-nos sobre ele.
Papa – Helder Pessoa Câmara nasceu na capital do estado do Ceará no dia 07.02.1909, aos quatorze anos entrou para o Seminário Diocesano de Fortaleza onde recebeu a ordenação sacerdotal em 15.08.1931. Tendo como base os preceitos da ordem sobre o combate ao comunismo caminha ao lado da Ação Integralista, tese que abandona por adesão total ao chamado da igreja.
No ano de 1936 é chamado à Capital Federal e no Rio de Janeiro, antes e depois da ordenação episcopal ocorrida em 20.04.1952, construiu sua magnifica obra em favor dos menos favorecidos. Participou ativamente da Ação Católica; do movimento histórico do Ano Santo de 1950; da criação da Cruzada São Sebastião e Banco da Providência; da criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da qual foi o primeiro Secretário-geral. Em 12.03.1964 foi designado arcebispo de Olinda e Recife, Pernambuco, onde residiu até ser levado para junto do Jesus.
As frases a seguir transcritas, ao meu juízo de valor, sintetizam o pensamento de Dom Helder: “As pessoas são pesadas demais para serem levadas nos ombros. Levo-as no coração – Não me dou a penitências. Com todo respeito que me merecem os santos, não sou homem de autoflagelações… Não há penitência melhor do que aquela que Deus coloca em nosso caminho – O amor é o perfume das almas – Há criaturas como a cana: mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura – “Carnaval é a alegria popular. Direi mesmo, uma das raras alegrias que ainda sobram para a minha gente querida – Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto porque eles são pobres, chamam-me de comunista”.
Em minha avaliação a pressão que os governos militares exerceram sobre os membros da comissão que outorga o Prêmio Nobel da Paz para evitar uma premiação para Dom Helder é mais repugnante do que o silêncio a ele imposto. De uma coisa tenho certeza plena: O silêncio de Dom Helder tinha mais repercussão do que os gritos dos quartéis.
O que busco aprender com a obra do nosso eterno arcebispo: “O olhar advindo da alma sobre a cidade e as pessoas; dedicação total para causa dos pobres; devoção total pela igreja que defendia com aderente aos ensinamentos de Cristo; humildade; coragem…”.
Onde estiver Dom Helder está interferido pelo bem coletivo, pela paz e justiça social, pelo enfrentamento às injustiças e pelo amor ao próximo.