Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)
Ade Maleu Lapa-el – Vamos falar sobre o mineiro José Alencar.
Papa – José Alencar Gomes da Silva nasceu no dia 17.10.1931 na zona da mata mineira em Itamuri – “Rio das Pedras”, distrito de Muriaé. Em busca de melhores condições de vida percorreu com a família várias cidade de interior de Minas Gerais. Trabalhou em tudo, estudou pouco e com um tino comercial e habilidades de grande vendedor virou empresário, provou que política tem lugar para gente séria e honesta.
Em 1950 criou sua primeira empresa “A Queimadeira”, na cidade de Caratinga (MG). Posteriormente vendeu o empreendimento e transitou nas áreas de atacado de cereais, indústria de macarrão até encontrar a atividade econômica ligada a confecções. Nesse ramo de negócio construiu o Grupo Coteminas em Montes Claros (MG). Diversificou e expandiu para o Nordeste com plantas no Rio Grande do Norte e Paraíba. Como membro da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) e Confederação Nacional das Indústrias (CNI) combateu os parasitas do setor industrial. Tinha clareza que incentivos fiscais eram recursos destinados prioritariamente ao Desenvolvimento Regional e geração de riquezas e não somente para enriquecimento de empresários como pensam os sanguessugas com pele de empreendedores.
Foi filiado do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), Partido Liberal (PL) e Partido Republicano Brasileiro (PRB), foi eleito senador pelo Estado de Minas Gerais, vice-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva e exerceu o cargo de Ministro da Defesa. Em sua carreira política foi traído duas vezes pelo seus pares do PMDB. A primeira quando disputou a eleição para Governador em Minas Gerais em 1994 e na disputa para presidente do Senado em 2001 quando perdeu para Ramez Tebet.
Muitos analistas consideram que a inclusão do nome de José Alencar na chapa das eleições presidenciais de 2002 e 2006 foi decisiva para vitória. Poucos negam esta importância. Uma coisa é certa, o político mineiro ao assumir o vice-presidência não se encantou com o Poder. Foi crítico da política de juros implementada pelo dupla Palocci e Meireles, foi extremamente leal ao presidente em momentos difíceis, destaque para a crise do Mensalão e escolha de Dilma como sucessora.
O que busco aprender com José Alencar: “Coerência, lealdade, bravura na luta com o câncer, compromisso com o desenvolvimento regional e respeito aos acordos feitos, capacidade de assumir risco e reclamar na hora certa…”. Faz muita falta.