Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)
Ade Maleu Lapa-el – Vamos destacar hoje o Barão de Mauá.
Papa – Irineu Evangelista de Sousa, nasce em Arroio Grande (RS), em 28.12.1813, comerciante, industrial e banqueiro. Criou um império particular durante o período que a história classifica como segundo império.
Muito jovem, após a morte do pai, migrou para o Rio de Janeiro e aos onze anos começou trabalhar como balconista. Seu estilo baseado na proatividade trouxe-lhe destaque junto aos pares. Aos dezenove anos já estava trabalhando numa empresa de importação de um escocês. Com o patrão aprendeu inglês e fez aflorar seu tino de empresário. A prova do seu destaque é que se tornou sócio do empreendimento e ou a criar alternativa para seu grande sonho direcionado para atração de investimentos externos que promovessem o desenvolvimento do Brasil e redução da dependência total em relação aos países centrais.
Antes de completar quarenta anos deu início a sua cruzada como pioneiro em vários setores. Seus empreendimentos nas áreas de transporte, fundição de ferro, navegação, estaleiro, banco, agropecuária e/outros extrapolaram os limites do Rio de Janeiro, capital à época. Construiu a primeira linha férrea da América do Sul. Este ímpeto empresarial lhe rendeu o título de “Empresário do Império”.
Esta impetuosidade e os traços ideológicos em direção a um liberalismo que defendia menor poder do estado, fim da escravidão constituíram-se em embaraços junto a figuras do império, produtores de café e outros que viam ameaças aos seus interesses. Coisas do Brasil de hoje e daquele tempo. Vinculado ao Partido Liberal foi deputado geral pelo Rio Grande do Sul. Desligou-se da política para cuidar dos negócios. Filmes, documentários e biografias sobre o Barão de Mauá dão ênfase as suas habilidades como empresário e pouco destacam seu papel na política. Fica claro que os boicotes nunca significaram motivos para desistência. Foi de fato um brasileiro que defendeu a inserção do Brasil no mundo desenvolvido e por isto pagou muito caro. Os entreguistas e os interesses externos venceram um guerreiro.
O que busco aprender com o pioneiro Barão de Mauá: “Capacidade de ver oportunidade onde os normais viam dificuldades, habilidade para criar negócios, inquietude com a condição do Brasil perante o mundo, fixação em ações…”. O Brasil tem o hábito de valorizar pouco quem defende o país e enaltecer os traidores entreguistas.