Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)
Ade Maleu Lapa-el – Fale-nos sobre o poeta Lino Pedra Azul.
Papa – Lino Pedra Azul de Lima, nasceu em Monteiro (PB), a segunda cantoria que assisti em minha vida foi com este poeta em companhia de Pinto de Monteiro. Integrou a velha guarda da cantoria. A primeira estrofe abaixo retirei do livro “De repente Cantoria” de Geraldo Amâncio e Vanderlei Ferreira, as demais foram, retiradas do livro “Poetas Encantadores”, de Zé de Cazuza, que falam sobre pessoas e fatos regionais assim como dos seus impactos em suas vidas. Verdadeiras crônicas do cotidiano.
Pinto acabou com Zé Duda
E Marinho de São José.
Fez Mergulhão ficar rouco
Endoideceu Josué.
Vocês se enganam de besta
Mas eu sei Pinto quem é..
É muito ingrata a pessoa
Que a sua mão estende
Para prender uma ave
Além de prendê-la, vende.
Em vez do preso ter crime
O criminoso é quem prende.
Mora na propriedade
Que foi de Antônio Fumeiro.
Um homem que gastou tudo
Com mulher e cangaceiro.
Depois dessa extravagância
Morreu de esmola em Monteiro.
Quem é que foi João Modesto
Velho de barriga cheia
E hoje na casa alheia
Come quando sobra um resto
O seu prazer manifesto
Cedo desapareceu
Até a vista perdeu
Hoje está cego de guia
O HOMEM NASCE E SE CRIA
SEM SABER PRA QUE NASCEU.
Eu conheci um prefeito
Aqui neste município
Que trabalhou a princípio
Fazendo tudo direito
Caiu, não foi reeleito
Ficou do povo esquecido
Hoje fora do partido
Só anda marchando atrás
QUEM JÁ FOI E NÃO É MAIS
ERA MELHOR NÃO TER SIDO.