22 – NA SEXTA UMA CESTA DE VERSOS

Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)

Ade Maleu Lapa-el – Fale-nos sobre o poeta Lino Pedra Azul.

Papa – Lino Pedra Azul de Lima, nasceu em Monteiro (PB), a segunda cantoria que assisti em minha vida foi com este poeta em companhia de Pinto de Monteiro. Integrou a velha guarda da cantoria. A primeira estrofe abaixo retirei do livro “De repente Cantoria” de Geraldo Amâncio e Vanderlei Ferreira, as demais foram, retiradas do livro “Poetas Encantadores”, de Zé de Cazuza, que falam sobre pessoas e fatos regionais assim como dos seus impactos em suas vidas. Verdadeiras crônicas do cotidiano.

Pinto acabou com Zé Duda

E Marinho de São José.

Fez Mergulhão ficar rouco

Endoideceu Josué.

Vocês se enganam de besta

Mas eu sei Pinto quem é..

É muito ingrata a pessoa

Que a sua mão estende

Para prender uma ave

Além de prendê-la, vende.

Em vez do preso ter crime

O criminoso é quem prende.

Mora na propriedade

Que foi de Antônio Fumeiro.

Um homem que gastou tudo

Com mulher e cangaceiro.

Depois dessa extravagância

Morreu de esmola em Monteiro.

Quem é que foi João Modesto

Velho de barriga cheia

E hoje na casa alheia

Come quando sobra um resto

O seu prazer manifesto

Cedo desapareceu

Até a vista perdeu

Hoje está cego de guia

O HOMEM NASCE E SE CRIA

SEM SABER PRA QUE NASCEU.

Eu conheci um prefeito

Aqui neste município

Que trabalhou a princípio

Fazendo tudo direito

Caiu, não foi reeleito

Ficou do povo esquecido

Hoje fora do partido

Só anda marchando atrás

QUEM JÁ FOI E NÃO É MAIS

ERA MELHOR NÃO TER SIDO.