25 – LÍDERES QUE ME INSPIRAM – DIAS GOMES

Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)

Ade Maleu Lapa-el – Nesta data vamos falar sobre o baiano Dias Gomes.

Papa – Alfredo de Freitas Dias Gomes nasceu em Salvador (BA), no dia 19.10.1922, começou cedo sua carreia de dramaturgo. Aos quinze anos escreveu “A Comédia dos Moralistas” e aos vinte anos como a peça “Pé de Cabra” estreou como profissional, esta produção foi censurada pela ditadura Vargas.

Seus textos ganharam vida nas ondas das rádio Pan-Americana, Tupi, Tamoio, Nacional e Clube do Brasil, desta última foi demitido por força das perseguições que sofreu por ser filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB).

No final dos anos 1950 e começo dos anos 1960 viu a peça “O pagador de Promessas” alcançar grande sucesso, ser levada ao cinema pelas mãos de Anselmo Duarte. Em 1962 este filme ganhou a “Palma de Ouro” em Cannes e entrou para história cinematográfica do Brasil ao ser a primeira produção brasileira do gênero indicada para o “Oscar”.

Por força do Ato Institucional número 1 foi demitido da Rádio Nacional, o golpe de 1964 censurou ao extremo os seus textos teatrais. Após agem pela revista “Civilização Brasileira” foi contratado pela TV Globo onde produziu fantásticas novelas e seriados. Como pequena amostra destacamos: “Bandeira 2”; “O Espigão”; “Saramandaia”; “Noivas de Copacabana”; “O Bem Amado” e “Roque Santeiro”, adaptação de “O Berço do Herói”, censurada pelo Regime Militar. Esta produção, na versão de 1985 contou com a parceria de Agnaldo Silva.

Dais Gomes é um dos mais premiados autores brasileiros, integrou a Academia Brasileira de Letras. Sua produção é entendida como uma obra alicerçada na crítica social, política e religiosa; valorização da cultura popular; apologia à liberdade; oposição ao autoritarismo. Com estas marcas criou personagens que entraram para história, aqui destacamos: “Zé do Burro, Odorico Paraguassu, Dirceu Borboleta, Zeca Diabo, as irmão Cajazeiras, Zé das Medalhas, etc.”

O que busco aprender com o famoso baiano Dias Gomes: “Identificação com a temática regional, linguagem popular, sátira, coragem para enfrentar críticos e censores, defesa da cultura popular…”. A pobreza dos textos dos diálogos nas produções atuais demonstram quanta falta faz e esposo de Janete Clair.