25 – NA SEXTA UMA CESTA DE VERSOS

Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)

Ade Maleu Lapa-el – Sobre o poeta cearense Louro Branco o que nos tem para contar?

Papa – Francisco Maia de Queiroz, o Louro Branco, nasceu na Vila Feiticeiro, em Jaguaribe (CE), no dia 02.09.1943. improvisador fantástico, poeta de alta linhagem. Cantando derrubou a tese que “a pressa é inimiga da perfeição”. Com a rapidez de um relâmpago assustou muitos oponentes com estrofes perfeitas. Entre os ingredientes naturais na sua poética, podemos destacar a capacidade de sintetizar e o humor. As estrofes abaixo foram tiradas do livro “De repente cantoria” do poeta Geraldo Amâncio e do jornalista Vanderley Pereira.

Quando um casal não se entende

Tem uma guerra no quengo.

Ele escuta cantoria,

Ela assiste mamulengo.

Ele só torce Palmeiras

Ela só torce Flamengo.

Na figura da sereia

Um grande segredo ocorre

Durante a noite ela voa

Durante o dia ela corre

Não casa, não se amanceba

Não fica velha nem morre.

Esse troço que ele traz

Tem teta e tem caracol.

A ponta e ver um espada

O cabo é ver um anzol

No inverno é guarda-chuva

E no verão guarda-sol..

Na TV tem serenata

Até da gota serena.

Tem Piquet, Airton Senna

Tem mentira, tem bravata.

Tem “Cabaré do Batata”

Cursos, jantar, cortesia,

Comercial, loteria…

Entrevista até com o cão

PORQUE A TELEVISÃO

NÃO DIVULGA CANTORIA?

Só novela imoral

Ou violência cruel.

Tem “Barriga de aluguel”

Ainda tem “Meu bem, meu mal”.

Só não tem é Juvenal

Geraldo, nem Ventania

Daudeth nem Zé Maria

Louro Branco e Azulão

PORQUE A TELEVISÃO

NÃO DIVULGA CANTORIA?