Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)
Ade Maleu Lapa-el – Sobre o poeta cearense Louro Branco o que nos tem para contar?
Papa – Francisco Maia de Queiroz, o Louro Branco, nasceu na Vila Feiticeiro, em Jaguaribe (CE), no dia 02.09.1943. improvisador fantástico, poeta de alta linhagem. Cantando derrubou a tese que “a pressa é inimiga da perfeição”. Com a rapidez de um relâmpago assustou muitos oponentes com estrofes perfeitas. Entre os ingredientes naturais na sua poética, podemos destacar a capacidade de sintetizar e o humor. As estrofes abaixo foram tiradas do livro “De repente cantoria” do poeta Geraldo Amâncio e do jornalista Vanderley Pereira.
Quando um casal não se entende
Tem uma guerra no quengo.
Ele escuta cantoria,
Ela assiste mamulengo.
Ele só torce Palmeiras
Ela só torce Flamengo.
Na figura da sereia
Um grande segredo ocorre
Durante a noite ela voa
Durante o dia ela corre
Não casa, não se amanceba
Não fica velha nem morre.
Esse troço que ele traz
Tem teta e tem caracol.
A ponta e ver um espada
O cabo é ver um anzol
No inverno é guarda-chuva
E no verão guarda-sol..
Na TV tem serenata
Até da gota serena.
Tem Piquet, Airton Senna
Tem mentira, tem bravata.
Tem “Cabaré do Batata”
Cursos, jantar, cortesia,
Comercial, loteria…
Entrevista até com o cão
PORQUE A TELEVISÃO
NÃO DIVULGA CANTORIA?
Só novela imoral
Ou violência cruel.
Tem “Barriga de aluguel”
Ainda tem “Meu bem, meu mal”.
Só não tem é Juvenal
Geraldo, nem Ventania
Daudeth nem Zé Maria
Louro Branco e Azulão
PORQUE A TELEVISÃO
NÃO DIVULGA CANTORIA?