Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)
Ade Maleu Lapa-el – Sobre o treinador Telê Santana o que podemos destacar?
Papa – Telê Santana da Silva nasceu em Itabirito (MG), em 26.07.1931, considerado por muitos analistas como um dos maiores treinadores do futebol pela capacidade de por meio dos fundamentos do futebol elevar o estágio dos seus comandados para o nível mais alto no universo esportivo. Na visão de Telê o homem, o cidadão e o atleta caminhavam juntos. Como atleta atuou no Itabirense Esporte Clube, América de São João Del-Rei, Fluminense, Guarani de Campinas, Madureira e Vasco da Gama. Relacionar os títulos que ganhou como atleta e treinador é missão impossível neste espaço. Seu maior destaque ocorreu no São Paulo, onde ganhou praticamente tudo. Na seleção não conseguiu os títulos mundiais em 1982, na Espanha e 1986, no México, mas, é tido como treinador de uma das melhores Seleções do mundo. A falta do título na Copa da Espanha entrou para o folclore futebolístico como uma das maiores injustiças de todos os tempos.
Das frases a seguir podemos extrair a essência do pensamento do treinador mineiro: “Eu gosto de futebol, se tiver uma pelada na rua eu paro pra ver”. – “Atingir a perfeição é impossível, mas aproximar-se cada vez mais dela, não”. – “Futebol é arte, diversão, sem chutão pra frente”. – “Se jogador do meu time faz falta por trás, ou entra pra quebrar o adversário, o juiz não precisa nem expulsar, eu mesmo o tiro do campo”. – “Se for pra mandar meu time matar a jogada, dar ponta pé no adversário ou ganhar com gol roubado, prefiro perder o jogo”. Esta linha de pensamento não encontra guarida no cenário atual do futebol em todo mundo.
Transcrevo as avaliações abaixo, feitas por Cerezo e Muricy, espelham muito bem o merecido título de “mestre”: “Telê participa da minha vida desde os 13 anos. Era uma pessoa que falava pouco, ficava mais na dele, mas sempre que o fazia, tinha a atenção de todos por sua sabedoria. O que mais procuro usar na minha carreira de treinador é a disciplina, e a importância dela foi o Telê que me ou” e “Deixou um modelo diferente para os técnicos do Brasil com muita ética, seriedade e determinação. É o caminho que decidi seguir, aprendi com ele a cumprir a palavra. Ele era assim, um homem na melhor acepção”.
O que busco aprender com o “Fio de Esperança” do Fluminense: “Dignidade, coerência, capacidade de influenciar comandados, perfeição dos atos no mundo imperfeito do futebol, liderança, dedicação”. Obrigado mestre Telê…