Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)
Ade Maleu Lapa-el – Sobre o Retumbão, diga-nos quais as informações dispomos.
Papa – Esta é mais uma dança típica que integra a rica cultura da região de Bragança no estado do Pará. Poderíamos dizer que assim como a quadrilha faz parte das diversas danças das festas juninas do Nordeste, o retumbão segue essa característica como uma das danças da marujada. Fontes confiáveis indicam que o nome teve origem no fato que os tambores utilizados em sua execução “retumbavam” numa altura que eram ouvidos de longa distância, desta retumbância nascia o nome de manifestação cultural.
Como parte integrante da marujada esta dança leva alguns autores do folclore do Norte a afirmar que o Retumbão é dança favorita dos praticantes da marujada.
Na sua execução percebe-se alguns traços da dança do lundu, no entanto as evolução coreográficas do Retumbão lhe asseguram um identidade própria. Caso tenha essa derivação podemos afirmar que ganha um formato independente e autônomo. Os músicos que atuam nas performances do Retumbão utilizam tambores grandes e pequenos pandeiros, cuíca, rabeca, viola, cavaquinho e violino.
As marujas praticantes dessa linda dança usam as seguintes vestimentas: blusa de mandrião branco, saia azul ou vermelha, faixa da mesma cor da saia a tiracolo e ostentam uma grande cartola adornada com flores confeccionadas com penas brancas para simbolizar a pomba do Divino Espírito Santo. Os marujos usam branco com faixas azuis ou vermelha na cintura e no braço esquerdo e usam chapéu de palha com flor azul ou encarnada na lapela.
Transcrevemos da música “Retumbão do Caeté”, de autoria de Júnior Soares e Ronaldo Silva: “Retumbão lá do campo do meio/Faz tremer chão de areia da praia/Rezador, tocador de rabeca/No sotaque dos caeteuaras – Lá na praia de Ajuruteua/Escutei maresia embalar/Era o vento ensinando às sereias/O segredo das ondas do mar – Baila vento varrendo as areias/Varre vento marujo de maio/Um balaio de flores candeias/Pela praia galope de balaio”.