40 – NA SEXTA UMA CESTA DE VERSOS

Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)

Ade Maleu Lapa-el – Fale-nos sobre o poeta Sebastião da Silva

Papa – Sebastião José da Silva, paraibano da cidade de Pilõezinhos, nasceu no dia 06.01.1945, mesma data e mês do nascimento do consagrado Louro do Pajeú. Com talento de sobra e uma dicção impecável é um dos recordistas no tocante as premiações em festivais. Com Moacir Laurentino formou uma das mais brilhantes duplas do mundo da cantoria. É autor de belíssimas canções, destaque para “Criança Morta” um ícone no universo da poesia nordestina. Por onde ou deixou legado com os programas radiofônicos de grande sucesso e com os festivais promovidos.

Extraímos as estrofes abaixo do livro “De Repente Cantoria” de Geraldo Amâncio e Vanderley Pereira, neles o poeta do brejo paraibano demonstra sua versatilidade.

Naquela humilde guarida

Eu vivi toda esperança,

Sinto saudade do prato

E da rede que se balança.

O chão inda guarda os rastros

Que eu fiz quando criança.

***

Uns risos como esses seus

São risos que não preciso.

Os lábios rindo por fora

E o coração indeciso.

Guardando a fúria de um lobo

Por trás de um falso sorriso.

***

O meu vero vem da cata

Que a mãe coloca no seio

Que recebeu assustada

De um homem do Correio

Contando todas notícias

Por que seu filho não veio.

***

O dever da santidade

Interviu junto a Jesus

Pra Dom Edmilson Cruz

Alcançar a liberdade

Foi preciso autoridade

Decisão, benemerência,

Oração e paciência

Até dos policiais

FOI PRECISO MUITA PAZ

PRA VENCER A VIOLÊNCIA.

Se ele for pra cidade

Não leva uma vida bela

A vida numa favela

E grande infelicidade

Se ele arranja uma amizade

E parte pro casamento

Quando nascer um rebento

Já é marginalizado

O PÃO DO POBRE É MOLHADO

COM LÁGRIMAS DE SOFRIMENTO.