Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)
Ade Maleu Lapa-el – Nossa pauta hoje será sobre Gregório Bezerra.
Papa – Gregório Lourenço Bezerra, militar e político. Nasceu em as (PE), em 13.03.1900, muitos registros indicam que ainda criança trabalhou com a família no duro labor do cultivo de cana-de-açúcar. Antes de completar dez anos viu morrer seus pais, o pai aos sete e a mãe aos nove anos. Em Recife, para onde mudou-se em busca de melhor condição de vida e com intuito de estudar, enfrentou tudo que um sem teto analfabeto enfrenta. Foi carregador de bagagem na Estação Central, jornaleiro e operário de obras.
Em sua honrosa trajetória ou vinte e dois anos preso em função da ação política. Sua primeira prisão ocorreu quando tinha apenas dezessete anos, ao participar de manifestação em favor de greve geral por direitos trabalhistas no Brasil, sob inspiração da Revolução Bolchevique. ou cinco anos na Casa de Detenção e neste período conheceu Antônio Silvino, o cangaceiro ou a ser seu amigo.
Em 1922 ao sair da prisão resolveu ingressar no exército onde alfabetizou-se e em 1929 ingressou na Escola de Sargento, atuou no Rio de Janeiro como instrutor de Esportes. No início da década de 1930 filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em 1935 participou ativamente do levante militar patrocinado pela Aliança Nacional Libertadora (ANL), no movimento conhecido como “Intentona Comunista”. Pela participação numa ação destinada a tomada de armamentos no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva – OR/Recife, que culminou com uma morte e ferimento de militar da guarnição, foi preso e condenado a vinte e oito anos de prisão.
Ao ser anistiado com o fim do Estado Novo foi eleito deputado constituinte em 1946, pelo PCB. Em 1948, juntamente como demais parlamentares comunistas, foi cassado. Na clandestinidade atuou na formação de núcleos sindicais no Sul e no Centro Oeste, destaque para ações no Paraná e em Goiás. Foi preso após o golpe de 1964 e as cenas das torturas que sofreu nas ruas de Recife e nos porões da ditadura tiraram dele a seguinte frase: “A dor que senti não sei descrever”.
O que busco aprender com Gregório Bezerra: “Coragem, dignidade ao não entregar ninguém sob tortura, luta incansável pela causa que abraçou, capacidade de superação, defesa dos direitos dos trabalhadores do campo…”. A forma que enfrentou seus algozes deram-lhe o direito a ser chamado de o homem “feito de ferro e flor”.