Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)
Ade maleu lapa-el – Fale-nos sobre o carimbó, dança típica da região Norte do Brasil.
Papa – O carimbó, segundo fontes consultadas, foi trazido ao Brasil por escravos africanos e ao ritmo original foram incorporadas influências indígenas e europeias, oriundas principalmente das regiões ibéricas. Desta mistura nasceu uma das mais bonitas manifestações populares que já assisti. Turistas que descem nos aeroportos ou nos portos do Pará e são recepcionados por grupos dançando carimbó ficam apaixonados pela dança, movido por uma força mágica. É inexplicável esse contato e o encantamento que dele é derivado.
Para decifrar a origem da palavra encontramos a seguinte ponderação: A palavra “carimbó” tem origem indígena, na língua tupi korimbó significa “pau que produz som” e é o resultado da junção dos elementos curi, identificado como “pau”, e mbó, cujo significado é “furado”. Muito praticada em todo estado do Pará, nas apresentações dos grupos durante eios de barcos na região, nos restaurantes ou outros lugares mantém a tradição de uma estética única onde mulheres com suas saias coloridas, volumosas e rodadas e as blusas uma cor só e pés descalços. Os homens com roupas mais simples também dançam descalços. Existem algumas variáveis nos estilos: Carimbó praieiro, carimbó pastoril e carimbó rural.
Desde 2014 o carimbó foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil e em 2015 recebeu oficialmente a titulação de Patrimônio Cultural do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.
Mestre Verequete é conhecido como Rei do Carimbó e Pinduca seu maior expoente na música. Do segundo trazemos a letra de “Carimbó do Macaco”: “Eu quero ver, ô, menina eu quero ver/Eu quero ver, você agora embolar/Eu quero ver, ô, menina eu quero ver/O carimbó do macaco/Que eu fiz pra você cantar – É macaco caco macaco/Macaco, macaco au/O macaco ó do macaco/O macaco do macacal – Eu conheço um macaquinho/Que é filho do macacão/Neto do macaco velho/Que mora lá no Sertão”.