“Centrão” articula bloco com 300 deputados para reeleger Lira

Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara dos Deputados.

Líderes de partidos de centro, representantes de 5 das 7 maiores bancadas eleitas para a Câmara, articulam a formação de um bloco com cerca de 300 deputados que, se bem-sucedida, pavimentará a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) à Presidência da Casa e garantirá às legendas o comando de todas as principais comissões.

Em uma videoconferência com representantes do mercado financeiro nesta terça-feira (1º), o líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), afirmou que o “blocão” em discussão seria composto, além da sua própria legenda, por PL, PP, PSD, Republicanos e PSDB. Juntas, somam 301 deputados eleitos.

“Dia 31 mesmo, nós tivemos várias reuniões sobre isso com o presidente da Câmara, que está tentando ser reproduzido no formato de fazer um blocão [que] asseguraria a esses partidos não só a eleição da Mesa Diretora da Câmara como predomínio sobre todas as comissões do Poder Legislativo”, afirmou Elmar na reunião virtual.

Nos últimos meses, houve um princípio de conversa entre o União Brasil e o PP para uma possível fusão, mas a legislação que rege partidos políticos impõe um intervalo mínimo de 5 anos para uma nova junção de legendas — a criação do União Brasil, fruto da fusão dos extintos DEM e PSL, foi aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral em fevereiro de 2022.

Líderes dos partidos também cogitaram formar uma federação, mas desistiram diante da previsão de que haveria dificuldades em alguns Estados com a obrigação de lançar candidaturas únicas a cargos majoritários durante 4 anos os demoveu da ideia.

Fiel da governabilidade

Com o contingente de ao menos 301 deputados, toda e qualquer proposta que o governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quiser aprovar no Congresso teria de ser negociada com o “blocão”.

“Isso não significa dizer que terá qualquer dificuldade [com] a governabilidade. Muito pelo contrário. Acho que [o bloco] tem que estabelecer com o governo uma relação de altíssimo nível, que pressupõe respeito ao Legislativo”, disse Elmar.