05 – NA SEXTA UMA CESTA DE VERSOS

Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)

Ade Maleu Lapa-el – Fale-nos sobre Antônio Nunes de França.

Papa – O poeta Antônio Nunes de França, uma das pessoas mais fidalga que conheci. Nasceu em Alexandria (RN) em 1938. Em conjunto com Juvenal Evangelista dos Santos formou uma das mais fantásticas duplas no mundo da cantoria em emissoras de rádio da região do Jaguaribe, no Ceará.

As estrofes abaixo, de Antônio Nunes de França, recebi do poeta e amigo Diomedes Mariano.

– Depois que o inverno veio,

Tudo ficou diferente,

O Sertão ficou mais frio,

Que antes estava quente,

Açude quebrou parede,

Que a terra também tem sede,

Do mesmo jeito da gente.

– Um meio século de vida,

O colega está vivendo,

Já subiu grande ladeira,

Fez um esforço estupendo,

Até aqui foi subindo,

Daqui pra frente é descendo.

– Quando chove no Sertão,

Um verde claro aparece,

Com poucos dias depois,

O verde claro escurece,

Que a natureza é quem sabe,

A cor que a folha merece.

O premiado poeta cearense Luís Gonzaga Maia me enviou as estrofes a seguir, de autoria de Antônio Nunes de França:

Esse Vale é um pedaço

Do Brasil de mil e quinhentos

E essa oiticica velha

Leva chuva esbarra ventos.

A testemunha ocular

De mil acontecimentos.

Eu observo o coqueiro

Que a natureza criou

A folha cresceu pra cima

Já o cacho pendurou

E o coco é cheio d’água

Sem saber por onde entro.