Metrópoles
Lideranças bolsonaristas dizem, nos bastidores, estranhar o timing em que o ministro do STF Alexandre de Moraes mandou soltar Silvinei Vasques, ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do governo Jair Bolsonaro.
Moraes revogou a prisão preventiva de Silvinei nesta quinta-feira (08), três dias após o fim do prazo para os partidos realizarem convenções para definir seus candidatos e coligações nas eleições municipais de outubro.
Bolsonaristas lembram que o ex-chefe da PRF era cotado como possível candidato a prefeito de São José, município catarinense vizinho à capital Florianópolis. Silvinei é filiado ao PL, mesmo partido de Bolsonaro.
“Ele é liberado dois dias depois que acabou a convenção? Espero que seja só coincidência”, comentou à coluna um cacique bolsonarista.
A convenção do PL em São José foi realizada em 24 de julho e escolheu a ex-prefeita Adelina Dal Pont como candidata à prefeitura. A candidatura tem o apoio do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).
Adelina, por sinal, comemorou a libertação de Silvinei por Moraes. Pelas redes sociais, ela afirmou que a soltura é o “primeiro o para corrigir a injustiça” que ele teria sido vítima.
“Amanhã completaria um ano da prisão do ex-diretor-geral da PRF, nosso correligionário Silvinei Vasques. Teve a prisão revogada agora pela manhã, num primeiro o para corrigir a injustiça da qual foi vítima. Toda a minha solidariedade, Silvinei! E também de todo o time do PL de São José”, escreveu.
Lideranças do PL catarinense dizem não haver chances de o partido trocar de candidato em São José até 15 de agosto, prazo final para as legendas registrarem seus candidatos no sistema da Justiça Eleitoral.
O advogado de Silvinei, Alexander Brasil, disse à coluna que seu cliente também sinalizou que não queria mais ser candidato neste momento. “Talvez seja melhor priorizar sua defesa em liberdade”, afirmou o advogado.
Ex-chefe da PRF usará tornozeleira
Moraes revogou a prisão preventiva de Silvinei argumentando que os elementos que levaram à prisão, há cerca de um ano, não se aplicam mais ao caso. O ex-policial, porém, terá de usar tornozeleira eletrônica.