Após a Polícia Federal (PF) indiciar por tentativa de golpe de Estado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do partido, Valdemar Costa Neto nesta quinta-feira (21), o líder do PL no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), declarou que o desfecho era esperado pelos correligionários e que se trata de “perseguição política”.
“Diante de todas as narrativas construídas ao longo dos últimos anos, o indiciamento do Presidente Jair Bolsonaro, do Presidente Valdemar Costa Neto e de outras 35 pessoas, comunicado na presente data pela Polícia Federal não só era esperado como representa sequência a processo de incessante perseguição política ao espectro político que representam”, diz um trecho o texto publicado na rede social X.
O senador disse ainda que espera que a Procuradoria Geral da República (PGR) não se paute no que chamou de “narrativas” e se debruce sobre provas concretas.
“Espera-se que a Procuradoria-Geral da República, ao ser acionada pelo Supremo Tribunal Federal, possa cumprir com serenidade, independência e imparcialidade sua missão institucional, debruçando-se efetivamente sobre provas concretas e afastando-se definitivamente de meras ilações. Ainda, ao reafirmar o compromisso com a manutenção do Estado de Direito, confiamos que o restabelecimento da verdade encerrará longa sequência de narrativas políticas desprovidas de e fático, com o restabelecimento da normalidade institucional e o fortalecimento de nossa Democracia”, publicou Marinho.
Para a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que foi a relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (MI) do 8 de Janeiro, os indiciamentos desta quinta-feira mostram que o trabalho do colegiado apontou na direção certa, já que 11 dos 37 indiciados constavam no parecer final.
“A I foi certeira. Ela teve uma investigação muito aprofundada, trouxe elementos fundamentais para o que nós estamos acompanhando hoje. Eu acho que o apoio político, o apoio especial que a I deu envolvendo a sociedade brasileira e fazendo um aprofundamento das investigações, foi vital para o que nós estamos acompanhando hoje. Tanto que dos 37 indiciados, 11 constam no relatório da MI”, afirmou Eliziane a jornalistas.
A senadora disse ainda que a MI deu amparo político junto a sociedade para as investigações e destacou que o colegiado sempre apontou para o envolvimento direto de Bolsonaro na intentona golpista.
“Um nome que é muito emblemático é o do ex-presidente Bolsonaro. No nosso relatório deixamos clara a influência que ele tinha e o nível de participação dele. Tivemos evidencias claras de uma tentativa muito transparente de abolir de forma violenta o estado democrático de direito”, declarou.