Por Fernando Castilho/JC
Publicado no Diário Oficial do Estado deste sábado (28), o edital de licitação para o segmento dois do Arco Metropolitano, no trecho entre o município de Moreno e a BR-101 Sul, no Cabo de Santo Agostinho, marca o início de uma obra que se tornou necessária ainda no governo Eduardo Campos que assegurou ao então presidente da FCA, Cledorvino Belini sua entrega quando da inauguração da planta da Jeep, em Goiana.
Naquela época a proposta de fazer uma rodovia que contorna o centro urbano de Abreu e Lima, já saturado de ônibus urbanos, interestaduais e caminhões, começou a se desenhar como uma solução que a própria BR-101 Norte sofria e que foram potencializados com a duplicação até o Rio Grande do Norte.
O que o governo de Pernambuco não esperava era a forte reação da comunidade de Aldeia por onde a nova estrada aria e as dificuldades de elaboração de um projeto básico que encaminhasse o empreendimento. A crise vivida pelas contas do estado a partir do governo Paulo Câmara que já em 2015 acabaram travando a proposta que sequer recebeu um projeto que o governo pudesse negociá-lo com a União cujas relações o governo do estado praticamente havia cortado.
O governador Paulo Câmara, aliás, entrou para história com a marca de ter brigado com Dilma, Temer e Bolsonaro. E o projeto do Arco Metropolitano virou uma dessas iniciativas que nunca se viabilizaram e onde a questão do traçado virou mais um componente para o não andamento.
Ela ainda é um complicador. O governo terá que negociar um traçado no trecho entre Abreu e Lima Moreno, mas o fato novo é que agora o Estado tem possibilidades reais de conversar já que detém o recursos e voltou a ter articulação com o DNIT. Não será fácil porque uma mudança de traçado agregará um alto custo com o alargamento da rota de conexão com o trecho que a governadora, finalmente, publicou o edital neste final de semana.
Mas apenas esse trecho tem uma importância econômica até maior que trecho que ainda não tem traçado definitivo. Pelo que ele conecta. Ele vai retirar do centro do Recife parte do tráfego pesado oriundo da BR-232 que hoje precisa entrar no município para ar a BR-101 em direção ao Cabo e, por consequência, o complexo portuário de Suape.
Não resolve a questão do tráfego entre Abreu e Lima e a BR-232 vindo da Paraíba e Rio Grande do Norte, mas livre o fluxo que hoje existe a partir de Moreno.
E essa obra só se tornará possível primeiro porque o Estado tem parte dos recursos e assim pode ter do DNIT sua contrapartida. O que é uma situação bem diferente da proposta anterior do governo do Estado que reivindicava investimentos totalmente federais.
Ter dinheiro para fazer, ao menos, parte do projeto muda o jogo. Foi tendo dinheiro que o governador Jarbas Vasconcelos pode fazer a duplicação da BR-232 que a governadora Raquel Lira agora quer duplicar até Arcoverde.
Ter dinheiro é o que permite fazer os 25,3 quilômetros da estrada com recursos estaduais no valor de quase R$750 milhões (R$744 milhões é o valor inicialmente previsto) para as obras do trecho Sul do Arco Metropolitano estão previstas para começar já em abril de 2025.
Ao divulgar o edital a Governadora Raquel Lira disse que ao lançar edital de licitação para o segmento Sul do Arco Metropolitano dá um o importante para avançar num de seus principais projetos viários do Estado de modo a que Pernambuco volte a ter um lugar de destaque no Nordeste e no Brasil e que só vai conseguir investindo na na infraestrutura.
Vai precisar de investir muito, dado que nos últimos anos entrar em Pernambuco por via rodoviária ainda significa rodar por estradas de baixa qualidade e que o seu governo vai ter que investir muito nos próximos anos.