Por Bela Megale/O Globo
O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes segue firme na estratégia de travar julgamentos na corte sobre as listas de indicados para compor os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) nos Estados. Na última semana, o magistrado pediu vista de mais três processos, paralisando o andamento das listas tríplices de indicados para o TRE do Mato Grosso do Sul, Paraíba.
Ele já tinha travado o encaminhamento das listas para o TRE do Distrito Federal, Mato Grosso e Espírito Santo. Com isso, Moraes segura as escolhas de Bolsonaro, já que cabe ao presidente da República selecionar um dos nomes da lista para integrar esses tribunais.
A medida é apontada por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e da corte eleitoral como uma maneira de Moraes pressionar Bolsonaro a destravar a indicação para o TSE. Desde o início de maio, o presidente recebeu a lista tríplice elaborada pelo Supremo para escolher o ministro substituto da corte. Bolsonaro considerou a lista “intragável” e pretende não fazer nenhuma indicação até as eleições de outubro.
Integrantes do governo e magistrados ligados ao presidente não acreditam que a estratégia de Moraes surtirá efeito. Eles afirmam que hoje Bolsonaro não tem interesse nas nomeações dos TREs e não vê problema em mantê-las paradas.