O Grande Recife e Pernambuco como um todo têm em sua realidade de déficit habitacional o desafio do preço do aluguel. De acordo com dados apresentados pela Fundação João Pinheiro, em parceria com o Ministério das Cidades, com base em dados de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em números absolutos, o país tem 6,22 milhões de domicílios em situação de déficit. Mais da metade desse déficit, 3,24 milhões (52,2%), se devem ao ônus excessivo com aluguel urbano, ou seja, quando a renda domiciliar é de até três salários mínimos e o pagamento pela moradia corresponde a mais de 30% dessa renda, predominância também percebida no Estado.
Em termos relativos, o déficit chegou a 8,3% do total de domicílios particulares ocupados no País. Em termos absolutos, o Sudeste (2,44 milhões) e o Nordeste (1,76 milhão) concentram a maior parte do déficit habitacional. A seguir aparecem Norte, Sul e Centro-Oeste. Por fim, em termos absolutos, o déficit habitacional está predominantemente localizado fora das regiões metropolitanas.
As unidades federativas com maiores valores absolutos São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Pará, que são também os estados mais populosos. As unidades federativas com menores valores absolutos são Acre, Roraima, Tocantins, Amapá e Sergipe.
Em 17 unidades federativas, o ônus excessivo com o aluguel urbano é preponderante; em nove unidades federativas, a habitação precária aparece em primeiro lugar; no Amazonas, isso fica a cargo da coabitação. Apenas nas regiões Norte e Nordeste, há unidades federativas com predomínio da habitação precária ou da coabitação, o que reflete a diversidade regional do déficit habitacional brasileiro.
Em Pernambuco, a predominância do déficit habitacional está no ônus excessivo com o aluguel, que atinge 143.634 lares (65%), do total de 221.115 incluídos no déficit habitacional. A coabitação vem em seguida, atingindo 50.935 habitações. Já a habitação precária é a realidade de 26.546 casas. O déficit habitacional relativo do estado é de 6,7% – um total de 221.115 moradias.
No Grande Recife, que concentra esse déficit, o cenário não é tão diferente. O déficit relativo de 10,2% atinge 47.123 lares, do quais 24.079 são impactados pelo ônus excessivo do aluguel (74%). Outros 13.666 são habitações precárias e 9.379 coabitação.