Alunos e pais reclamam de precariedade na climatização de salas de aula; Governo de Pernambuco fala em 4 mil novos aparelhos de ar

 O plano de climatização nas escolas da rede estadual representa um investimento de R$ 84 milhões

O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Educação e Esportes (SEE-PE), anunciou, em suas redes sociais, na última segunda-feira, que foram instalados mais quatro mil novos aparelhos de ar-condicionado nas escolas estaduais somente em 2023.

Segundo os dados do Executivo, nas unidades de ensino da Região Metropolitana do Recife (RMR) foram instalados 1.444 equipamentos; Na Zona da Mata, foram 1.106 novos ares-condicionados; Já nas regiões do Agreste, foram 688 aparelhos, e no Sertão, o quantitativo é de 943 equipamentos.

Ainda segundo o Governo do Estado, a meta do Juntos pela Educação é de que sejam instalados 20 mil aparelhos de ar-condicionado até 2026. O plano de climatização nas escolas da rede estadual representa um investimento de R$ 84 milhões.

No entanto, a própria pasta afirmou em seu anúncio que não se tratará apenas da aquisição de novos aparelhos. “É uma empreitada que vai muito além de simplesmente colocar o ar-condicionado na parede, como a reestruturação da rede elétrica interna, a colocação de forros e vedações e, em muitas escolas, a implementação de subestações de energia elétrica para que a rede dê conta do aumento do consumo”, explicou a SEE-PE, acrescentando que a instalação será feita gradualmente.

O anúncio do Governo de Pernambuco veio acompanhado de inúmeros relatos de alunos, pais e professores, de diversas localidades do estado, se queixando sobre a falta de aparelhos de ar-condicionado nas salas. Muitos estudantes estão ando mal devido ao calor intenso dentro das salas de aula, que contam apenas com poucos ventiladores para amenizar a situação.

problema é agravado entre os alunos que estudam na modalidade de ensino em tempo integral – das 7h às 17h. Em alguns casos, os estudantes afirmaram que a escola chegou a receber os equipamentos, mas que não haveria previsão de instalação deles.

Pelos relatos, mais de dez escolas estão com problemas referente a precarização da climatização. No Recife, há queixas sobre as escolas de Referência em Ensino Médio (EREM) Augusto Severo, EREM Dom Vital, EREM Eleanor Roosevelt e Escola Monsenhor Francisco Salles.

“Uma grande mentira! Sou estudante da Escola Augusto Severo e não tem ar-condicionado para os segundos e os primeiros anos. E é muito calor, tem gente ando mal todo dia porque nem ventilador tem direito”, afirmou uma estudante nas redes sociais.

Em Jaboatão dos Guararapes, a Escola Souza Brandão e a EREM Professor Benedito Cunha Melo, são algumas das unidades cujos pais e alunos reclamam da falta de ar-condicionado.

“Vejo que as escolas regulares carecem muito de investimento. Leciono na Escola Souza Brandão e nós estamos sofrendo muito com o calor. Frequentemente, estudantes e professores am mal. Isso é um caso de extrema urgência”, disse um docente, também nos comentários da publicação do Governo do Estado sobre o tema.

Também há reclamações sobre a Escola de Referência em Ensino Fundamental e Ensino Médio (Erefem) Methodio de Godoy Lima, em Serra Talhada. A Escola Jornalista Edson Regis, no município de Arcoverde, a  Erefem Dom Avelar Brandão Vilela, em Petrolina, e a EREM Nossa Senhora de Fátima, localizada na cidade de Sanharó, am pela mesma situação.

Resposta da SEE-PE

A Secretaria de Educação e Esportes foi questionada quanto ares-condicionados estavam previstos para serem instalados neste ano de 2024, qual será o investimento com relação às escolas que precisam de obras na rede elétrica para ar as instalações e qual o prazo para que a situação seja normalizada nas escolas citadas pela reportagem.

Por nota, a pasta explicou que “para assegurar que todas as escolas sejam atendidas e que os recursos sejam aplicados de forma eficiente, está em andamento um procedimento abrangente, que inclui uma análise detalhada da rede elétrica e da estrutura física de cada escola. Somente após essa análise são identificados os problemas que precisam ser resolvidos antes da instalação dos aparelhos de ar-condicionado”.

A SEE ainda destacou a necessidade de implantar, pelo menos, “245 subestações de energia, a fim de proporcionar mais bem-estar para alunos, professores e funcionários da rede”.