Autoridades investigam participação de agentes públicos em plano contra Moro

/Folha de S.Paulo

Autoridades que participaram da ação que desbaratou a tentativa do Primeiro Comando da Capital (PCC) de atacar o senador Sergio Moro (União-PR) e outros alvos estão convencidas de que houve participação de agentes do aparato estatal no planejamento do atentado.

Segundo uma pessoa diretamente envolvida na ação, o nível de profissionalismo dos criminosos, com o a câmeras de segurança e detalhes da rotina de Moro é compatível com o de uma operação de inteligência policial.

A avaliação é que seria impossível para a facção ter organizado todo este esquema sem a conivência de profissionais da área de segurança pública, em nível estadual e federal.

Moro pediu apoio dos colegas para aprovar a proposta e disse que o presídio federal é hoje “o instrumento mais eficaz” contra o crime organizado. “Eles [condenados] sabem que ser transferidos para lá é o fim da linha, até por isso existe esse movimento de retaliação”, afirmou.

“Se eles vêm para cima com uma faca, a gente tem que usar um revólver. Se eles usam um revólver, nós temos que ter uma metralhadora. Se eles têm metralhadora, nós temos que ter um tanque, um carro de combate. Não no sentido literal, mas nós precisamos reagir ao crime organizado”.

Diferentemente de outros oposicionistas, Moro não associou a descoberta do plano pela polícia com declaração do presidente Lula na terça-feira (21) na qual o petista disse que, quando ficou preso, queria se vingar do à época juiz da Lava Jato. Mas o senador afirmou que esse tipo de fala incentiva “comportamentos de mentes influenciáveis que podem nos colocar em uma situação vulnerável”.