O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpre agendas em Pernambuco nesta segunda-feira (24), ando por Recife, Carpina e Vitória de Santo Antão. A visita ocorre poucos dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar denúncia contra Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, e pode ser marcada por discursos efusivos do ex-presidente sobre a denúncia, além de críticas ao governo Lula.
A visita de Bolsonaro a Pernambuco foi anunciada pelo ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL), em vídeo ao lado do ex-presidente e parlamentares pernambucanos do PL na última quarta-feira (19), durante encontro em Brasília.
Bolsonaro desembarcará no Aeroporto Internacional do Recife às 7h30, seguindo direto para a Padaria Boa Viagem, na Zona Sul da capital pernambucana, onde participará de um café da manhã com apoiadores a partir das 8h.
Aliados de primeira hora do ex-presidente são esperados para o encontro no Recife, como o ex-ministro Gilson Machado, os deputados federais Pastor Eurico e Coronel Meira, além dos estaduais Coronel Alberto Feitosa, Joel da Harpa e Abimael Santos. Também são aguardados vereadores do Recife no encontro. Na sequência, Bolsonaro concederá entrevista para uma rádio da capital.
No início da tarde, o ex-presidente se deslocará para a cidade de Carpina, na Zona da Mata Norte, onde visitará a Usina Petribu, para acompanhar o encerramento da safra de cana-de-açúcar. Bolsonaro deverá chegar ao local por volta do meio-dia, onde almoçará no bandejão junto com os funcionários da usina. A visita atende a um pedido dos Presidentes do Sindaçúcar e da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco.
A última etapa da visita será em Vitória de Santo Antão, onde Bolsonaro receberá o título de cidadão do município. A cerimônia está programada para as 15h na Praça 3 de Agosto, em frente à Câmara Municipal. Na sequência, Bolsonaro deverá discursar para apoiadores presentes em um trio elétrico.
Visita a Pernambuco em momento turbulento
A visita de Bolsonaro a Pernambuco ocorre em um momento turbulento para o ex-presidente, especialmente após a recente denúncia apresentada pela PGR e a derrubada do sigilo das delações do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Jair Bolsonaro foi acusado formalmente de envolvimento em tentativa de golpe de Estado, sendo apontado como um dos articuladores do plano para se manter no poder, após o resultado das eleições de 2022, que deram a vitória a Lula (PT).
Nos últimos dias, Bolsonaro tem adotado um tom desafiador em suas falas. Em entrevista a uma rádio de São Paulo, ele classificou a denúncia como “perseguição política” e afirmou que sua intenção sempre foi “respeitar a Constituição”.
No encontro nacional de comunicação do Partido Liberal, na última quinta-feira (20), Bolsonaro chegou a debochar da possibilidade de prisão.
“Nada mais têm contra nós do que narrativas. Tudo foi por água abaixo. A mais recente foi essa de golpe. […] ‘Vão prender o Bolsonaro?’ Caguei para a prisão”, disse em discurso no início de evento.