O Brasil tem os maiores juros reais do mundo, segundo ranking divulgado pela gestora de recursos Infinity Asset. Está em 1º em uma lista feita com 40 países.
Eis a íntegra do relatório.
Os juros reais são aqueles corrigidos pela inflação. A Infinity traçou a projeção para os próximos 12 meses, o que é o cálculo “ex-ante”. Em dezembro de 2021, os juros reais brasileiros estimados eram de 5,03%, abaixo da Turquia (5,83%).
Já o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini calculou que a taxa será de 7,8% nos próximos 12 meses, a começar de dezembro. De fevereiro de 2021 a dezembro de 2022, a taxa subiu 14,1 pontos percentuais.
O percentual é alto porque a inflação está em queda, e o Banco Central (BC) sinalizou que manterá a taxa básica, a Selic, em 13,75% ao ano por período prolongado.
Os juros reais ficaram negativos durante 20 meses, segundo a estimativa, de março de 2020 a outubro de 2021. Chegou ao patamar mais baixo em fevereiro de 2021, quando foi de -6,3%.
Ao considerar o cálculo “ex-post”, quando são levadas em conta as estimativas dos 12 meses anteriores ao mês de referência, os juros reais do Brasil foram de 6% em dezembro, segundo a estimativa. No período, a inflação foi maior e a Selic estava em tendência ascendente.
Neste cálculo, os juros reais ficaram negativos de outubro de 2020 a julho de 2022, ou 22 meses. O pico mais baixo foi em setembro de 2021, quando foi de -6,6%. Subiu 12,6 pontos percentuais, até o nível atual de dezembro, de 6%.
Taxa Selic
A taxa básica, a Selic, terminará o ano em 13,75% ao ano. O Banco Central decidiu na última quarta-feira manter o juro base pela 3ª reunião seguida. A decisão era esperada pelo mercado financeiro.
Eis a íntegra do comunicado.
A autoridade monetária subiu o tom para os riscos fiscais e deixou a porta aberta para subir a Selic em caso de necessidade. Em comunicado, a autoridade monetária disse haver “elevada incerteza” sobre o futuro das contas públicas e que mais estímulos fiscais para impulsionar a demanda podem elevar a trajetória da inflação.