CNN Brasil
Fevereiro de 2025 foi 1,59 °C acima da média estimada de 1850–1900 usada para definir o nível pré-industrial. Também foi o 19º mês, nos últimos 20 meses, em que a temperatura média global do ar na superfície foi mais de 1,5 °C acima do nível pré-industrial.
O limite de aquecimento de 1,5 °C estabelecido pelo Acordo de Paris, e já ultraado, foi definido a partir da análise de diversas simulações feitas sobre os efeitos que isso poderia gerar. Considerou-se que esse limite ainda seria istrável em relação às consequências dos eventos climáticos extremos.
Ao ultraar de maneira contínua o limite de 1,5 °C, estamos adentrando em um cenário onde istrar as consequências das anomalias climáticas severas fica cada vez mais difícil.
Em janeiro deste ano, o Brasil atingiu um novo marco histórico de consumo de energia [Consumo de energia bate recorde]. Em 24 de janeiro, o consumo chegou a 102.740 MWh/h. Na semana encerrada no dia 28 de fevereiro, o consumo máximo chegou a 106.100 MWh/h.
Esse consumo ocorre no meio da tarde, nos horários de temperatura mais elevada, pelo maior uso de aparelhos de ar-condicionado, climatizadores, circuladores de ar e ventiladores.
Portanto, não se descarta a possibilidade de que esse valor seja superado pelo consumo nos primeiros dias de março, pois somente na próxima semana uma frente fria e uma frente polar que se segue deverão reduzir as temperaturas nas regiões sul, sudeste e parte do centro-oeste.
Pode faltar energia?
Com sucessivos recordes de consumo sendo batidos, é natural que se questione sobre a capacidade de nosso sistema de geração dar conta de um maior consumo. Quanto a isso, podemos ficar tranquilos, pois temos fontes diversificadas e em condições de atender a essa demanda.
Também temos boa infraestrutura de linhas de transmissão, embora investimentos sejam necessários para melhor aproveitarmos a geração eólica que ocorre no Nordeste. O fato de nosso sistema de geração e transmissão ser quase que todo integrado constitui-se em um importante recurso que permite transferir excedentes de energia para regiões que tenham maior demanda.
O ponto frágil pode estar em alguns sistemas de distribuição, a parte final que leva a energia das linhas de transmissão para o consumidor. Podem ocorrer falhas pontuais, caso as empresas de distribuição não tenham feito investimentos para atender a essa maior demanda.