Desfilando 103 anos de tradição e história no carnaval, coube ao bloco Cordão do Bola Preta a responsabilidade de abrir a segunda noite de minidesfiles na Cidade do Samba, Zona Portuária do Rio, neste domingo. Ao som das marchinhas, o bloco subiu ao palco às 21h, sob o comando do apresentador Milton Cunha.
Nesta noite, desfilam as escolas de samba Paraíso do Tuiuti, Unidos da Tijuca, Estação Primeira de Mangueira, Mocidade Independente de Padre Miguel, Grande Rio e, encerrando a festa, a atual campeã da festa, Viradouro.
— Que honra estar aqui e presenciar a apresentação desse bloco que é símbolo do Rio de Janeiro e do carnaval. Espero que a segunda noite seja tão especial quanto à primeira, declara, emocionada, a dona de casa Márcia Vilela, de 36 anos, que seguiu o cortejo atrás do Bola Preta, ao lado das amigas do Espírito Santo: — Não tem desfiles, não tem blocos, mas tem essa festa linda que nós precisamos valorizar.
Organizadora do evento, a Liesa trouxe o clima de desfiles oficiais, com relógio para marcar o tempo de agem, portões de início e de fim de desfile e área de dispersão. No total, segundo a Liga, seis mil ingressos foram vendidos para a noite deste domingo.
Cada agremiação leva para o desfile cerca de 150 componentes, distribuídos entre integrantes da bateria, da Velha Guarda e da ala das baianas, além dos intérpretes, istas e mestre-sala e porta-bandeira.
Tuiuti é afro
A primeira escola de samba a cruzar a pista foi a Paraíso do Tuiuti, que este ano vai apresentar o enredo afro “Ka ríba tí ÿe – Que os nossos caminhos se abram”, do carnavalesco Paulo Barros, que exalta as histórias de luta, sabedoria e resistência negra.
A agremiação coloriu a Cidade do Samba com bastões de fumaça azul e amarelo, cores da escola. Com movimentos afros, a comissão de frente foi bastante aplaudida.
— Mostramos quase toda a coreografia que vamos levar para a Avenida. A Claudia (Mota, coreógrafa) vem ensaiando e quis mostrar quase tudo. Podem esperar que ela e o Paulo vão fazer muitas surpresas em abril, na Sapucaí, garante o diretor de carnaval da Tuiuti, Andre Gonçalves.
Tijuca vem com lenda
Denominado “Waranã — A Reexistência vermelha”, o tema defendido pela Unidos da Tijuca este ano abordará a lenda do guaraná. O enredo é de desenvolvimento do carnavalesco Jack Vasconcelos, quer faz sua estreia na agremiação.
Os versos “Erê, essa mata é sua / Erê, vem provar doce mel” foram ditos em um canto uníssono pelos tijucanos que assistiram à escola.
As homenagens da Mangueira
Antes mesmo de entrar, a Estação Primeira de Mangueira levantou o público quando, sobre o palco, apresentou o samba-enredo de 2019. Naquele ano, a escola defendeu o enredo “História para ninar gente grande”, do carnavalesco Leandro Vieira, que segue na Verde e Rosa e, este ano, homenageia três dos maiores ícones da história da agremiação: Cartola, Jamelão e Mestre Delegado.
Com o enredo “Angenor, José e Laurindo”, Vieira busca o terceiro título em seis trabalhos na escola.
— Já é campeã! — exclamou uma foliona.