20 – MULHERES VENCEDORAS – MALALA

Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)

Ade Maleu Lapa-el – Hoje falaremos sobre MALALA a menina paquistanesa.

Papa – Malala Yousafzai escritora e ativista nasceu no Vale do Swat, na província Khyber Pakhtunkhwa – Paquistão, em 12.07.1997. Quase pagou com a vida a sua luta em defesa de direitos básicos como o à educação. Foi vítima da intolerância dos talibãs.

Essa MULHER VENCEDORA ao escapar de um atentado em 09.10.2012, época que utilizando um pseudônimo escrevia para rede BBC detalhando os excesso cometidos pelo regime talibã em seus país, ganhou espaço e sua luta ou a integrar uma agenda internacional.

Em 2013 foi considerada uma das cem pessoas mais influentes no mundo, ocupando a capa da Revista Time, em abril; em julho do mesmo ano discursou na Organização das Nações Unidas – ONU; em fevereiro de 2014 foi nomeada para o Prêmio Mundial da Criança na Suécia e aos dezessete anos foi laureada com o Prêmio Nobel, honraria que dividiu com Kailash Satyarthi, ativista indiano que também lutava pelos direitos das crianças.

O livro “Eu sou Malala – A história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo talibã”, escrito em conjunto com Christina Lamb, publicado em 2013 detalha sua luta, o atentado, a sobrevivência contrariando todos os prognósticos, sua luta e sua entrega em favor da causa que abraçou desde a infância.

O livro publicado em 2018 “Estamos deslocados/Nós somos deslocados”, decodifica histórias reais de vidas de refugiados em todo mundo, incluindo a sua história e apresenta vários alertas sobre o perigo do assunto ser relativizado por dados estatísticos sem mergulhar nas causas. Todos os lucros da edição serão direcionados para o Fundo Malala, entidade mantenedora dos projetos que a ativista assume perante uma sociedade individualista que se nega a buscar uma solução para neutralizar os impactos negativos que a intolerância política e religiosa impõe aos vulneráveis em todo mundo.

Em sua nobre cruzada Malala foi agraciada com diversos e merecidos prêmios, entendermos que o prêmio maior que ela merece seria a adesão dos governantes mundiais ao seu sonho de ver toda criança protegida e com os direitos respeitados.

18 – MULHERES VENCEDORAS – CLARA NUNES

Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)

Ade Maleu Lapa-el – O microfone hoje será todo da mineira Clara Nunes.

Papa – Clara Francisca Gonçalves Pinheiro – Clara Nunes, cantora e compositora, nasceu em Caetanópolis (MG), em 12.08.1942. Considerada como uma das melhores e maiores interpretes do nosso país foi a primeira cantora brasileira a vender cem mil cópias de um disco. Estudiosa, conhecia muito a Música Popular Brasileira (MPB), foi representante autêntica de nossa cultura pelo mundo e tornou-se recordista em gravações de compositores da Portela, a Águia Azul e Branco de Madureira.

Esta MULHER VENCEDORA aos dez anos venceu um concurso musical em sua terra natal interpretando a música “Recuerdos de Ypacarai”, aos quatorze anos ou a trabalhar como tecelã na fábrica de tecidos em Caetanópolis, para auxiliar nas despesas da casa. Com dezesseis anos mudou-se para Belo Horizonte, em função de uma tragédia familiar. Continuou trabalhando de tecelã durante o dia e estudando à noite. Nos finais de semana exercia seu talento no coro da igreja. Com o tempo deixou a religião católica transitando pelo kardecismo e por religiões africanas.

Em 1960, já utilizando o nome artístico de Clara Nunes, venceu a etapa mineira de concurso “A voz de Ouro ABC”, cantando “Serenata de Adeus”, composição de Vinícius de Moraes, gravada anteriormente por Elizeth Cardoso. Na sequência do mesmo festival, cuja final nacional ocorreu em São Paulo, Clara Nunes ficou em terceiro lugar interpretando “Só Adeus” da famosa dupla Jair Amorim e Evaldo Gouveia. Neste período se apresentou na TV no Programa de Hebe Camargo e em 1963 ganhou um programa exclusivo na TV Itacolomy em Belo Horizonte, denominado “Clara Nunes Apresenta”. Na metade da década de 1960 por orientação do seu namorado Clara deixou a capital mineira e ou a residir no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana.

Na cidade maravilhosa sua carreira decolou, seu talento ganhou o mundo e a merecida fama veio em consequência da conjugação destes fatores. Em função do limite de espaço não detalharemos toda sua discografia, mas registremos seus principais sucessos, sem ordem cronológica: “Feira de Mangaio”, “O Mar Serenou”, “Conto de Areia”, “Canto das Três Raças”, “Morena de Angola”, “A Deusa dos Orixás”, “Juízo Final”, “Guerreira”…etc. Em 1984 a Portela, escola de samba do coração, com o enredo “Contos de Areia” ao homenagear Clara Nunes e sagrou-se campeão do carnaval daquele ano, título divido com a Mangueira. Obrigado “Sabiá”, “Guerreira” e “Mestiça Mística”, você nos deixou muito cedo, seu nome atravessará séculos e séculos.

17 – MULHERES VENCEDORAS – FERNANDA MONTENEGRO

Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)

Ade Maleu Lapa-el – Nossa câmara hoje será direcionada para Fernanda Montenegro.

Papa – Arlete Pinheiro Esteves da Silva > Arlete Pinheiro Monteiro Torres – Fernanda Montenegro, atriz, nasceu em Cascadura, Rio de Janeiro, em 16.10.1929. Aos quinze anos enquanto aluna do famoso Colégio Pedro II inscreveu-se em curso para locutora da Rádio do Ministério da Educação e Cultura (Rádio MEC), foi aprovada e ficou por uma década como locutora e atriz de rádio teatro, neste período começou a escrever.

Essa MULHER VENCEDORA deu seus primeiros os nos palcos de teatro no Grupo de Teatro Amador da Faculdade de Direito e depois no Teatro Ginástico. Nos primeiros anos da década de 1950 foi a primeira atriz contratada pela TV Tupi. Nesta mesma década integrou a Companhia Maria Della Costa e Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Por volta de 1959 criou com o marido Fernando Torres sua própria companhia teatral, a Companhia dos Sete.

Na metade da década de 1960, em plena ditadura, ou a integrar o quadro de atrizes da TV Globo, nesta e emissora – considerando apenas as décadas de 1980/90 -, teve participação destacada, em: “Baila Comigo, 1981”; “Brilhante, 1982”; “Guerra dos Sexos, 1983”; “Cambalacho, 1986”; “Sassaricando, 1988”; “Rainha da Sucata, 1990” e/outras. No cinema, atuou em clássicos nacionais, como “Eles Não Usam Black-Tie, 1981”; ”O Que É Isso, Companheiro?, 1997”; “Central do Brasil, 1998”; “O Auto da Compadecida, 2000”, “O Tempo e o Vento, 2013”; “Doce de Mãe, 2013”; “A Vida Invisível, 2019” e em outras quatro dezenas de filmes.

Pela magnífica interpretação em “Central do Brasil” foi indicada ao Oscar. Ganhou o Emmy Internacional como melhor atriz pela atuação em “Doce de Mãe”. Em 2021 foi eleita para Academia Brasileira de Letras (ABL), onde ocupa a cadeira 17. São inúmeros os prêmios que Fernanda Montenegro conquistou, aqui destacamos: “Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito”, cinco vezes ganhou “Prêmio Molière”; três vezes recebeu “Prêmio Governador do Estado de São Paulo”; “Urso de Prata no Festival de Berlim de 1998” pela interpretação de “Dora” no filme “Central do Brasil” de Walter Salles; “Globo de Ouro em 1999”.

É aclamada por muitos como a grande “Dama do Teatro” no Brasil, onde deu vida a muitos personagens com interpretações impecáveis, destaques para peças “A Muralha, 1968” e “Sangue do Meu Sangue, 1969”. Obrigado por tudo divina estrela.

Secretaria de Cultura seleciona especialistas para analisarem projetos culturais em Pernambuco

Cinema São Luiz fica no Centro do Recife — Foto: Tiago Calazans/Divulgação

A Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE) está com inscrições abertas para compor comissões de seleção de projetos culturais. Podem participar pessoas físicas e microempreendedores individuais (MEI), cadastrados como agente cultural no Mapa Cultural de Pernambuco.

Os candidatos devem ter conhecimento em análise, julgamento e execução de projetos nas áreas e linguagens culturais em que pretende atuar.

Os contratos têm validade de 24 meses, podendo ser prorrogados por mais 24 meses.

As inscrições acontecem pela internet de forma contínua em 2025, 2026 e 2027. O resultado é publicado no Portal Cultura-PE e no Diário Oficial do Estado.

As pessoas selecionadas vão atuar fazendo análise, classificação e emissão de pareceres técnicos sobre propostas e ações culturais que concorrem nos editais e chamadas públicas da Secretaria de Cultura do estado.

No ato da inscrição é preciso dizer para quais áreas e manifestações culturais a pessoa está capacitada a emitir análises.

São elas:

  • Artesanato
  • Artes circenses
  • Arte-educação
  • Artes visuais
  • Arte-tecnologia
  • Audiovisual
  • Ciclos culturais tradicionais (Carnaval, Semana Santa, São João e Natal)
  • Comunicação
  • Cultura digital
  • Cultura LGBTQIAPN+
  • Culturas periféricas
  • Cultura popular e tradicional
  • Dança
  • Design
  • Economia criativa, economia da cultura e empreendedorismo cultural
  • Economia solidária
  • Formação e capacitação cultural
  • Fotografia
  • Gastronomia
  • Gestão de equipamentos culturais (bibliotecas, museus, cinemas, centros culturais, teatros, arquivos, casas de espetáculos etc.)
  • Jogos eletrônicos
  • Juventude
  • Livro, leitura, escrita, literatura e contação de histórias
  • Moda
  • Museus
  • Música
  • Ópera
  • Patrimônio imaterial
  • Patrimônio material (artístico, histórico, arquitetônico, arqueológico, paleontológico, científico e geocultural)
  • Pesquisa cultural
  • Teatro

Confira algumas imagens das gravações de “O Agente Secreto”, novo filme do cineasta pernambucano Kléber Mendonça Filho, que vai competir pela Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano.

15 – MULHERES VENCEDORAS – LIA

Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)

Ade Maleu Lapa-el – Hoje falaremos sobre a cirandeira Lia de Itamaracá.

Papa – Maria Madalena Correia do Nascimento, a encantadora Lia de Itamaracá, onde nasceu no dia 12.01.1944, dançarina, compositora, cantora é por merecimento a cirandeira mais famosa do Brasil. Muito nova começou a participar de rodas de ciranda na ilha onde nasceu e sempre morou, trabalhou de merendeira em escola da localidade. No início da década de 1960 ou a ser conhecida como Lia quando Teca Calazans tornou famosos os versos: “Esta ciranda quem me deu foi Lia/que mora na Ilha de Itamaracá”.

Seu primeiro disco “A rainha da ciranda” foi gravado em 1977, no ano seguinte se fez famosa em todo Brasil após participação no evento “Abril por Rock”, em 2000 gravou “Eu sou Lia”, obra que lhe levou à França, onde se apresentou em várias oportunidades. Teve participação em longas e curtas metragens. No curta “Recife Frio” cantou eu “Eu sou Lia, Minha Ciranda e Preta Cira”, foi personagem principal no curta-documental “Formiga come o que carrega” e pela participação no filme “Bacurau” de Kleber Mendonça Filho viu sua obra “Ciranda sem fim” ser premiada pela Associação Paulista de Críticos de Arte em 2019.

Esta MULHER VENCEDORA tem entre seus principais prêmios o título de “Patrimônio Vivo de Pernambuco”, Doutora Honoris Causa da Universidade Federal de Pernambuco e samba enredo de duas Escolas de Samba: “Império da Tijuca, do Rio de Janeiro” e “Nenê da Vila Matilde, de São Paulo”.

De exuberante texto da poetisa, ensaísta, pesquisadora e jornalista Maria Alice Amorim, retiro o seguinte fragmento: “Soberana, feito uma deusa surgida das águas do mar ou uma rainha plena de realeza, é assim que Lia sempre aparece, levando-nos ao prazer de ouvir e dançar uma ciranda. Sim, porque ninguém fica imune ao ritmo da ciranda, muito menos aos encantos da filha de Iemanjá, que se habituou a cantar desde criança, na praia de Jaguaribe, localidade da Ilha de Itamaracá onde nasceu…”.

O espaço “Caixa Cultural de Fortaleza” apresenta a “Exposição Lia de Itamaracá – Cirandar e Resistir”, de 08.02.25 até 11.05.2025. Evento que o jornal “O Povo” assim apresenta: “Um dos nomes mais importantes da cultura popular brasileira, a cantora, dançarina e compositora Lia de Itamaracá ganha homenagem na Caixa Cultural Fortaleza a partir deste mês”. Pode reinar rainha o trono é seu.

14 – MULHERES VENCEDORAS – ZÉLIA GATTAI

Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)

Ade Maleu Lapa-el – Vamos dar atenção hoje para paulista Zélia Gattai.

Papa – Zélia Gattai, filha de imigrantes italianos e escritora, nasceu em São Paulo (SP), no dia 02.07.1916, seus pais Angelina e Ernesto fizeram parte do grupo fundador da famosa “Colônia Cecília” na qual italianos pretendiam introduzir princípios anarquistas em nosso país.

Participou ativamente junto com outros imigrantes europeus de movimentos políticos que reivindicavam melhores condições de trabalho e direitos dos trabalhadores, conviveu com os intelectuais da época, destaque para Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Rubem Braga, Carlos Lacerda, Vinicius de Moraes, etc. Aos dezenove anos casou com Aldo Veiga, militante comunista. O primeiro filho do casal, nascido no início da década de 1940 recebeu o nome de Luís Carlos uma homenagem a Luís Carlos Prestes.

Já separada do esposo em 1945 conheceu Jorge Amado em evento realizado na cidade de São Paulo, dedicado a Luís Carlos Prestes, recém saído da prisão. Zélia irava o escritor baiano de quem havia lido parte da obra. Uniram-se em seguida. Sobre o primeiro encontro a escritora falou no discurso de posse na Academia Brasileira de Letras (ABL), assim falou: “De mim ele não sabia nada, nem podia saber porque eu era apenas uma simples desconhecida, sem nenhuma credencial. Ele também não sabia que eu possuía uma estrela que o pa em meu caminho”.

Com a cancelamento do registro de Partido Comunista Brasileiro (PCB), em 1947, pelo qual Jorge Amado havia sido eleito deputado federal pelo estado paulista e a consequente expulsão do parlamento, Jorge Amado viajou para Europa. No ano seguinte Zélia foi ao encontro do marido e como ele residiu em Paris e Praga. Ao retornarem ao Brasil residiram no Rio de Janeiro e em Salvador.

Ser apenas esposa de Jorge Amado era pouco para esta MULHER VENCEDORA, por isto em 1979 estreou na literatura com “Anarquistas graças a Deus”. Livro de memórias que narra sua infância. Não parou mais, do da final da década de 1970 até 2006 lançou mais de quinze livros, recebeu prêmios, viu seu primeiro livro de ser traduzido em vários idiomas e virar séria de TV. Foi eleita para Academia Brasileira de Letras (ABL), assumindo a cadeira que pertenceu ao “Amado” esposo. A “Casa do Rio Vermelho”, onde moraram é ponto turístico em Salvador, nela se respira muita liberdade e cultura.

Pernambuco está entre os quatro estados que atingiram a meta de execução da PNAB

O Ministério da Cultura (MinC) estabelece que novos recursos só serão liberados após o cumprimento desse percentual, garantindo a plena utilização dos fundos destinados ao setor cultural.

Pernambuco se destacou no cenário nacional ao cumprir a meta de execução da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), segundo o Ministério da Cultura (MinC). O estado foi um dos quatro no Brasil, e um dos poucos no Nordeste, a atingir o mínimo de 60% do valor recebido, requisito essencial para a continuidade dos rees.

A determinação do MinC estabelece que novos recursos só serão liberados após o cumprimento desse percentual, garantindo a plena utilização dos fundos destinados ao setor cultural. O objetivo da medida é assegurar que os investimentos cheguem efetivamente aos projetos culturais e fomentem a produção artística no país. Com esse resultado, Pernambuco reafirma seu compromisso com a valorização da cultura e se mantém como referência na execução da PNAB.

“Atingir essa meta demonstra o esforço do Governo de Pernambuco em garantir que os recursos da Política Nacional Aldir Blanc cheguem efetivamente a quem mais precisa: os fazedores da cultura. Nossa equipe tem se dedicado intensamente para que esses investimentos sejam executados de forma ágil e transparente, fortalecendo a economia criativa e garantindo que a cultura siga pulsante em nosso estado. E, claro, o trabalho não acaba aqui, seguiremos trabalhando para ampliar o alcance dessas políticas e continuar promovendo o o à arte e à cultura para todos os pernambucanos”, declara a Secretária de Cultura, Cacau de Paula.

PNAB

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11 – MULHERES VENCEDORAS – MARINÊS

Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)

Ade Maleu Lapa-el – Vamos destacar hoje a cantora Marinês.

Papa – Inês Caetano de Oliveira (Marinês), nasceu na cidade pernambucana de São Vicente Férrer em 15.11.1934, tendo sido registrada como dia 16. Cantora, atriz, apresentadora e bacharel em direito. Morou em Campina Grande em residência humilde no bairro da Liberdade. Quando jovem ajudou a pai na fabricação de armas e munições vendidas tanto para as forças policiais como para os cangaceiros da época.

Visando sair da situação de penúria, em conluio com o irmão mais velho de nome Ademar Caetano, se inscreveu com o nome falso de Maria Inês em concurso musical. Na data do certame foi anunciada como Marinês e ganhou o primeiro lugar empatada com Genival Lacerda. Além do prêmio em dinheiro ganhou a vaga de cantora no regional de emissora de rádio da Capital da Borborema.

No início da década de 1950 conheceu Abdias dos Oito Baixos com quem casou e teve um filho. Por intermédio do marido teve o ao repertório do famoso Luiz Gonzaga. ou a ser a voz feminina da música nordestina. Posteriormente foi convidada pelo Rei do Baião para integração sua trupe e nesta condição foi coroada Rainha do Xaxado.

O seu primeiro disco Long-play (LP), estourou com as músicas “Pisa na Fulô e Peba na Pimenta”, composições do maranhense João do Vale. Participou de vários filmes da “Atlântida” e foi fonte de inspiração para muita(o)s cantora(e)s nordestinos. O sociólogo paraibano Noaldo Ribeiro na obra “Marinês canta a Paraíba” afirma que a “cantora…abriu ‘picadas’ numa floresta de preconceito no Brasil dos anos cinquenta”. Esta afirmação, seu talento e seu legado asseguram vaga entre as MULHERES VENCEDORAS.

Ao driblar o rigor do pai no primeiro momento e ter gravado quase meia centena de discos no período de 1956 até 2006 ganhou merecida fama. A sua voz forte, afinada ao extremo, sua garra, seu caráter e outros adjetivos fazem de Marinês uma referência em nossa música regional. Quebrou muitos tabus. Para Gilberto Gil ela é a “Mãe da Música Nordestina” e muitos a qualificaram como Luiz Gonzaga de saia. Ouvir os inúmeros sucessos de Marinês e presentear os ouvidos com o melhor dos presentes disponíveis. As diversas homenagens recebidas em vida e depois da partida apenas validam um potencial do tamanho das festas juninas. É, sem sombra de dúvida, uma das mais respeitadas cantoras do Brasil. Viva a “Rainha do Xaxado”.

Elas Publicam chega a Recife para sua 7ª edição no dia 26 de abril

Da Assessoria

Pela primeira vez na capital pernambucana, o Elas Publicam: Encontro de Mulheres do Mercado Editorial realiza sua sétima edição no dia 26 de abril, no Cais do Sertão (Av. Alfredo Lisboa, S/N – Bairro do Recife). O evento, que já ou por Brasília, Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas, tem curadoria e produção de Lella Malta e promete um dia inteiro de imersão, capacitação e networking para mulheres que atuam na cadeia produtiva do livro.

A programação, exclusiva para profissionais do setor, contará com painéis, oficinas e palestras das 8h30 às 18h. As participantes terão o a todas as atividades mediante aquisição do ingresso limitado e disponível exclusivamente no site www.elaspublicam.com.br com alimentação e bebidas incluídas.

O encontro reúne autoras, editoras, revisoras, tradutoras, agentes literárias, ilustradoras, roteiristas e demais profissionais do mercado editorial. Para esta edição, são esperadas cem participantes em um ambiente voltado para troca de experiências, aprendizado e oportunidades de negócios.

“O Elas Publicam chega à sua sétima edição reafirmando seu compromisso de abrir espaços para que mais mulheres publiquem suas histórias, se profissionalizem e empreendam dentro do mercado editorial. Sempre desejei levar o projeto para além do eixo Rio-São Paulo, então não poderia estar mais feliz em começar 2025 com uma edição em Pernambuco”, destaca Lella Malta. “Recife, com sua riqueza cultural e literária, será o palco perfeito para essa celebração das mulheres no mundo do livro”, comemora.

A programação completa está sendo divulgada gradativamente no site www.elaspublicam.com.br

Iphan participa do Fórum de Incentivo à Cultura no Recife na próxima semana

Entre os dias 12 e 14 de março, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) participa do Fórum de Incentivo à Cultura – O Agente Cultural e a Lei Rouanet, em Recife. O evento promove palestras e debates sobre políticas de economia criativa e fomento cultural, a fim de aproximar agentes culturais do processo de incentivo fiscal da Lei Rouanet.

O Iphan, por meio do Departamento de Articulação, Fomento e Educação (Dafe), irá coordenar o Encontro Setorial relacionado ao Patrimônio Cultural, que será realizado na quarta-feira (12), a partir das 14h, nas salas simultâneas do Sebrae/PE — Sala das Artes Cênicas, Artes Visuais e Música, Sala do Audiovisual, Sala da Humanidades e Sala do Patrimônio Cultural.

O Fórum faz parte da agenda itinerante da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), órgão que subsidia o MinC nas decisões no âmbito da Lei Rouanet.

CNIC Itinerante

A CNIC Itinerante é uma iniciativa do Ministério da Cultura (MinC) para promover a troca de experiências dos comissários com agentes culturais de diferentes regiões do País e melhorar o uso do incentivo fiscal do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac).

A Comissão Nacional de Incentivo à Cultura é composta por 21 representantes da sociedade civil de diferentes áreas culturais e pelas sete autarquias vinculadas ao MinC: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fundação Nacional de Artes (Funarte), Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Fundação Cultural Palmares (F), Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) e Agência Nacional do Cinema (Ancine).

É integrada, ainda, pelo presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Cultura dos estados. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, preside a CNIC e tem como suplente o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes.

09 – MULHERES VENCEDORAS – CORA CORALINA

Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)

Ade Maleu Lapa-el – Nosso tema hoje é para goiana Cora Coralina.

Papa – Ana Lins dos Guimarães Peixoto – Cora Coralina, poetisa e contista, nasceu na cidade de Goiás, estado do mesmo nome em 20.08.1889, seu pai era desembargador nomeado por Dom Pedro II, mesmo assim cursou somente até os primeiros anos do primário da época. Seu talento e sua força interior deram-lhe capacidade para enfrentar adversidades e fizeram dela uma MULHER VENCEDORA, ao se superar.

Desde cedo escreveu poemas e contos. Em 1908 as primeiras publicações no jornal “A Rosa”, criado com amigas. Dois anos depois o conto “Tragédia na Roça”, sob o pseudônimo Cora Coralina foi publicado no “Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás”. Enfrentou a sociedade preconceituosa e machista da época ao fugir com o advogado divorciado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas para cidade de Jaboticabal, em São Paulo, e ou a usar o nome Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. Com ele viveu até sua morte.

O enfrentamento aos costumes do seu tempo foi reeditado ao ser proibida pelo esposo de participar do semana de Arte Moderna em 1922. Na década de 1930, após a morte do marido, para seu sustento e dos filhos ou a produzir e vender doces e continuou escrevendo. Sua habilidade como doceira deu-lhe fama. No mesmo período para completar a renda trabalhou como vendedora de livros. Em 1936 mudou-se para Andradina (SP), onde escreveu para jornal local.

Na segunda metade da década de 1950 retornou para cidade natal onde aos setenta anos após aprender datilografia encaminhou seus primeiros escritos em forma de livros para editores. Aos setenta e cinco anos publica seu primeiro livro “Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais”. Na sequência vieram: “Meu Livro de Cordel, 1976; Vintém de Cobre: Meias Confissões de Aninha, 1983; Estórias da Casa Velha da Ponte, 1985 e Os Meninos Verdes, 1980”. Suas obras póstumas são: “Tesouro da Casa Velha, 1996; A Moeda de Ouro que um Pato Engoliu, 1999 e Vila Boa de Goiás, 2001”.

As frases a seguir transcritas representam minúscula parte de sua linha de pensamento: ”Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina – O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim, terás o que colher e O saber se aprende com os mestres. A sabedoria, só com o corriqueiro da vida”. Ler Cora Coralina é nadar em caudaloso rio de sabedoria e sensibilidade, seus escritos têm sabores diferenciados, tal qual os frutos do cerrado.

TCE-PE doa 60 mudas para projeto de reflorestamento em Pernambuco

O Espaço Ciência, em Pernambuco, tornou-se um novo ponto de plantio no Movimento Plantar Juntos, recebendo 60 mudas doadas pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE). O museu será responsável pelo monitoramento do crescimento das árvores, ação fundamental para o sucesso do reflorestamento e preservação ambiental.

A iniciativa faz parte do compromisso do Governo de Pernambuco com a sustentabilidade, integrando parcerias estratégicas entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), o TCE-PE e a Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha (Semas). O projeto visa promover o bem-estar da população através da conservação ambiental.

Educação ambiental e impacto social

Além de divulgar a ciência, o Espaço Ciência fortalece seu papel na conscientização ambiental. “É um espaço de divulgação científica, mas o museu também assume um compromisso com a sustentabilidade. Acompanhar o crescimento dessas mudas e incentivar a educação ambiental são ações que impactam diretamente a sociedade e o futuro do planeta”, destacou Diogo Lopes de Oliveira, diretor de Sensibilização e Difusão Científica da Secti.

O Movimento Plantar Juntos busca não só reflorestar, mas também educar a população sobre a importância da preservação ambiental, alinhando ações práticas com aprendizado científico.

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06 – MULHERES VENCEDORAS – CAROLINA MARIA DE JESUS

Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)

Ade Maleu Lapa-el – Hoje a abordagem será sobre Carolina Maria de Jesus.

Papa – Carolina Maria de Jesus, escritora e catadora de lixo, nasceu em Sacramento (MG), no dia 14.03.1914, desde cedo enfrentou trabalho duro, residiu com a família em Lajeado e Conquista, em Minas Gerais e Franca, estado de São Paulo. Em 1937 mudou-se para São Paulo trabalhou como empregada doméstica e no ano de 1948 foi residir na favela do Canindé. Para criar seus três filhos ou a catar papéis e outros materiais para reciclagem. Em escola convencional estudou somente dois anos, mas, na escola da vida fez doutorado.

Com uma habilidade peculiar escreveu um diário, transformado no livro “Quarto de despejo – Diário de uma favelada”, publicado em 1960. O sucesso da obra tirou Carolina da invisibilidade social e permitiu uma vida melhor, contudo por questões diversas não promoveu a libertação total no tocante a independência financeira. O seu livro é considerado um marco da literatura nacional e tem alta relevância quando analisado sob parâmetros literários e políticos.

Em sua obra principal, publicada com o auxílio do jornalista Audálio Dantas, a escritora narra detalhes da sua luta diária no período de 15.07.1955 até 01.01.1960. Na versão publicada em 1995 pela Editora Ática estão registrados depoimentos, do quais transcrevo dois para mostrar a força dessa MULHER VENCEDORA. Ao ser perguntada por que começou a escrever ela disse: “Quando eu não tinha nada o que comer, em vez de xingar eu escrevia. Tem pessoas que quando estão nervosas xingam ou pensam na morte como solução. Eu escrevia o meu diário.” Para indagação sobre de onde veio a ideia do título do livro vejam a resposta: “É que…quando começaram a demolir as casa térreas para construir os edifícios nós os pobres que residíamos na habitações coletivas fomos despejados e ficamos residindo debaixo das pontes. É por isto que eu denomino que a favela é o ‘quarto de despejo’ de uma cidade. Nós, os pobres, somos trastes velhos”.

Sem obter o mesmo sucesso do primeiro livro a autora publicou em vida: “Casa de alvenaria – Diário de uma ex-favelada, 1961; Pedaços de fome,1963 e Provérbio, 1965”. Outros livros de sua autoria foram publicados após sua morte, assim como reeditados os lançados nos anos sessenta. Por merecimento recebeu vários prêmios no Brasil e no exterior, sobre sua história existe uma dezena de livros. Viva uma das grandes escritoras deste país que soube descrever como poucos o mundo em que viveu, uma mulher digna de ser exemplo para muitos desamparados.

Prefeitura do Recife realiza diplomação dos novos Patrimônios Vivos no próximo domingo

Balé da Cultura Negra do Recife (Bacnaré)

Com a missão de valorizar todas as tradições, ciclos e linguagens da Capital pernambucana, a Prefeitura do Recife irá realizar, no próximo domingo (26), a diplomação de quatro novos Patrimônios Vivos da cidade. A cerimônia se inicia às 17h, em frente ao Paço do Frevo.

A marisqueira Edileuza Silva do Nascimento, a yalorixá Laurinete Moraes, a Tribo Indígena Tapirapé e o Balé da Cultura Negra do Recife receberão o título.

A diplomação oficializa o registro dos novos patrimônios, o que garante bolsa de incentivos mensais vitalícias, além de assegurar o reconhecimento e valorização de seus conhecimentos, técnicas e fazeres culturais.

O evento contará com a participação da secretária de Cultura, Milu Megale; do presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Marcelo Canuto; da gestora do Paço do Frevo, Luciana Félix, além dos patrimônios vivos consagrados nas duas primeiras edições do concurso.

Logo após a cerimônia, o público presente poderá acompanhar um show de Marron Brasileiro, um dos homenageados do Carnaval 2025.

Patrimônios Vivos

Os novos patrimônios foram escolhidos no último mês de dezembro, por representantes da sociedade civil e governamentais.

Atualmente, o Recife conta com outros oito Patrimônios Vivos: a Associação Cultural e Quadrilha Junina Origem Nordestina; a Tribo de Caboclinhos Tupi; a parteira Edileusa Maria da Silva; o porta-estandarte José Fernando Alves Zacarias; a ista Zenaide Bezerra; Antônio José da Silva Neto, que assumiu a alcunha de Mestre Teté, à frente do Maracatu Almirante do Forte; além das agremiações históricas Pierrot de São José e Gigante do Samba.

04 – MULHERES VENCEDORAS – ROBERTA MIRANDA

Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)

Ade Maleu Lapa-el – Hoje falaremos sobre Roberta Miranda.

Papa – Maria Albuquerque Miranda, cantora, compositora e multi-instrumentalista conhecida como Roberta Miranda nasceu em João Pessoa (PB), no dia 28.09.1956. Sua vida leva uma marca que acompanha muitos nordestinos que é deixar sua terra em busca de vida melhor no Sudeste brasileiro.

Nos primeiros anos da década de 1960 foi com a família para São Paulo, tendo como base de moradia o bairro São Miguel Paulista. Muito cedo definiu que não seguiria o caminho dos irmãos no tocante aos estudos. ou a escrever músicas e assumiu que queria ser cantora, nesta empreitada contou com ajuda de amigas para ter o aos instrumentos musicais de cordas. Na rebeldia natural do jovem trocou aulas do pré-vestibular pelos ensaios com os meios disponíveis.

Como muitos outros artistas enfrentou a árdua luta de cantar em bares e casas noturnas. Ao decidir morar sozinha enfrentou outras dificuldades e para superá-las exerceu outras profissões, destaque para maquiadora e assistentes do estúdio. Bateu em muitas portas e gastou solas de sapatos para mostrar suas criações musicais. Seu esforço foi compensado, seu talento coloco-a em um pódio que poucos tiveram o direito de frequentar. Destaco aqui os seguintes sucessos: “São tantas coisas, Vamos falar de nós, Meu dengo, Vá com Deus, Sol da minha vida, Majestade e o Sabiá…”. Sua discografia, nas mídias convencionais e no mundo virtual supera duas dezenas. Ganhou merecidamente o título de “Rainha Sertaneja”. Carrega marcas insuperáveis em sua carreira. O primeiro álbum vendeu próximo de dois milhões de cópias e no total está perto de trinta milhões de cópias.

Tem seu nome inserido no rol da “Mulheres Vencedoras”, pela persistência, pelo talento e por quebrar muitas barreiras impostas por uma sociedade machista e preconceituosa. Sua voz cativante, afinada e romântica se impôs, suas letras nos remetem em direção a muitos sonhos e devaneios. Sem exagero podemos afirmar que Roberta Miranda é uma nordestina que calou a boca de muitos críticos, eleva o nome da Paraíba, do Nordeste e do Brasil no cenário musical. Venceu mantendo a essência da sua sensibilidade. Brega é quem condena seu estivo.

Sua obra não tem somente sertanejo avança sobre estilos musicais diversos. Os prêmios que recebeu e o reconhecimento como artista no Brasil e no exterior transforma essa paraibana “porreta” em um fenômeno. Vá com Deus, sempre, poetisa.