Prefeitura do Recife anuncia finalistas do 38º Concurso de Quadrilhas Juninas Adultas neste domingo

O Sítio Trindade, em Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, está sendo palco do 38º Concurso de Quadrilhas Juninas. Este ano, a competição reuniu 42 equipes. As apresentações começaram na terça-feira (11) e seguem até este domingo (16), quando serão anunciadas as 12 finalistas.

O certame é promovido pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife. Ao longo desses dias, o público tem acompanhado emocionado as performances cheias de cor, música e alegria que celebram a cultura popular e as tradições nordestinas.

Cada equipe traz ao palco coreografias elaboradas e figurinos deslumbrantes, em um verdadeiro espetáculo de criatividade e paixão pela festa junina. Seguindo os ditames da Matriz de Cultura Popular (M), as quadrilhas também fazem parte da programação dos polos descentralizados, que serão montados por toda a cidade durante as festividades do São João de 2024.

Neste sábado (15), o público foi conferir as performances das quadrilhas Festejar, Origem Nordestina, Tradição, Matutada, Zé Matuto, Amigos do Furacão e Traque. Nesse domingo (16), a partir das 18h, será a vez das quadrilhas Mestre Zé, Arrocha o Nó, Flor do Caruá, Bacamarte, Sem Limite, Anarriê e Fagulhas do Agreste animarem a plateia e disputarem uma vaga entre os finalistas. Após o encerramento da última apresentação, serão anunciadas as 12 equipes finalistas que receberão um prêmio de R$ 4,2 mil cada e terão a chance de disputar a premiação nos dias: 18 e 19.

O anúncio dos vencedores será realizado ao final das apresentações do dia 19 e as premiações envolvem recursos da ordem de R$ 60 mil, sendo R$ 19,5 mil para a campeã e R$ 13,5 mil e R$ 10,5 mil para a vice-campeã e para a terceira colocada, respectivamente.

Além das premiações coletivas, profissionais que se destacarem na disputa receberão uma quantia de R$ 750,00 cada nas categorias Casamento (Melhor Encenador), Marcador (Melhor Marcador), Desenvolvimento do Tema (Melhor Projetista), Coreografia (Melhor Coreógrafo), Figurino (Melhor Estilista/Figurinista) e Trilha Sonora (Melhor Direção Musical).

UM TOQUE DE SAUDADE

Por Naldinho Rodrigues*

Não é à toa que Erivan Alves de Almeida levava o título de mestre. Neto de mestre Bruno, um daqueles sanfoneiros de oito baixos que só o nordeste sabe gerar, Zinho, como ficou conhecido já na infância, cresceu com o talento e o amor pelo forró pé-de-serra correndo nas veias. Talento que foi reconhecido pelo próprio rei do baião e foi aclamado por milhares de forrozeiros do país.

Aos 65 anos de idade e mais de 30 de carreira, o mestre do triângulo que tinha a voz mais bonita do forró partiu na tarde do dia 31 de janeiro de 2010. Da infância em meio à pobreza e à seca, o cantor nascido em Rio Largo, estado de Alagoas, guardou a força nordestina e as influências dos antigos trovadores, que marcam voz. O timbre doce, balanceado e ao mesmo tempo alegre, grave e forte, chamou a atenção até mesmo de ninguém menos que Luiz Gonzaga.

Zinho, contava que, quando estava à beira da morte, no hospital, Gonzagão o chamou e disse: “depois de mim e Lindú (vocalista do trio nordestino, já morto na época), você é o melhor cantor de forró vivo. Não é para você se achar não viu, carrega essa bandeira”.

Obediente, mestre Zinho, que foi vocalista do grupo os Três do Nordeste por oito anos, seguiu direitinho o pedido do grande rei. Levantou bem alto a bandeira do forró pé-de-serra e a levou a todos os cantos por onde ou. Já em carreira solo, havia gravado o disco “Murro em ponta de faca”, com a participação de Dominguinhos, Amelinha e Luiz Gonzaga, um ano antes da morte do rei. Desde então não parou mais. Nem mesmo quando sofreu um acidente de carro, em 1987, que lhe tirou parte dos movimentos de uma das mãos, um câncer de próstata em 2006, uma cirurgia cardíaca em 2008.

No mesmo ano, Zinho teve uma paralisia facial e ou a se apresentar com ainda mais dificuldades. Assistir seu show assim era triste, dolorido, mas emocionante. Durante a carreira solo, fez participações importantes, como no álbum “Fruto”, de Elba Ramalho, e no projeto “Forró de cabo a rabo”, promovido pelo centro cultural Banco do Brasil. Lançou outros discos e CDs, como “De documento na mão”, “Aí o bicho pega”, “Forró do apagão” e “Gelo na farinha”.

Em 2007, foi a vez de “Canta o que o povo gosta” e em 2008 gravou em São Paulo um álbum ao vivo. Foi Luiz Gonzaga quem deu a Zinho o título de mestre, com o qual seguiu com ele até o fim de sua carreira. Mestre Zinho batalhou muito e sofreu em muitas de suas batalhas.

Tocou em inúmeras portas de loja, de cinema e em cima caminhões na capital alagoana antes da oportunidade lhe surgir à porta e ele se tornar o rosto dos três do nordeste (Zinho substituiu Zé Cacau, primeiro vocalista dos Três do Nordeste). Gonzaga não estava errado quando disse que ele era, além de o melhor cantor de forró vivo, seu sucessor. Mas esqueceu, ou talvez só não tenha percebido à época, que mestre Zinho era, ainda, muito mais.

Mestre Zinho (o mestre do forró) faleceu no dia 31 de janeiro de 2010 quando se recuperava de um tratamento de câncer em hospital no Rio de Janeiro. Erivan Alves de Almeida, alagoano que ficou conhecido no brasil inteiro como Zinho, o mestre do forró. Assim como outros grandes nomes da música nordestina, Zinho deixou muitas saudades, e uma grande obra prima musical, como a música: AMOR COM CAFÉ

*Naldinho Rodrigues é locutor de rádio. Apresenta o programa Tocando o ado pela Rádio Afogados FM, sempre aos domingos, das 5 às 8 da manhã.

Trem do Forró: festejos iniciam neste sábado e seguem até o dia 29 de junho

O Trem do Forró 2024, uma das festas juninas mais tradicionais do Recife, inicia a programação neste sábado (08). Este ano, serão feitas sete viagens, todas nos finais de semana de junho e uma final no dia 29 deste mês. O trem sai da capital pernambucana e vai até o Cabo de Santo Agostinho, em um percurso de 84 km (ida e volta).

O ingresso custa R$ 190 e pode ser adquirido pelo site da atração (www.tremdoforro.com.br) ou nos quiosques do Ticket Folia dos Shoppings Riomar e Boa Vista. As viagens dos dias 15, 16 e 22 de junho estão com ingressos esgotados e nas demais datas restam poucas vagas.

Os kits são compostos por pulseira e camisa, que dão direito a experiência completa, incluindo parada para festa na cidade do Cabo, onde os participantes são recebidos com uma quadrilha junina. Depois, eles seguem para o Pátio de Lazer, localizado ao lado da Estação Central.

Além das vendas individuais, a organização do Trem do Forró possui pacotes especiais para grupos turísticos e empresas, que aproveitam a atração para realização de festas corporativas, confraternizações e campanhas de incentivo.

O evento recebe ageiros de todo Brasil, sendo 30% formado por turistas, que vêm principalmente de estados como Bahia, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. A demanda de público gera, aproximadamente, 150 empregos diretos e 100 indiretos, além de movimentar aproximadamente R$ 600 mil na economia do Cabo de Santo de Agostinho e R milhões no Recife.

Recife anuncia R$ 10,4 milhões em editais para a cultura com recursos da Política Nacional Aldir Blanc

Cultura Hip-Hop receberá 50% dos recursos do Edital Recife Virado na Periferia

A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, anuncia quatro editais para execução dos recursos federais enviados através da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).

Em seu primeiro ano de execução, o novo instrumento da política pública de cultura do País destinou ao Recife o valor total de R$ 10.495.706,59.

Editais

Os editais são Recife Virado na Periferia; Cultura Viva do Recife; Recife Cultural – Edital de Fomento; e Edital Recife de Formação Técnica. De acordo com a Prefeitura, esses editais foram idealizados de acordo com escutas virtuais e presenciais com o Conselho Municipal de Política Cultural e com a sociedade civil.

Eles estarão disponíveis para consulta, na íntegra, no site www.culturarecife.com.br, a partir do começo de julho. As inscrições serão realizadas em agosto. Ainda no mês de outubro, será divulgada a primeira lista de projetos habilitados artisticamente. O resultado final, após período de recursos, sairá em novembro.

Periferias

Do total de recursos disponibilizados para o Recife, 20% deverão ser destinados à periferia. Desta forma, serão destinados R$ 2.099.141,31 ao Edital Recife Virado na Periferia. O valor será dividido para toda e qualquer linguagem artística periférica (50% dos recursos) e para a Cultura Hip-Hop, em celebração aos 50 anos do movimento, que receberá os outros 50% do edital.

Pontos de Cultura

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UM TOQUE DE SAUDADE

Por Naldinho Rodrigues*

A música “Toada”, interpretada pelo grupo Boca Livre, é uma celebração da vida e das experiências que ela traz. A letra convida a “morena”, uma figura que pode ser interpretada como uma companheira ou a própria vida, a se juntar ao cantor para desfrutar das canções e da jornada aventureira que é viver. A toada, uma estilo de música tradicional brasileira, é usada aqui como metáfora para as histórias e melodias que o cantor carrega em sua viola, simbolizando as memórias e sentimentos que ele deseja compartilhar.

O refrão faz referência ao “Trem de ferro a cantar”, que pode ser visto como uma alusão ao ciclo da vida e à inevitabilidade de sua conclusão. O trem, chegando ao final de sua jornada, encontra descanso, assim como o ser humano encontra serenidade ao aceitar o percurso da vida com suas alegrias e tristezas. A repetição da frase “Tanta saudade eu já senti, morena” ressalta a nostalgia e a beleza encontrada nas experiências adas, mesmo aquelas que trouxeram saudade, reforçando a ideia de que não há arrependimentos, mas sim aprendizados.

A música, com sua melodia suave e harmonias vocais características do Boca Livre, transmite uma sensação de paz e contentamento. A insistência do convite “Vem, morena” sugere um desejo de compartilhar essa paz com alguém especial, de levar a pessoas amada a participar dessa celebração da vida através da música. “Toada” é, portanto, um hino à alegria de viver, à beleza das memórias e à importância de compartilhar nossa histórias e canções.

Foi em 1978 aparece o Boca Livre, um grupo musical que traz uma nova proposta em composições, arranjos e performances vocais. Na história da música popular brasileira, tivemos outros exemplos anteriores bem conhecidos e bem sucedidos, como os cariocas, o Quarteto em CY e o MPB4. Na formação original do Boca Livre participaram Zé Renato (violão e voz), Cláudio Nucci (violão e voz), David Tygel (viola e voz) e Maurício Maestro (baixo, voz e arranjos).

O nome surge da percepção de que eles tinham a Boca Livre para cantar. E essa liberdade se estende ao modo de lançamento do primeiro álbum e LP “Boca Livre”, que ultraa mais de 150 mil cópias vendidas, um verdadeiro marco nesse tipo de produção musical. Duas lindas músicas viram sucessos e se alternam na programação das rádios. “Toada” e “Quem tem a viola”.

O segundo disco, também de produção independente, denominado “Bicicleta” sai em 1980. E se em determinado momento da história houve divergências que afastaram os integrantes do Boca Livre levando, por um curto período, um tão aclamado grupo artístico à inatividade, a reconciliação é selada com o lançamento de um single pela Som Livre em 27 de outubro de 2023.

Boca Livre é um grupo de música popular brasileira, de estilo refinado cujos arranjos instrumentais e, principalmente, vocais fogem da métrica convencional utilizada por outros grupos, através do uso de acordes vocais dissonantes e revezamentos nos solos. E foi justamente este talentoso grupo que surgiu com a música “Toada” (na direção do dia). Uma celebração da vida e das pequenas alegrias que ela oferece.

“TOADA” a uma sensação de tranquilidade e aceitação, onde as saudades e as experiências adas são vistas como partes belas e inesquecíveis da existência.

*Naldinho Rodrigues é locutor de rádio. Apresenta o programa Tocando o ado, pela Rádio Afogados FM, sempre aos domingos das 5 às 8 da manhã.

UM TOQUE DE SAUDADE

Por Naldinho Rodrigues*

Vamos relembrar Kátia Cilene Taylor, uma pernambucana de Garanhuns que aos 9 anos de idade já estava cantando na Rádio Clube de Pernambuco, e foi a revelação infantil do ano. Kátia Cilene, na época, atuando como radioatriz, cantora, garota propaganda e atriz na TV local, sempre se destacou e foi contratada pela gravadora Mocambo, então uma poderosa gravadora nordestina onde lançou seu sucesso em homenagem aos canarinhos “Rei Pelé” que foi tocada até na rádio BBC de Londres.

Consagrada entre os nordestinos, Kátia ganhou por vários anos o troféu de “Melhor do Ano” como cantora e atriz, com sucesso em várias interpretações teatrais locais. Convidada pela CBS, Kátia chegou ao Rio de Janeiro em pleno auge da jovem guarda, onde se integrou perfeitamente, lançando pela gravadora vários hits do movimento. Com o sucesso na música foi contratada pela Tv Globo para comandar, junto com seu irmão Luiz Carlos Clay, também cantor e com a carreira em ascensão, uma parada de sucessos o programa globo music hall. Com o fim da jovem guarda as gravações foram rareando e a presença na TV cessaram.

Kátia Cilene viajou por todo o Brasil, fazendo shows em circos, cinemas, clubes, ginásios e casas noturnas. Além disso, participou de programas de sucesso da época, como Hebe Camargo, Chacrinha, Jovem Guarda, Rio Hit Parade, Festa do Bolinha e programa Silvio Santos. Estes programas lhe renderam inúmeros troféus. Também não se pode esquecer de sua participação no filme “A grande parada”, o qual teve a participação de Jerry Adriani e Wanderley Cardoso, entre outros.

Em 1968, após o sucesso da música “Brasa Viva”, a CBS resolveu deixar de lado as versões e apostar nas composições brasucas, foi quando Kátia gravou “Pare de Falar” e “Bilhetinho Apaixonado”, com acompanhamento do grupo The Fevers. Ainda neste ano, alcançou outro êxito com “A manchinha no lenço”, no melhor estilo do iê-iê-iê pilantragem, uma espécie de “samba jovem”, em voga na época. Foi a única cantora da jovem guarda a fazer fotonovelas como título de seus sucessos da época. Em 1971, deixou os palcos para se casar com o produtor de rádio Ivan Romero, com quem teria seus dois filhos André e Patricia.

Após trabalhar por muitos anos na Petrobras, decidiu retomar a vida artística na década de 1980. Nessa ocasião, a dupla consagrada de compositores Michael Sullivan e Paulo Massadas era uma máquina de fazer sucessos e a disputa entre cantores famosos da época para conseguir gravar uma de suas canções inéditas era grande. Mas, em 1986 Kátia lançou um disco com apenas uma faixa de cada lado (Compacto) com duas músicas exclusivas deles “Frases” e “Pior pra Você”.

Michael Sullivan, conhecia a conterrânea Kátia desde os tempos em que a moça iniciava os primeiros os na TV e rádios recifense, por isso a presenteou com duas de suas composições. em 1988, produzida pelo amigo dos velhos tempos de jovem guarda, Ed Wilson, lançou LP com músicas de Michael Sullivan e Paulo Massadas, Carlos Colla, José Augusto e Paulo Sergio Valle. Ed Wilson, entre outros, apesar de parecer ter a receita certa para alcançar o sucesso, o disco acabou não emplacando. Logo depois abandonou novamente a carreira, ando a se dedicar à artes plásticas.

Em meados da década de 1990 se mudou com a família para São Paulo, e alguns anos mais tarde se uniu a um grupo de cantores e amigos, como os caçulas, Deny e Dino, Luiz Vagner e outros a fim de lançar um CD apresentando a regravação do antigo sucesso de cada um e uma música inédita. Infelizmente a ideia ficou só no projeto, embora tenha chegado a registrar em estúdio a canção “Coração”. Sua última apresentação ao vivo foi em outubro de 2009, no show em comemoração ao aniversário do Programa Musishow (Rádio Nacional do Rio de Janeiro). Atualmente, afastada do meio artístico, vive com o marido no litoral de São Paulo.

A pernambucana Kátia Cilene, de Garanhuns, nasceu no dia 13 de janeiro de 1956. E a música considerada até hoje o carro-chefe de vários sucessos da talentosa Kátia Cilene, que vamos escutar aqui, é BILHETINHO APAIXONADO

*Naldinho Rodrigues é locutor de rádio. Apresenta o programa Tocando o ado, pela Rádio Afogados FM, sempre aos domingos, das 5 às 8 da manhã.

Governo de Pernambuco participa de agenda internacional em prol do forró

Da Assessoria

Ritmo que aflora o sentimento de pertencimento do nordestino e que representa nosso Brasil país afora, o forró será o centro da pauta de importantes movimentos culturais nesta semana na França e em Portugal. Por meio de articulações lideradas pelas Secretarias de Cultura de Pernambuco e da Paraíba, juntamente com a Associação Cultural Balaio Nordeste, o ritmo ganhará visibilidade mundial, entre os dias 30 de maio e 02 de junho, com agenda na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris, e a realização do 1º Fórum Internacional do Forró de Raiz, no Instituto Pernambuco Porto, na cidade do Porto.

“O forró é parte da alma nordestina e é alicerce da identidade pernambucana. Por este motivo, nós, enquanto Secretaria de Cultura, trabalhamos no fomento, na valorização e na salvaguarda das nossas tradições culturais. Também estamos certos de que este movimento de internacionalização do ritmo é um importante o para colocar o Nordeste na sua merecida posição de destaque enquanto território de ricas e importantes produções, e celeiro de iniciativas voltadas à economia criativa e perpetuação do legado do nosso povo”, comenta Cacau de Paula, secretária de Cultura do Estado de Pernambuco.

Sobre o início do processo de reconhecimento do forró raiz como Patrimônio Imaterial da Humanidade a Secretária pontua ainda “Todo esse processo que iniciou e segue no Brasil, e que começa a ganhar vozes em diversas partes do mundo, é mais um o importante no pleito desse título merecido não só para a preservação das nossas tradições, mas também para o fortalecimento de toda cadeia produtiva e que gira em torno do forró”, diz Cacau.

A comitiva brasileira se reunirá no dia 30 de maio, em Paris, na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) com a finalidade de sensibilizar a instituição em relação ao processo para o reconhecimento do forró raiz enquanto Patrimônio Imaterial da Humanidade. “Para a gente é uma honra tremenda chegar até à Unesco para sermos ouvidos, para dizermos que temos uma cultura que é genuinamente nossa e que precisa ser salvaguardada”, destaca o Secretário de Cultura da Paraíba, Pedro Santos.

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UM TOQUE DE SAUDADE

Por Naldinho Rodrigues*

A nossa homenagem de hoje é para o cantor Joubert Fernandes Lemos, mais conhecido como Gilberto Lemos. Filho de uma família sem maiores recursos, Gilberto Lemos começou a trabalhar com 9 anos. Foi lavador de carros, engraxate, office-boy e balconista. Assim como Roberto, Joelma e Carlos Imperial, Gilberto Lemos também é de Cachoeiro de Itapemirim (ES).

Artisticamente, decidiu seguir carreira quando venceu um concurso de música na sua cidade, a partir daí começa a fazer constantes apresentações em shows realizados em boates e bailes da cidade. A oportunidade para estrear no disco veio com o apoio que recebeu do produtor Nunes Hernandes. Assinou contrato com a gravadora RGE no auge dos seus 21 anos de idade e logo de primeira seu disco agradou em cheio, sendo um dos mais vendidos do ano de 1981.

A gravadora percebeu o talento de Gilberto Lemos tanto para cantar, quanto para compor músicas românticas, quando chegou na gravadora o cantor já tinha mais de 50 composições escritas, prontas para gravação. Lamentavelmente o sucesso de Gilberto Lemos foi rápido demais, sumiu na estrada, perdeu a direção ou simplesmente foi descartado antes do tempo. Não foi somente “A rua em que você morava” que fez sucesso na voz de Gilberto Lemos, o cantor ainda emplacou outros sucessos, mas o tempo já era outro, e a supervalorização que a mídia deu para o rock nacional acabou por prejudicar o romantismo dos nossos cantores nos anos 80, fazendo com que os jovens mudassem radicalmente a preferência musical, não totalmente para o rock, mas a debandada para as estações de FMs mudou o perfil do consumidor naquela época, período em que vivíamos o fim da inocência.

Gilberto Lemos, hoje radicado no Rio de Janeiro fala que a música romântica sempre a sua preferida, e ele ouvia tudo de Roberto Carlos a Nelson Gonçalves, além das bandas que tinham repertório romântico com as baladas que marcaram as décadas de 60 e 70. Gilberto conta que participou de todos os programas de tv da época: Silvio Santos, Chacrinha, Globo de Ouro, Raul Gil, Xuxa, Faustão, entre outros. Deu uma parada na carreira devido a outros investimentos que andou fazendo.

Foi sócio de posto de gasolina, o que só lhe deu dor de cabeça. Também montou uma fábrica de roupas que no começo deu certo, mas depois deu tudo errado e percebeu que precisava tirar um tempo para ele mesmo. Gilberto Lemos conta que há mais de dois anos, o seu negócio é cantar, seguir o dom que deus lhe deu, e tem certeza que nunca vai se decepcionar. Ele diz: modéstia à parte, sou um privilegiado naquilo que faço e só tenho que agradecer a deus por tudo isso.

Está retomando a carreira aos poucos e faz cerca de dois shows por semana pelo Brasil. “de tudo o que vivi e continuo vivenciando, os amigos são o principal troféu da minha carreira e vida. De Cachoeiro de Itapemirim, muitas lembranças e saudades. Um grande abraço a todos. Estou voltando”.

Gilberto Lemos nasceu no ano de 1960 e seu maior sucesso foi “A rua em que você morava”, que vendeu mais de 600 mil cópias, e que lhe rendeu um disco de ouro e um disco de platina. A RUA EM QUE VOCÊ MORAVA foi as música mais tocada no ano de 1981, nas emissoras de rádio em todo o país.

*Naldinho Rodrigues é locutor de rádio. Apresenta o programa Tocando o ado, pela Rádio Afogados FM, sempre aos domingos, das 5 às 8 da manha.

‘Som na Rural’ é declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Recife

Som Na Rural

Palco itinerante em eventos culturais de Pernambuco, o projeto Som na Rural, que utiliza um Jeep Rural Willys 69, foi Patrimônio Cultural Imaterial da Cidade do Recife após votação na Câmara Municipal, nesta segunda-feira (20).

O Projeto de Lei é de autoria da vereadora Liana Cirne (PT). A Som na Rural é um projeto do produtor cultural Roger de Renor, fundador do saudoso bar Soparia (que ficava no Pina) e do diretor e fotógrafo Nilton Pereira.

Na estrada há 14 anos, esse Jeep deixou de ser um veículo comum para se tornar um símbolo de resistência e conexão com as raízes culturais do Brasil, além de levar a cultura pernambucana e recifense para diversos lugares do país.

Difusão da cultura

O Som na Rural tem sido um importante meio de difusão da cultura popular pernambucana, levando música e arte para as ruas do Recife e promovendo a inclusão social e a valorização da cultura local.

A parlamentar destacou o papel que o projeto desenvolve nas comunidades do Recife, levando além da cultura, discussão sobre as principais demandas desses locais.

“O Som Na Rural se transformou em um palco muito maior que um palco para apresentações, shows, dança, batalhas de rap, hip hop. O Som Na Rural se transformou em um canal de comunicação do povo do Recife. É muito importante esse reconhecimento. O Roger de Renor brinca que o Som Na Rural é um veículo ‘autoemotivo’, que leva afeto e política para a cidade. Fica aqui o reconhecimento ao projeto, ao trabalho de Roger de Nilton Pereira, que também registra todas as articulações que ocorrem na cidade”, disse Liana Cirne, durante a reunião plenária da Câmara Municipal.

“Onde a Rural chega para ouvir pela primeira vez uma comunidade que não tem visibilidade, não tem reconhecimento, a perspectiva muda. Depois que a Rural chega no local é incrível como as pessoas têm facilidade de se articular, crescer e multiplicar suas demandas”.

UM TOQUE DE SAUDADE

Por Naldinho Rodrigues*

Em 13 de maio de 1933, nascia Eurípedes Waldick Soriano, um dos maiores ídolos da música popular brasileira e considerado como um dos reis da música brega. Seu envolvimento com a música começou na juventude, nessa época, apesar da pouca instrução, já compunha suas próprias canções e as apresentava em quermesses e festinhas na igreja de sua cidade natal, Caetité, na Bahia. A inspiração veio de seus ídolos Nelson Gonçalves, Orlando Silva e Lupicínio Rodrigues no final dos anos 1950.

Em São Paulo, Waldick Soriano adotou um visual que se tornaria sua marca registrada: paletó e chapéu pretos e óculos escuros, inspirado no personagem de faroeste americano Durango Kid. Com um repertório de boleros e sambas-canção que falavam de relações amorosas, desilusões e dor-de-cotovelo, o artista foi criticado e até chamado de Frank Sinatra dos pobres.

Waldick Soriano, foi garimpeiro, lavrador, sanfoneiro na sua Caetité, interior da Bahia, tornou-se um cantor romântico de sucesso se destacando no cenário da música popular brasileira por suas canções de dor de cotovelo e pelo seu visual diferente que incluía sempre roupas negras e óculos escuros. Definido como um cantor de músicas bregas e cafonas, Waldick Soriano se transformou em um recordista de vendas de discos e shows por todo o Brasil.

Nos anos 1990, ele se mudou para a cidade de Teresina, onde iniciou uma parceria com o violonista Fernando Fonseca, com quem fez shows pelo país inteiro naquela que seria sua última incursão pelos palcos. Alguns anos depois foi morar em Fortaleza e ao lado do pianista Oliveira Junior continuou fazendo apresentações e shows até que teve diagnosticado um câncer de próstata. Ele teve diagnosticada a doença em 2006.

Waldick Soriano foi resgatado do ostracismo por uma mulher muito especial, a atriz Patrícia Pillar. Ela se encantou por este cantor que traduz os sentimentos da grande maioria do povo brasileiro e decidiu fazer um documentário sobre sua vida. Fascinada com a biografia dele e a montagem de um show para ilustrar o documentário acabou virando o CD e DVD “Waldick Soriano ao Vivo”.

Waldick Soriano gravou mais de 80 discos e deixou mais de 500 canções compostas. O cantor morreu aos 75 anos, no dia 4 de setembro de 2008, no Rio de Janeiro. Sua lembrança permanece viva na mente de inúmeros fãs com sucessos como: Eu não sou cachorro não, A Carta, A dama de vermelho e Se eu morresse amanhã.

Agora, sem dúvida alguma a canção que tem a cara do Waldick, e que você não pode negar, é: PAIXÃO DE HOMEM.

*Naldinho Rodrigues é locutor de rádio. Apresenta o programa Tocando o ado, pela Rádio Afogados FM, sempre aos domingos das 5 às 8 da manhã.

Convocatória do Ciclo Junino de Pernambuco 2024 tem resultado final divulgado

Da Assessoria

O resultado final e o resultado do julgamento dos recursos da convocatória do Ciclo Junino 2024, promovida pelo Governo de Pernambuco, foram divulgados nesta quarta-feira (08). O objetivo da convocatória é garantir a manutenção das tradições culturais deste festejo nas doze regiões de desenvolvimento do Estado, bem como a habilitação de propostas de artistas e grupos culturais que irão participar das festas juninas nos municípios pernambucanos.

  • Clique Aqui e confira o resultado final das propostas classificadas;
  • Clique Aqui e confira o resultado do julgamento dos recursos.

A convocatória foi promovida pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE), pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), pela Secretaria Estadual de Turismo (Setur-PE) e pela Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur).

Foram aceitas propostas em seis categorias: Cultura Popular de Tradição Junina, Cultura Popular Diversa, Música de Difusão de Repertório Junino, Trios Pé-de-Serra, Quadrilha Junina e Outros Gêneros Musicais.

  • Clique Aqui e confira todos os documentos relacionados à convocatória do Ciclo Junino de Pernambuco 2024.

UM TOQUE DE SAUDADE

Por Naldinho Rodrigues*

Aproveitando de forma antecipada, e já em clima de comemoração da pessoa mais importante na vida de um ser humano, mãe, independentemente que já tenha partido ou não, que já tenha recebido o chamamento do pai eterno, vamos falar um pouco de uma música feita com exclusividade para homenagear a nossa mamãe, (Fogão de Lenha), uma canção tão marcante para mães e filhos.

Fogão de Lenha surgiu de uma composição de Carlos Colla, Maurício Duboc e Xororó, e já estava destinada a se tornar um clássico. Consagrada há muitos anos como uma referência da música sertaneja, Fogão de Lenha é um dos maiores sucessos da carreira de Chitãozinho e Xororó, e conquistou o Brasil com uma mensagem de arrependimento e compaixão. A dupla sertaneja explodiu com o sucesso e parte dessa conquista, no entanto, foi trazida certamente por fogão de lenha, que rendeu um convite para o especial de Roberto Carlos naquele ano.

Contando a história de um filho que deixou sua casa para ser independente, a música falava com todas as pessoas, tocando o coração de muitas mães e filhos pelo país, e talvez por isso tenha entrado para a história da música sertaneja. A canção também reprisa, no contexto da vida sertaneja, a famosa parábola do filho pródigo da bíblia, confirmando que a história de arrependimento de um filho pode ser vivida em qualquer época e qualquer lugar.

Fogão de Lenha conta a história de um filho que deixou a família para ganhar a vida em busca do sucesso, mas não contava com o sofrimento que a vida longe das pessoas queridas pode trazer. Então, mandando um recado para sua mãe, ele a pede para preparar tudo em casa, do jeito que as coisas eram antes de partir, e diz que está voltando, arrependido por não se dar conta de que tudo que importava na vida sempre esteve lá.

A mensagem acaba conversando com a realidade da maioria dos filhos, onde quer que estejam, que buscam muitas vezes a independência a todo custo, sem nunca imaginar a consequência de suas ações. Com isso, além de emocionar com a melodia poderosa, Fogão de Lenha acaba também transmitindo uma lição valiosa a todos os amantes da música de Chitãozinho e Xororó, a de que nunca devemos buscar a independência de maneira irresponsável ou deixar os entes queridos para trás.

Com o sucesso garantido, a canção se tornou praticamente um hino da música sertaneja, se consolidando, com folga, como uma das mais tocadas entre os artistas desse gênero. Ao longo dos anos, muitos cantores e duplas sertanejas regravaram esse clássico. Narrada do ponto de vista do filho arrependido, a letra de fogão de lenha abre a conversa deste coma sua mãe, relembrando as coisas boas do tempo em que ou com ela e contando que está voltando para casa. Espero que gostem desta linda mensagem musical gravada em 1987 pela DUPLA Chitãozinho e Xororó: FOGÃO DE LENHA…

*Naldinho Rodrigues é locutor de rádio. Apresenta o programa Tocando o ado, pela Rádio Afogados FM, sempre aos domingos, das 5 às 8 da manhã.

Festival Cine PE 2024 divulga programação completa com 28 filmes. Confira

"Estação Janga-Lua (O Segundo Mundo do Rádio)" (PE), de Rui Mendonça

A organização do Cine PE – Festival do Audiovisual anunciou, nesta quinta-feira (02), a relação completa dos 28 filmes que farão parte da programação de sua 28ª edição. Com o tema “Ver, Ouvir, Sentir”, o festival faz uma homenagem à conexão profunda e multifacetada entre a música e o cinema entre 6 e 11 de junho.

Na noite de 6 de junho, abertura do evento, o palco do Teatro do Parque recebe um concerto sinfônico da Orquestra Bravo, trazendo releituras de músicas famosas da sétima arte sob a batuta do maestro Dierson Torres.

Neste ano, o Cine PE, que é uma das maiores vitrines do audiovisual brasileiro, recebeu um número recorde de inscrições: foram 982 produções submetidas, superando a edição de 2023, que recebeu 752 propostas, entre curtas e longas-metragens. Dos quase mil inscritos, 5 foram selecionados para a Mostra Competitiva de Longas-Metragens, 8 filmes integram a Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos, e 15 produções compõem a Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais.

Confira a programação completa do Cine PE 2024 clicando neste link.

Os cinco longas nacionais selecionados para a Mostra Competitiva foram “Memórias de um Esclerosado” (RS), de Thaís Fernandes e Rafael Corrêa; “Cordel do Amor Sem Fim” (SP), de Daniel Alvim; “Invisível” (RJ), de Carolina Vilela e Rodrigo Hinrichsen; “Geografia Afetiva” (SP), de Mari Moraga; e “No Caminho Encontrei o Vento” (PE), de Antonio Fargoni.

Fora da competição, a Mostra Hors-Concours exibe, na noite de abertura do Cine PE 2024, o filme “Grande Sertão” (SP), de Guel Arraes. Adaptação do clássico “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa, o longa transpõe o universo da violência dos jagunços do sertão para o território das organizações criminosas de uma periferia urbana, cercada por muros gigantescos, em um tempo indeterminado. A história, narrada em tom épico, segue a trajetória de Riobaldo (Caio Blat), professor que ingressou no bando por amor a Diadorim (Luísa Arraes), uma das integrantes do grupo.

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UM TOQUE DE SAUDADE

Por Naldinho Rodrigues*

A nossa homenagem de hoje segue para Elis Regina de Carvalho Costa ou simplesmente Elis Regina. Que nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 17 de março de 1945. Elis Regina foi uma cantora considerada por muitos como a melhor cantora brasileira de todos os tempos. Sua morte precoce a transformou em mito.

Diversas canções foram eternizadas na sua voz, entre elas: Águas de Março, Casa no Campo e Como nossos Pais. Elis começou a cantar com onze anos de idade no Programa Farroupilha apresentado por Ari Rego. Em 1960, foi contratada pela Rádio Gaúcha. Neste mesmo ano, foi eleita a “Melhor Cantora do Rádio”, em 1961 com 15 anos.

Viajou para o Rio de Janeiro onde lançou seu primeiro disco “Viva A Brotolândia”. Em 1964 já se apresentava no eixo Rio-São Paulo. Assinou contrato com a Tv Rio para se apresentar no programa “Noite de Galã”, sob a direção de Luis Carlos Miele e Ronaldo Bôscoli. Nessa época, Elis criou os gestos que se tornaram sua marca registrada. Quando cantava, levantava os braços e girava-os.

Também se apresentava no “Beco das Garrafas”, reduto da bossa nova. Ainda em 1964, Elis mudou-se para São Paulo. Em 1965 fez a sua estreia no festival da Record com a música “Arrastão”. Ainda em 1964. Elis recebeu o Prêmio Berimbau de Ouro e o Troféu Roquette Pinto. Foi eleita a melhor cantora do ano.

Entre 1965 e 1967, ao lado de Jair Rodrigues e de Zimbo Trio, Elis apresentou o programa “O Fino da Bossa” na Tv Record em São Paulo. Em 1968, Elis embarcou em uma promissora carreira internacional. No Olympia de Paris, foi ovacionada e voltou ao palco seis vezes depois do final do show. O apelido de Pimentinha foi dado por Vinicius de Moraes. A palavra exprimia e miudeza física e a personalidade explosiva da cantora que mudava de comportamento em segundos.

Era capaz de brigar aos gritos e no minuto seguinte conversar normalmente como se nada tivesse acontecido. Elis Regina era uma artista eclética, interpretava canções de vários estilos, como MPB, Jazz, Rock, Bossa Nova e Samba. Levou à fama cantores importantes como Milton Nascimento, João Bosco e Ivan Lins. Fez dueto com Tom Jobim, Jair Rodrigues, entre outros.

Entre os seus álbuns destacam-se: Ela (1971), Elis e Tom (1974), Falso Brilhante (1976), Essa Mulher (1979), Saudade do Brasil e Elis (1980). Em menos de 20 anos de carreira, Elis gravou 31 discos, quando imortalizou canções da música popular brasileira, entre elas: Águas de Março, Como nossos Pais, O Bêbado e o Equilibrista, Fascinação, Madalena e Romaria.

Elis Regina foi casada com o produtor musical Ronaldo Bôscoli, entre 1967 e 1972. Juntos protagonizaram brigas homéricas, geralmente em público. Dessa união nasceu João Marcelo Bôscoli (1970). Entre 1973 e 1981, Elis viveu com o pianista e arranjador musical Cesar Camargo Mariano. juntos tiveram dois filhos: Pedro Camargo Mariano e Maria Rita, hoje, cantora.

Elis Regina foi encontrada no chão de seu quarto do seu apartamento no bairro Jardins, por seu namorado Samuel MacDowell, que arrombou a porta e tentou socorrê-la, mas ela já chegou sem vida ao hospital. Elis Regina faleceu com apenas 36 anos, em São Paulo, no dia 19 de janeiro de 1982. Sua morte foi decorrente do consumo de cocaína e o uso exagerado da bebida alcoólica.

Para relembrar a dinâmica Elis Regina, escolhemos a música “FASCINAÇÃO”… Um show de interpretação!

*Naldinho Rodrigues é locutor de rádio. Apresenta o programa Tocando o ado, pela Rádio Afogados FM, sempre aos domingos, das 5 às 8 da manhã.

UM TOQUE DE SAUDADE

Por Naldinho Rodrigues*

Hoje vamos trazer um pouco de Augusto Calheiros, cantor e compositor, que nasceu em Maceió (AL), no dia 5 de junho de 1891. Descendente de índios, nasceu numa família com boa situação financeira. Aos nove anos porém, começou a ar dificuldades. Transferiu-se rapazola para Garanhuns, Agreste de Pernambuco. Ali trabalhou como dono de bar, fabricante de sapatos, hoteleiro, subdelegado e até carcereiro. Paralelamente levava sua vida musical cantando nos cinemas locais.

Em 1923 foi para Recife, onde começa a cantar na recém inaugurada e segunda rádio transmissora brasileira, Rádio Clube de Pernambuco (PRAP), em 17 de outubro de 1923.

Em 1926 faz parte da formação original do conjunto vocal Turunas da Mauricéia. O conjunto segue ao Rio de Janeiro em 1927. Calheiros, a partir de 1929, fez também sua carreira solo, mantendo um estilo próprio cantando músicas sertanejas.

Augusto Calheiros foi intérprete de grandes sucessos como Ave Maria e Senhor da Floresta. Reza a lenda que o cantor de voz afinada e popular tinha apenas um pulmão, tendo perdido o outro acometido de tuberculose. Seu sucesso no Rio de Janeiro teve um importante patrocínio do jornal Correio da Manhã.

No auge de sua popularidade, dividindo com Jararaca e Ratinho, Dercy Gonçalves, Arthur Costa e outros, cantava na Casa de Caboclo, famosa casa de espetáculos inaugurada em 1932, localizada na Praça Tiradentes, onde era divulgada a música regional brasileira. Em 1936, cantou no filme Maria Bonita, da Sonoarte.

Nos espetáculos, cabia a Calheiros fazer a apresentação de cada um dos companheiros, através do recitativo de quadrinhas: “Cantamos canções do mato/Nem é outra a nossa Ideia/Dizem que somos fato/Turunas da Mauricéia”. Ao se referir a si mesmo, dizia: “Eu só sigo os companheiros/Minha vida é a canção/Chamam-me Augusto Calheiros/O cantador do Sertão”.

As primeiras gravações dos Turunas difundiram por todo o Brasil a voz privilegiada de Calheiros, afinada, de dicção perfeita e grandes recursos. Os êxitos se sucedem, bem como as excursões, inclusive ao Sul do Brasil e Buenos Aires. Com o fim do grupo, em 1929, Calheiros prossegue cantando solo, nas rádios, gravações e nos teatros.

Ao todo gravou 80 discos 78 rpm com 154 músicas. Em 1955 destacou-se no 2º Festival da Velha Guarda em São Paulo, organizado por Almirante.

No ano seguinte a saúde, que já não era das melhores, pois havia extraído um pulmão acometido por uma tuberculose anos antes, ou a se complicar com a vida boêmia levada no Rio de Janeiro. Desprovido de recursos para tratamento, seu amigo e irador Almirante organizou um “Livro de Contos” e ou a circular no meio artístico. Em cada página escrevia-se uma quadrinha e anexava-se uma cédula de mil cruzeiros (um conto de réis). Foram arrecadados 114 “contos”, mas não foi possível salvá-lo e veio a falecer no início de 1956, Augusto Calheiros faleceu deixando uma única filha, Cleide. “A Patativa do Norte” (ou Nordeste) apelido que recebeu por tão bem cantar, canoro, foi considerado de todos, talvez o mais brasileiro deixando uma enorme saudade com suas saudosas serestas.

Vamos recordar com uma grande melodia na voz da Patativa do Norte, numa homenagem a esse alagoano, de coração pernambucano…SENHOR DA FLORESTA.

*Naldinho Rodrigues é locutor de rádio. Apresenta o programa Tocando o ado, pela Rádio Afogados FM, sempre aos domingos das 5 às 8 da manhã.