O Globo
A oposição ao governo Lula já traçou uma estratégia para tentar garantir a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (MI) para investigar um esquema bilionário de descontos irregulares nas aposentadorias do INSS. A criação do grupo depende do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), neo aliado de Lula conhecido pelo apetite voraz por verbas e cargos públicos.
Segundo relatos obtidos pela equipe da coluna, o plano da oposição inclui constrangimentos públicos a parlamentares que eventualmente desistirem de apoiar a I, um encontro com Alcolumbre na próxima semana e a busca por mais s, especialmente de senadores, para garantir o apoio da maioria da Casa à investigação.
O pedido de MI, protocolado na última segunda-feira (12), foi subscrito por 223 deputados e 36 senadores, bem mais que o exigido para esse tipo de comissão – 171 deputados e 27 senadores, o equivalente a um terço da Câmara e do Senado, respectivamente.
Mesmo assim, a meta da oposição, capitaneada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), é conseguir o endosso de ao menos mais cinco colegas na Casa, o que daria ao requerimento o peso simbólico do apoio da maioria do Senado.
Para chegar a esse patamar, o foco nos próximos dias será em conseguir a adesão de parlamentares considerados “independentes”, ou seja, aqueles que não são automaticamente alinhados nem à base lulista nem à tropa de choque bolsonarista.
Os apoiadores da MI também ameaçam expor em redes sociais e criticar em discursos da tribuna os colegas que eventualmente desistirem de apoiar a investigação no Parlamento.