Por Pedro Araújo
Não é de hoje que o dinheiro público, aquele, dos pagadores de impostos, não é levado a sério por muitos prefeitos Brasil afora, sem generalizações. Em Pernambuco, o que foi divulgado pelos meios de imprensa, é que foram 110 prefeitos (ou mais), inscritos para estarem em Brasília durante essa semana. A Confederação Nacional dos Municípios (CNM), enquanto o Brasil possui 5.569 municípios, divulgou no último final de semana que tinham mais de 12 mil inscritos (mais que o dobro), para participarem da 26ª Marcha em Defesa dos Municípios, que acontece desde a última segunda-feira (19) e se estenderá até esta quinta-feira (22).
Como leigo, aqui falo das prefeituras da região do Pajeú, onde as assessorias de Imprensa dos senhores gestores municipais enviam aos meios de comunicações as fotos escancarando a farra com o dinheiro público. São prefeitos e prefeitas acompanhados de esposas e esposos, e uma pergunta que não quer calar é: o que vão fazer as senhora esposas e os senhores esposos em um evento que não lhes dizem respeito? As agens aéreas e diárias (diga-se, caríssimas nessas épocas) em hotéis de 4 ou 5 estrelas na capital federal quem paga? Pasmem, existem prefeitos que levam pessoas na comitiva que sequer fazem parte dos seus governos. Isso é vergonhoso. Essas despesas deveriam ser vistas à lupa pelos órgãos fiscalizadores, se é que estes órgãos estão preocupados com tamanha gastança do erário público.
Outras despesas desnecessárias é com a quantidade de vereadores que vão acompanhando os prefeitos. A pergunta é: Vão buscar o que? Quem é o ordenador das despesas dos senhores legisladores que fazem parte de outro Poder? A Prefeitura ou a Câmara da qual fazem parte? Outro problema sério, são os muitos Portais de Transparências de municípios, que estão desatualizados, faz tempos, outros foram atualizados na época de gestões anteriores a estas. Mas o Tribunal de Contas ainda não enxergou isso.
Pode-se perguntar se os mesmos gestores estão aderindo a moda Janja? Primeira-dama no governo Lula, que sem ter nenhum vínculo empregatício na esfera federal se apossa de aviões da Força Aérea Brasileira, abarrota de assessores, para deslocamentos a outros países muito antes do esposo, que mesmo assim, defende tamanha aberração. Quando será que esse país vai ser levado a sério? Talvez mais nunca, a depender de quem está no comando da proa.