O Globo
Com a base desarticulada, o Palácio do Planalto vem sendo prejudicado até mesmo por disputas paralelas entre os aliados. Dois grandes expoentes do Centrão, PSD e União Brasil travam uma disputa que inclui a briga por espaços no governo e pela definição de candidatos para 2026. Ciente das dificuldades e preocupado com o rompimento recente com o PDT, o governo planeja ao menos privilegiar o partido de Gilberto Kassab (PSD). A ideia é evitar um cenário ainda pior. No mês ado, em outro contratempo, a bancada do União na Câmara chegou a vetar a indicação do líder Pedro Lucas (MA) para o Ministério das Comunicações.
A equação, contudo, não é simples, principalmente pela mudança na correlação de forças no Legislativo. Além do fortalecimento da oposição, a formação da federação do PP com o partido do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), deixa os auxiliares de Luiz Inácio Lula da Silva receosos de dar mais um o na reforma ministerial, hoje estacionada.
Senado paralisado
Mesmo após assumir o papel de principal aliado de Lula, Alcolumbre tem segurado a análise de indicações do governo para agências reguladoras e, além disso, travou a pauta de todo o plenário do Senado. Isso ocorre porque o parlamentar trava uma guerra com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, membro da Executiva Nacional do PSD, por conta da indicação nas agências.
Por outro lado, na Câmara, é o PSD que deseja tirar espaço do União Brasil. Os deputados querem assumir o Ministério do Turismo, que hoje é comandado por Celso Sabino, do União. Havia uma expectativa de parte dos deputados do PSD que a sigla indicasse um substituto.
Foi contando com essa previsão, por exemplo, que parlamentares da sigla aram a direcionar emendas para a área do Turismo no começo do ano.
Com a reforma ministerial travada houve uma frustração por parte da sigla. Integrantes das duas legendas reconhecem os embates, mas dizem que as disputas são pontuais, em parte centradas em figuras específicas.