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O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem se manifestado contra o encaminhamento da chamada PEC dos combustíveis. Em público, esse descontentamento não aparece. Mas nos bastidores do governo foi reativada a disputa que estava congelada entre o czar da Economia e o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional.
Guedes tem chamado a PEC que visa a baixar o preço dos combustíveis de “kamikaze”, uma referência aos pilotos japoneses na 2ª Guerra Mundial destinados a realizar ataques suicidas aos inimigos.
Para o ministro, a PEC “não funciona” porque “o dólar sobe e engole todos os supostos benefícios”. Internamente, na equipe econômica, a avaliação é que os investidores tendem a retirar dinheiro do Brasil com a sinalização de mais gastos públicos em ano eleitoral, o que impulsiona o valor do câmbio.
Com dólar mais alto, a gasolina, o diesel e os alimentos têm seus preços pressionados para cima. Ou seja, faria evaporar todos os supostos benefícios de redução no preço do diesel e da gasolina.
Essas explicações são vocalizadas por Guedes dentro do governo. O ministro também critica Rogério Marinho, cuja proposta é criar um fundo de estabilização que seria usado para compensar a Petrobras por não subir os preços dos combustíveis.
A proposta do fundo de estabilização é chamada de “PEC do Rogério Marinho”, que seria a responsável por interromper a trajetória de queda do dólar – a moeda norte-americana teve 7 dias seguidos de baixa, mas a curva inverteu nos 2 últimos dias desta semana.
Em videoconferência do banco Credit Suisse, nesta semana, Guedes afirmou que mais de 80% dos fundos criados no planeta deram errado. Disse que os que estão funcionando hoje custam caro às populações locais sem baratear os combustíveis.
Em ano eleitoral, Bolsonaro quer dar uma resposta aos eleitores e mostrar que busca conter o aumento dos preços. Ele enfrenta a maior subida de tarifas de energia e combustíveis em ano anterior à tentativa de reeleição. Um levantamento mostra que os petistas Lula e Dilma tiveram situações muito mais tranquilas (e conseguiram se reeleger).