Tiros, pânico e desinformação marcam noite no bairro do Ibura, Zona Sul do Recife

Vídeos com imagens de tiros foram compartilhados nas redes sociais

Moradores da Vila dos Milagres, no bairro do Ibura, Zona Sul do Recife, viveram momentos de terror na noite da segunda-feira (06) e começo da madrugada desta terça-feira, em meio a uma intensa troca de tiros entre criminosos e policiais militares.

Vídeos circularam nas redes sociais mostrando correria, barulho de tiros e várias viaturas policiais. Um helicóptero também foi usado.

Até o momento, não há informações sobre prisões ou pessoas feridas.

Mesmo diante do pânico e do clamor da população por respostas oficiais, a Polícia Militar de Pernambuco e a Secretaria de Defesa Social (SDS) permanecem em silêncio, gerando ainda mais desinformação e medo.

A Vila dos Milagres é uma comunidade marcada por casos de violência, toque de recolher e domínio do tráfico de drogas. Operações policiais foram realizadas nos últimos anos na tentativa de barrar o avanço da criminalidade, mas a polícia tem perdido essa guerra.

Homicídios caem em Pernambuco em novembro, mas feminicídios e latrocínios crescem

De acordo com a SDS, 3.150 mortes violentas intencionais foram somadas entre janeiro e novembro deste ano

Por Raphael Guerra/JC

Pernambuco registrou queda no número total de mortes violentas intencionais em novembro de 2024. De acordo com as estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS), 239 vidas foram perdidas no último mês. A redução foi de 19,3% em relação ao mesmo período de 2023, quando 296 assassinatos foram registrados.

A queda geral foi possível graças aos resultados alcançados na Região Metropolitana e no Sertão do Estado. Na capital e na Zona da Mata, houve aumento nos números em novembro – levantando o alerta à polícia, sobretudo pela guerra entre facções criminosas pelo domínio de territórios.

Na capital pernambucana, 50 mortes violentas intencionais foram registradas no último mês. Quatro casos a mais em comparação com novembro de 2023.

Na Região Metropolitana, 64 pessoas foram assassinadas em novembro. No mesmo período do ano ado, foram 109.

Já no Agreste, 54 vidas foram perdidas no mês ado. Mesmo número registrado em novembro de 2023. No Sertão, os números caíram de 48 (em 2023) para 28, em novembro deste ano.

Na Zona da Mata, 43 mortes foram somadas pela polícia em novembro. No mesmo período do ano ado, foram 39.

Nas mortes violentas intencionais estão incluídos os homicídios, feminicídios, latrocínios (roubo seguido de morte), lesões corporais seguidas de morte e óbitos decorrentes de intervenções policiais.

Crescem feminicídios e latrocínios

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Integrantes da delegação do Timor Leste para o G20 Social são furtadas no Rio

Licypriya Kangujam

A ativista indiana Licypriya Kangujam e sua mãe, ambas parte da comitiva do Timor Leste que veio ao G20 Social, relataram que foram furtadas no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, no último domingo (17). A Operação Segurança Presente foi chamada para prestar assistência para as duas mulheres.

Segundo relato publicado por Licypriya Kangujam nas redes sociais, um cordão de ouro foi levado por dois garotos que fugiram de bicicleta. A ativista disse que ficou decepcionada com a “experiência horrível” e reclamou que ninguém fez nada no momento em que foi furtada.

“A corrente de ouro da minha mãe acabou de ser roubada por dois meninos enquanto ela caminhava pelo Rio de Janeiro. E ninguém nos ajudou a detê-los, nem mesmo a polícia, quando o ladrão fugiu na frente deles (policiais) de bicicleta. O governo do Brasil nos convidou para participar do G20 Brasil como convidadas especiais. Isso nunca é esperado. Estamos indefesas”, escreveu Licypriya Kangujam.

As duas foram atendidas por agentes bilíngues da equipe da Operação Segurança Presente. As duas vítimas percorreram algumas ruas do bairro com policiais, em uma viatura, para tentar localizar os responsáveis pelo furto.

Pernambuco registra redução de 30% nos roubos a coletivos em outubro, diz SDS

Pernambuco fechou o último mês de outubro com redução nos casos de roubos a coletivos. Segundo o levantamento feito pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS), através da Gerência Geral de Análise Criminal e Estatística (GGACE), o décimo mês do ano apontou para uma redução de 30,2% nesse tipo de crime em comparação ao mesmo período do ano anterior, ando de 53 registros em outubro de 2023 para 37 casos em outubro de 2024.

A diminuição da mancha criminal nesse tipo de crime também é observada no acumulado do ano, que marcou uma redução de 13,1%, saindo de 505 (out/2023) para 439 (out/2024) casos.

Neste ano, os crimes patrimoniais registraram o segundo melhor outubro dos últimos dez anos, com 3.690 boletins de ocorrências, contra 5.852 crimes em 2014. Na série histórica (2014/2024), o maior índice ocorreu em 2016 com 10.081 CVPs.

Para o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, o resultado positivo reflete o esforço contínuo e o forte investimento na Segurança Pública.

“Estamos ampliando a presença policial nas áreas mais aquecidas e investindo em inteligência para prevenir e combater a criminalidade de forma mais eficaz. Continuaremos trabalhando para garantir que a população possa se deslocar com segurança”, pontuou o secretário, acrescentando: “Precisamos lembrar que, até outubro do ano ado, não estava sendo realizado boletim eletrônico, fator de subnotificação dos crimes em relação aos meses subsequentes. Apesar deste cenário, com a volta do BO eletrônico e menor chance de subnotificação, temos um ano com diminuição nos crimes patrimoniais”.

Mesmo com quatro meses em queda, Pernambuco segue em 3º entre estados com mais mortes no País

Programa Juntos pela Segurança tem meta de redução de 30% nas mortes violentas até 2026, tendo como base os índices de 2022

Por Raphael Guerra/JC

A chacina ocorrida no município de Bezerros, no Agreste, inclusive com a morte de uma criança de apenas 6 anos, expôs mais uma vez o alto índice de violência em Pernambuco. Apesar de registrar quatro meses consecutivos de queda, o Estado segue entre os líderes com maior número de mortes violentas intencionais.

Na lista atualizada mensalmente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, Pernambuco aparece em 3º lugar, perdendo apenas para a Bahia e o Rio de Janeiro, respectivamente.

Entre janeiro e agosto deste ano, Pernambuco somou 2.375 mortes violentas intencionais – que englobam os homicídios, feminicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e os óbitos decorrentes de intervenções das forças de segurança.

Nesse mesmo período, a Bahia contabilizou 3.876 mortes. Mas há um fator peculiar para esse resultado tão elevado: 1.061 vidas foram perdidas durante ocorrências policiais. O número representa 27,37% do total. Em termos comparativos, Pernambuco somou 35 óbitos em ações das polícias.

O Rio de Janeiro figura na vice-liderança entre os estados brasileiros com maior número de mortes violentas intencionais. Foram 2.437 registros entre janeiro e agosto deste ano. Desse total, 437 óbitos (17,9%) ocorreram durante intervenções policiais.

Isso significa que se esse indicador fosse retirado do rol das mortes violentas intencionais, Pernambuco estaria em 2º lugar com maior número de assassinatos no País.

Redução das mortes

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Funase: 43% dos adolescentes nas unidades de internação são reincidentes

Entre os socioeducandos, 64% têm entre 17 e 18 anos. Quase um terço cumpre medidas por ato infracional equivalente a homicídio ou latrocínio

Por Raphael Guerra/JC

Um dos principais desafios no combate à violência é tentar evitar que adolescentes e jovens sejam inseridos na criminalidade. Mas é notório que o poder público tem perdido essa batalha, sobretudo quando se observam os altos índices de reincidência de atos infracionais.

Em Pernambuco, 43% dos adolescentes atualmente nas unidades de internação da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) já cumpriram medidas anteriormente. Sem acompanhamento adequado após a saída dos centros, e muitas vezes sem perspectivas de futuro, eles voltaram a cometer atos infracionais equivalentes a crimes como roubos, tráfico de drogas ou homicídio.

As estatísticas mais atualizadas são do último mês de junho. Relatório da Funase indicou que 337 socioeducandos estavam unidades de internação, por determinação judicial. Desse total, 145 eram reincidentes. Já nas unidades de semiliberdade do Estado, havia 61 adolescentes, sendo 20 deles (32,7%) reincidentes.

“Esse número reflete não apenas a falha no sistema socioeducativo em promover de forma pedagógica o cumprimento da medida, mas também a ausência de políticas públicas eficazes por parte do governo estadual”, afirmou Deila Martins, coordenadora-executiva do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), entidade ligada aos direitos humanos.

“A reincidência é um indicativo de que as medidas aplicadas não têm sido capazes de oferecer oportunidades reais para a reinserção desses jovens, perpetuando assim um ciclo de exclusão e ausência de direitos. A reinserção revela que o modelo mais se assemelha ao encarceramento, e não promove a interrupção de uma série de violações de direitos que leva o jovem ao cometimento de ato infracional”, completou.

Dos 337 socioeducandos nas unidades de internação em junho, 216 estavam com idades entre 17 e 18 anos. O número representa 64%. Além disso, ao menos 108 adolescentes e jovens praticaram ato infracional equivalente ao crime de homicídio ou latrocínio (roubo seguido de morte).

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Pernambuco registra 9 homicídios em 24 horas e total de mortos em 2024 já ultraa 2.300

 

A escalada da violência em Pernambuco segue alarmante, com novos dados revelando um aumento preocupante nos índices de homicídios. Nas últimas 24 horas, foram registrados nove assassinatos em todo o estado, elevando para 222 o número de mortes violentas somente em 2024. Desde janeiro, o estado já contabiliza 2.328 crimes desse tipo, consolidando-se como um dos períodos mais violentos dos últimos anos.

Entre os casos mais recentes, chama atenção o brutal assassinato de Bianca Paula, de 28 anos, no bairro da Mangueira, em Recife. A jovem foi baleada dentro de sua própria casa, ao lado do marido, que também foi atingido e segue internado em estado grave. O crime ocorreu na presença da filha do casal, uma bebê, que foi encontrada aos prantos pela Polícia Militar ao chegar ao local. A motivação do crime e a identidade dos autores estão sob investigação pela Polícia Civil, mas ainda não há pistas conclusivas.

O cenário de violência em Pernambuco é marcado por frequentes assassinatos com armas de fogo e facas, muitos dos quais ligados ao tráfico de drogas e acertos de contas. Em outros casos, mortes ocorrem após brigas que envolvem consumo de álcool e desentendimentos pessoais, ampliando a sensação de insegurança entre os moradores.

As autoridades continuam a investigar os casos, mas a população permanece inquieta diante do crescimento constante da criminalidade, que parece desafiar as tentativas de controle e prevenção por parte do poder público. Enquanto isso, as estatísticas da violência em Pernambuco continuam a crescer, reforçando a urgência de medidas eficazes para conter essa onda de crimes que afeta o cotidiano e a segurança dos pernambucanos.

Casos de violência doméstica reduzem pelo 4º mês consecutivo, diz Governo do Estado

Os casos de violência doméstica em Pernambuco reduziram pelo quarto mês consecutivo, segundo dados da Gerência Geral de Análise Criminal e Estatística (GGACE) da Secretaria de Defesa Social (SDS). A queda superou os 6% na comparação de julho de 2023 com julho de 2024.

No levantamento feito, a análise comparou os números de julho de 2023 e julho de 2024, revelando uma diferença de aproximadamente 278 casos a menos. Em julho de 2023, foram registradas 4.152 mulheres vítimas de violência doméstica, enquanto em julho deste ano, o número caiu para 3.874.

Segundo os dados da SDS, o Recife apresentou uma redução de 15%, saindo de 761, em julho de 2023, para 647, em julho deste ano. Em seguida, vem o Agreste pernambucano, que registrou uma redução de 14,7%, caindo de 884, em julho de 2023, para 754, em julho de 2024.

A Zona da Mata e o Sertão também apresentaram redução de 4,9% e 2,3%, respectivamente. Caindo de 427, em julho de 2023,  para 406, em julho deste ano, na Zona da Mata e 840, em julho de 2023, para 821, em julho de 2024, no Sertão.

“Estamos capacitando nosso efetivo, especialmente  os integrantes das Polícias Militar e Civil, que operacionalizam e estão à frente das questões relacionadas à violência de gênero. Intensificar as ações da Patrulha Maria da Penha, aperfeiçoar o atendimento nas delegacias especializadas da mulher, além de reforçar as ações realizadas no âmbito estadual, com apoio do Governo Federal, são algumas das estratégias que estamos utilizando para combater este tipo de crime”, explicou o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho.

Operação Shamar

As ações da Operação Shamar, que acontece desde o dia 1º de agosto e vai até o final do mês, são coordenadas pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Um reforço importante na realização de ações preventivas, repressivas, ostensivas e educativas em todo o Estado.

O objetivo é conscientizar a sociedade sobre a importância de combater a violência de gênero.

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Cruzes são colocadas no Marco Zero de Caruaru em protesto contra violência; ato também acontece na Praia de Boa Viagem, nesta quinta-feira

Em mais uma ação para tentar pressionar o governo do estado para um consenso nas negociações entre os policiais civis de Pernambuco e o governo de Pernambuco, centenas de cruzes foram colocadas para simbolizar as vidas perdidas por violência, no marco zero de Caruaru, no Agreste do estado.

Os policiais civis estão em campanha salarial e também exigem do governo a inclusão efetiva da Polícia Civil nos investimentos do Juntos pela Segurança.

O Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sinpol-PE) deve repetir o ato nesta quinta-feira (25), só que desta vez na Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

“Foi anunciado um investimento bilionário para segurança pública que até agora não chegou na Polícia Civil. Caruaru é a cidade que melhor ilustra a falta de gestão na Segurança pública. Protocolamos ofício, no gabinete da governadora, no dia 22 de dezembro do ano ado, solicitando a retomada das obras do Complexo da Polícia Científica de Caruaru, a criação de delegacias especializadas, a criação da  GPCA, do Depatri, CORE e providências com relação a Delegacia de Mulher que está sobrecarregada atendendo Caruaru e outras 11 cidades da Região e absolutamente nada foi feito. Além de toda essa falta de estrutura, a Polícia Civil de Pernambuco recebe o pior salário das polícias judiciárias do Brasil, lembra Áureo Cisneiros, presidente do Sinpol-PE.

A ideia do protesto, segundo o presidente do sindicato, é chamar atenção da sociedade sobre a necessidade de estruturar e valorizar os policiais civis para diminuir a violência em Caruaru e demais cidades do estado.

“Infelizmente Caruaru voltou a figurar entre as 50 cidades mais violentas da América Latina. Aqui a Polícia Civil está um caos. O governo insiste em tratar uma cidade grande como pequena. Com um detalhe: É a única cidade do estado com dois Juntos pela Segurança, o municipal e o estadual. Já são quase 100 homicídios este ano em Caruaru. Em Campina Grande (PB), no ano ado, ocorreram apenas 27, comparou Cisneiros.

Procurado, o governo do estado enviou uma nota oficial se posicionando sobre o caso.

Confira a nota na íntegra:

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Primeiro semestre de 2024 registra aumento de mortes violentas em Pernambuco

IML Recife

Mesmo com a apresentação de queda dos números de mortes violentas intencionais (MVI) nos últimos meses, Pernambuco terminou o primeiro semestre de 2024 com números maiores se comparado com os do ano ado. O MVI é um indicador constituído pelos crimes de homicídio doloso, latrocínio, feminicídio, lesão corporal seguida de morte e outros crimes resultantes em mortes.

Conforme os números divulgados pela Secretaria de Defesa Social (SDS-PE), nos seis primeiros meses de 2024 foram registradas 1.825 mortes violentas em todo o Estado. Já em 2023, no mesmo período, 1.792 casos foram informados, somando um aumento de aproximadamente 1,84%.

No balanço do primeiro semestre de 2024, no Recife foram registradas 353 mortes. A capital tem 61,93% dos 570 casos em toda a Região Metropolitana até aqui. Já o interior do Estado somou 902 vítimas nesses seis primeiros meses do ano.

Fechando os cinco municípios mais violentos também estão Jaboatão dos Guararapes com 172 mortes, Cabo de Santo Agostinho com 93, Petrolina com 92 e Olinda com 86. Das 185 cidades de Pernambuco, o Estado só não somou mortes violentas em 20.

Esses dados são preliminares e, segundo a SDS, serão atualizados no próximo dia 15 de julho.

Em Pernambuco, maio tem queda de 11,6% na criminalidade e atinge o melhor mês dos últimos 20 anos, diz SDS

Forças de Segurança de Pernambuco. Foto: Divulgação/ SDS

Marcando uma redução de 11,6% nos índices de Mortes Violentas Letais (MVIs), maio de 2024 registrou o melhor mês da série histórica dos últimos 20 anos em Pernambuco. O recorte que engloba os casos de homicídios, feminicídios, latrocínios, lesão corporal seguida de morte e mortes por intervenção de agentes do estado, caiu de 301 (maio/2023) para 266 (maio/2024). Já na capital pernambucana, a Secretaria de Defesa Social (SDS) constatou, também, a redução de MVIs durante o mesmo mês.

Em maio, dos 266 MVIs, 180 tiveram como motivação a atividade criminal, ou seja, 68%. Na Região Metropolitana do Recife (RMR) esse percentual é de 75%. De janeiro a maio de 2024, 73% das vítimas tinham envolvimento com atividade criminal, na RMR esse percentual é de 83%.

Detalhando o número de MVIs no quinto mês de 2024, a maior redução aconteceu na Capital. Foram 34 casos em maio deste ano, representando 32% de redução comparado ao mesmo mês de 2023 que registrou 50 ocorrências.

No restante da RMR, a diminuição foi de 15,3%, caindo de 98 (2023) para 83 (2024). O Agreste finaliza maio deste ano com uma redução de 11,3%, ando de 62 casos (2023) para 55 (2024). Já o Sertão teve o aumento de um caso, saindo de 39 (2023) para 40 ocorrências este ano. Por fim, a Zona da Mata também apresentou variação de 2 casos, saindo de 52 (2023) para 54 (2024).

Para o Secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, essa redução histórica é fruto de um trabalho constante e integrado entre as forças de Segurança Pública com destaque para as operações realizadas em maio com os estados limítrofes da Paraíba e da Bahia.

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Pernambuco registra mais de 1,3 mil assassinatos em quatro meses

Pernambuco registrou a marca de mais de 1,3 mil assassinatos este ano. Nos primeiros quatro meses de 2024, o Estado contabilizou 1.312 casos de Mortes Violentas Intencionais (MVIs). É o que apontam as estatísticas de assassinatos divulgados, nesta segunda-feira (06), pela Secretaria de Defesa Social (SDS), em seu portal oficial na internet.

A pasta também contabilizou os casos de homicídios compreendidos nos 30 dias de abril deste ano. Segundo a SDS, o mês ado terminou com o registro de 324 assassinatos. Isso equivale a um aumento de 2,2% no número de casos se comparado com o mesmo período de 2023, quando foram contabilizadas 317 ocorrências.

Com a soma dos quatro meses deste ano, o total de assassinatos foi de 1.312 casos de homicídios em Pernambuco. Houve um aumento de 7,2% se comparado com o mesmo período de 2023, quando janeiro, fevereiro, março e abril somaram 1.223 mortes violentas. Foram 89 homicídios cometidos a mais no quadrimestre de 2024, na  comparação com o mesmo período do ano ado.

Com a soma dos quatro primeiros meses deste ano, Pernambuco tem uma média diária de 10.8 assassinatos diários em 2024.

Balanço por região

No mesmo boletim mensal divulgado nesta segunda-feira, a SDS apontou que o interior do Estado foi o primeiro no ranking das regiões que mais registraram casos de homicídios em fevereiro. Segundo a pasta, foram contabilizadas 147 ocorrências no mês ado.

A Região Metropolitana do Recife (RMR) ficou na segunda posição no ranking de casos de MVI em março deste ano com o total de 117 casos. Já a capital pernambucana ficou na última posição das regiões que mais registraram ocorrências de MVI no mês ado. Segundo a SDS, Recife fechou o mês de março com 60 assassinatos ocorridos no Estado.

Na soma dos quatro primeiros meses deste ano, a região interiorana do Estado contabiliza 621 mortes, seguido da RMR com 411 casos e o Recife contabilizando 280 ocorrências.

Juntos Pela Segurança

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Os estados mais vitoriosos contra o crime, em meio à crise de segurança

TROPA NA RUA - Policiais com novas viaturas em Goiás: até o roubo de gado caiu

VEJA

A segurança pública ganhou relevância política nos últimos tempos e já desponta como um tema central para a eleição nacional de 2026. O avanço das facções criminosas, o entrelaçamento cada vez mais evidente da bandidagem com o poder público, a persistência das altas taxas de crimes em níveis vergonhosos, as cenas frequentes de violência a que a população é submetida nos grandes centros urbanos e a inoperância das autoridades para lidar com a escalada do problema assustam a população. Em meio a esse cenário, no entanto, há ilhas de excelência que vêm experimentando resultados positivos nesse enfrentamento, com reduções expressivas em ocorrências sensíveis como homicídios, latrocínios e roubos, conforme mostra um levantamento feito por VEJA com base em dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), que são fornecidos pelos estados e compilados no Ministério da Justiça.

Um dos bons exemplos nesse sentido é Santa Catarina. No ano ado, metade dos 295 municípios não registrou um único caso de homicídio. Desde 2017, o estado reduziu o número de assassinatos em 47% e o de latrocínios em 84%. A taxa de homicídios por 100.000 habitantes é de 6,78, a segunda menor do país (atrás de São Paulo) e comparável à dos Estados Unidos. A Polícia Civil local alcançou uma marca histórica, com 80% dos homicídios elucidados, desempenho semelhante aos de Canadá e Austrália. “Os crimes acontecem e não ficam esquecidos”, diz o delegado-geral, Ulisses Gabriel. Como Santa Catarina, outros estados tiveram avanços consistentes, entre eles Distrito Federal, Goiás, Rio Grande do Sul, Pará e Espírito Santo (veja o quadro). Em comum, todos tiveram quedas acima da média nacional em mais de um dos principais crimes.

Nenhum desses estados inventou a roda. O êxito é fundamentado em ações que deveriam ser básicas, como integrar as diversas forças de segurança e aperfeiçoar a análise das estatísticas para definir locais de maior criminalidade e vulnerabilidade social e planejar melhor as intervenções. Alocar recursos para a compra de armas e veículos e contratação de pessoal é outra ação primordial, assim como testar tecnologias modernas, como monitoramento por vídeo com inteligência artificial e equipamentos para aprimorar o trabalho de perícia. É fundamental ainda traçar estratégias para minar o crime organizado, separando líderes presos ou identificando (e impedindo) o financiamento das facções. Também é relevante o trabalho de apreensão de armas e drogas, está a maior fonte de dinheiro dessas falanges e combustível que alimenta a espiral da violência no país.

A ofensiva contra a criminalidade varia muito dependendo do perfil dos governantes. Goiás, por exemplo, governado por Ronaldo Caiado (União Brasil), à direita no espectro ideológico, baixou os indicadores a partir do investimento pesado em armas, viaturas e agentes de segurança e um policiamento ostensivo, inclusive no campo, com tropas especializadas e georreferenciamento de propriedades rurais. “Até o roubo de gado caiu”, celebra o secretário de Segurança Pública, Renato Brum. Ex-comandante-geral da PM, ele reconhece o efeito colateral da política de confronto: no ano ado, 517 suspeitos foram mortos, o que coloca a polícia goiana como a quarta mais letal do país, à frente até de São Paulo, o estado mais populoso (que teve 504 mortos). “Aumentou, de fato, mas porque retomamos o controle”, justifica.

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Pernambuco e Paraíba avançam na parceria para combater violência

A segunda reunião estratégica para discutir e planejar ações que visam garantir a segurança foi realizada nesta quinta-feira (18) pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e a Secretaria da Segurança e da Defesa Social da Paraíba. O foco é garantir a segurança na divisa dos estados de Pernambuco e Paraíba.

“Nesta segunda reunião avançamos ainda mais na integração com a Paraíba, seja revendo o fluxo de comunicação e transferência de informações, seja na análise das ações já desencadeadas, inclusive com prisão de alvo prioritário”, ressaltou a secretária Executiva da SDS, Dominique de Castro Oliveira.

O encontro reuniu autoridades pernambucanas e paraibanas para apresentar resultados de ações que são realizadas entre as Forças de Segurança dos dois estados, além de operações desencadeadas a partir do compartilhamento de informações.

Para o secretário da Segurança e da Defesa Social da Paraíba, Jean Nunes, as ações integradas e planejadas pelas cúpulas de Segurança da Paraíba e de Pernambuco resultaram em trabalhos de inteligência que identificaram alvos e áreas comuns de criminosos nos dois estados.

“Surge aqui uma grande oportunidade de melhorar a segurança nas nossas divisas e um compromisso cada vez maior entre os nossos policiais no combate ao crime na Paraíba e em Pernambuco”, reforçou.

O primeiro encontro entre representantes das pastas foi realizado em março deste ano no município de Goiana. A reunião abordou o sistema de radiocomunicação da segurança pública da Paraíba, considerado o maior e mais moderno do Brasil, que terá integração com Pernambuco.

Cenário pernambucano

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Pernambuco teve maior taxa de assassinatos por 100 mil habitantes do Nordeste e a segunda maior do Brasil em 2023

Policial civil realizando perícia em cena de crime, em foto de arquivo — Foto: Reprodução/TV Globo

G1

Pernambuco foi o estado do Nordeste com a maior taxa de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) por 100 mil habitantes em 2023. A categoria inclui homicídios, lesões corporais seguidas de morte e latrocínios, que são roubos que acabam em mortes. No Brasil, ficou em segundo lugar, atrás apenas do Amapá.

Os dados são do Monitor da Violência, levantamento com base nos números da Secretaria de Defesa Social (SDS). Foram registrados 38,8 crimes violentos a cada 100 mil residentes em Pernambuco, no ano ado. A taxa média do Brasil no mesmo período foi de 19,4. Único estado com um resultado proporcional maior, o Amapá contabilizou 45,2 crimes a cada 100 mil pessoas.

Em números absolutos, Pernambuco teve 3.518 assassinatos em 2023, sendo 3.408 homicídios, 87 latrocínios e 23 lesões corporais seguidas de morte.

O resultado foi pior do que o registrado em São Paulo: no estado mais populoso do Brasil, 2.977 pessoas foram mortas no último ano. A proporção de assassinatos por 100 mil habitantes foi de 6,7 em SP.

Levando em consideração os registros de 2022, Pernambuco teve uma alta de 5,5% no número de CVLIs. Esse cenário vai na contramão do contexto nacional, em que outros quatro estados também apresentaram alta em comparação com 2022.

Foram eles:

  • Amapá: 49,5%
  • Rio de Janeiro: 7,4%
  • Minas Gerais: 3,7%
  • Maranhão: 1,8%

O Ceará foi o único estado brasileiro que não teve variação no número de mortes entre 2022 e 2023. Todas as demais unidades federativas reduziram os registros de assassinatos.

Juntos pela Segurança

Em julho de 2023, a governadora Raquel Lyra (PSDB) lançou o Juntos pela Segurança, nova política pública estadual de enfrentamento à violência criada para substituir o Pacto Pela Vida, implementado em 2007 pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB). As metas do programa, no entanto, foram anunciadas apenas dois meses depois, no dia 27 de novembro.

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