Por Lauro Jardim/O Globo
Uma parte da cúpula do Exército ficou desconfortável com uma fala do general Tomás Paiva durante um curso de formação para 300 futuros comandantes da caserna no mês ado, o incômodo incluiu também o fato de terem sido obrigados a deixar celulares de fora do auditório e de em um termo de confidencialidade.
Mas o que mais irritou foi a crítica a três oficiais: coronel Bernardo Romão Correa Neto, tenente-coronel Mauro Cid e o major Rafael de Oliveira. O trio chegou a ser preso na investigação sobre a trama do golpe de 8 de janeiro e acabou solto. As declarações atingiram em cheio a ala bolsonarista do Exército, que não gostou da exposição dos oficiais.
Na frente dos futuros comandantes, Paiva usou os três como exemplo dos caminhos que não devem ser seguidos no Exército. Paiva nunca escondeu sua visão crítica ao 8 de janeiro, o qual já chamou de “terremoto político que tenta matar a coesão, a hierarquia, a disciplina, o profissionalismo e o orgulho à farda”. Aliás, o comandante tem dito ser preciso separar o “CNPJ” do Exército dos “Fs” de quem se envolveu na trama golpista.