Combater a fome e incentivar a agricultura familiar: saiba quais são as engrenagens das Cozinhas Comunitárias

A hora do almoço se aproxima e é possível sentir o cheiro da refeição se espalhando pela cozinha à medida que as pessoas vão se aproximando. O espaço parece estar cada vez menor, mas na verdade é a quantidade de bocas que está aumentando. Esse é o dia a dia das Cozinhas Comunitárias, uma iniciativa que visa combater a fome e ainda gerar lucros para os agricultores locais.

Essas duas características formam os pilares das 110 Cozinhas Comunitárias distribuídas em todas as regiões do estado de Pernambuco. Os espaços são engrenagens importantes na máquina que visa promover a segurança alimentar e garantir mais dignidade para a população carente.

As atividades das Cozinhas Comunitárias vão além de assegurar uma refeição saudável para pessoas em vulnerabilidade e ainda realizam atividades de inclusão social produtiva, fortalecimento da ação coletiva e da identidade comunitária e ações de educação alimentar e nutricional.

Estes espaços são destinados para os municípios que possuem um número elevado de pessoas em situação de miséria ou pobreza. Estão na mira das Cozinhas Comunitárias grupos sociais vulneráveis à fome, a exemplo de trabalhadores de baixa renda, idosos, desempregados, pessoas LGBTQIA+, com deficiência, povos indígenas, povos de terreiros, povos quilombolas, pescadores artesanais, comunidades ribeirinhas, povos ciganos, catadores de material reciclável, vítimas de violências, entre outros.

Em Pernambuco, 161 dos 184 municípios já aderiram ao programa e os que desejam fazer parte da iniciativa devem encaminhar ofício de manifestação de interesse à Secretaria Executiva de Combate à Fome.

Em julho de 2023, o Governo do Estado investiu ainda mais nas Cozinhas Comunitárias e instalou os equipamentos no interior de Pernambuco. Municípios como Santa Cruz da Baixa Verde, Mirandiba, Solidão e Tuparetama, no Sertão, foram contemplados com a iniciativa.

“A cidade está muito feliz com a inauguração da Cozinha Comunitária porque agora muitas pessoas sabem que vão ter pelo menos uma refeição garantida por dia. Também fiquei muito feliz que a cozinha veio para Vicência e agora vou poder ajudar essas pessoas mais necessitadas”, disse Lilia Gomes, uma das funcionárias do espaço.

Para alcançar a meta de implementar o serviço em mais municípios, foram investidos somente no ano ado R$ 29,5 milhões, um valor três vezes maior que em 2022. Até o fim de 2024, o objetivo do Governo do Estado é alcançar 205 cozinhas em funcionamento.

A iniciativa também é incentivada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). O apoio é feito por meio da publicação de editais de seleção pública ou indicação de emendas parlamentares.