IstoÉ
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o senador Otto Alencar (PSD-BA) tem se esforçado para aprovar no colegiado novas regras para as eleições e se diz incomodado com uma certa letargia do Congresso Nacional. Para ele, os parlamentares estão demorando demais a começar, de fato, a votar propostas de interessam do país.
O senador apontou a necessidade de acabar com a reeleição e com as eleições de dois em dois anos. Ele defende unir os pleitos municipais com as eleições gerais, quando são escolhidos presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais.
São dois pontos que, no entender de Otto Alencar, não deixam os políticos pensarem em outra coisa a não ser renovar seus mandatos. “Vai fazer três meses que o Congresso abriu e está até agora em total letargia”, queixa-se.
“Há muita política e pouca ação. Quem governa não tem sossego para governar. É desassossego para prefeito, para governador ou para presidente da República. Toda semana agora pipoca uma pesquisa e é o que se fala nas sessões. Vamos discutir a pesquisa em vez de discutir saúde e educação”, observou.
Um dos assuntos que mais têm causado polêmica na CCJ do Senado está relacionado também com as eleições. Trata-se do Código Eleitoral, que traz mudanças na forma que a legislação encara o empoderamento político feminino. O relator da proposta, senador Marcelo Castro (MDB-PI), apresentou sugere a reserva de 20% das cadeiras para mulheres, mas ao mesmo tempo acabar com a punição dos partidos que não cumprirem a cota de 30% de candidaturas femininas.
A bancada feminina do Congresso reagiu, e a comissão presidida por Alencar vem agora fazendo uma série de audiências públicas sobre o assunto. “Um partido não pode ser punido por não conseguir candidaturas de mulheres”, defende o senador.
Na onda das negociações políticas para 2026, Otto Alencar já manifestou sua posição. Ele pretender apoiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou quem ele indicar, mesmo que o PSD lance o plano do presidente da legenda, Gilberto Kassab, de ter o governador do Paraná, Ratinho Júnior, como presidenciável caso Tarcísio não seja o candidato do campo da direita.