Conheça os “olhos” que cuidam do trânsito do Recife

RENATO RAMOS/JC IMAGEM

Por Roberta Soares/JC

Muitos motoristas não fazem ideia do que é e de como funciona a Central de Operações de Trânsito (COT) do Recife. E, mais do que isso. Muitos acreditam que a unidade, que são os olhos da gestão do trânsito da capital, tem como principal objetivo registrar as infrações cometidas pelos condutores.

Puro engano. A COT, que é operada e gerida pela Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), tem um papel para a cidade do Recife que vai muito além da multa. Que extrapola a fiscalização punitiva de trânsito. Acredite.

A central atua muito mais no monitoramento das intercorrências e eventos que geram impacto na circulação viária da cidade – entre eles os sinistros de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se diz, segundo a ABNT. Entenda) do que nas notificações de motoristas que insistem em desrespeitar as regras de trânsito. É fato.

A Coluna Mobilidade voltou à COT para detalhar o seu funcionamento atualmente. São 207 câmeras de videomonitoramento na cidade. E, dessas, apenas 28 são utilizadas para fiscalização de infrações, ou seja, têm autorização legal para multar o motorista. E, mesmo assim, em infrações específicas: estacionamento sobre calçadas, parada sobre faixa de pedestres e conversões proibidas.

Embora no início de 2022 o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), autoridade máxima do País em legislação de trânsito, tenha autorizado, com a Resolução 909/22, o registro de todas as infrações captadas de forma online pelas câmeras de videomonitoramento, o Recife não aderiu à “generalização”, digamos assim. Manteve as notificações restritas às três infrações iniciais.

A multa por videomonitoramento é um assunto polêmico, sobretudo por ser exercida pela tecnologia e sem a presença física da autoridade de trânsito.

Estrutura da Cot no Recife

Vinte profissionais trabalham na Central, que funciona 24 horas por dia. É da COT que também é feito o monitoramento dos sinistros de trânsito e, a partir da central, os agentes de trânsito que estão nas ruas são acionados para as ocorrências necessárias. Mas, como explica a presidente da CTTU, Taciana Ferreira, a COT também vai além.

“Vamos além dos sinistros, sim. A COT reúne equipes de operação e fiscalização de trânsito, manutenção da rede semafórica, orientação de trânsito, fiscalização de transportes e atendimento ao cidadão. É através dela que realizamos operações especiais de trânsito, monitoramento do tráfego de veículos, de protestos e pontos de alagamento, por exemplo. Por ela, conseguimos ver a cidade a partir da sua movimentação viária”, explica. Por isso, são os “olhos” da CTTU, de fato.

“Como já dito, buscamos promover a segurança viária utilizando recursos tecnológicos como câmeras e rádio comunicadores. A COT atua de forma integrada a órgãos como Samu e Emlurb, inclusive com o compartilhamento das imagens de videomonitoramento, quando necessário. Existe, ainda, o compartilhamento de imagens em tempo real para os veículos de imprensa, garantindo informação com transparência sobre o trânsito na cidade”, acrescenta.