Pouco mais de um ano antes das eleições estaduais de 2026, a governadora Raquel Lyra (PSD) articulou mudanças para fortalecer sua base política e consolidar apoios estratégicos.
Após oficializar sua filiação ao PSD, a gestora tenta fortalecer e ampliar alianças políticas com mudanças no seu secretariado. Na quinta-feira, 20 de março, o Governo de Pernambuco trocou três gestores de seu escalão. Os novos nomes, mais alinhados ao quadro político, foram empossados pela governadora em exercício Priscila Krause (PSDB), já que Raquel Lyra estava de licença, no Canadá.
Uma das mudanças mais relevantes ocorreu na Secretaria de Turismo e Lazer, que hoje é comandada pelo deputado estadual Kaio Maniçoba (PP). Maniçoba foi o primeiro deputado estadual em atividade a assumir um cargo de Primeiro Escalão no Governo Raquel.
Esse marco já representa uma mudança na gestão da governadora, que foi criticada no começo de sua istração por focar em quadros mais técnicos.
A ida do deputado para o Executivo pode estar vinculada com uma tentativa de maior consolidação da aliança com o Progressistas (PP). Partido com a maior bancada na base governista na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a legenda tinha flertado para se tornar independente.
Com a possibilidade de Federação com o União Brasil, o PP se torna um elemento ainda mais importante dentro da base de Raquel. A partir da ida de Maniçoba para o Executivo, sua vaga na Alepe foi ocupada por Roberta Arraes (PP), primeira suplente da legenda. No ano ado, a deputada já havia assumido temporariamente o mandato no lugar do Pastor Cleiton Collins (PP), afastado por questões de saúde.
Antes, a Secretaria de Turismo era comandada por Paulo Nery, uma indicação do deputado federal Eduardo da Fonte (PP). Essa foi a terceira mudança na pasta desde o início do governo Raquel Lyra, que inicialmente nomeou o ex-deputado federal Daniel Coelho (PSD) para o cargo.
Outro partido contemplado foi o Avante, que ou a integrar a base governista após ocupar espaços na gestão municipal do prefeito João Campos (PSB). A sigla assumiu o comando da Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo, com o ex-prefeito de Custódia, Emanuel Fernandes de Freitas. A pasta era chefiada por Amanda Aires.
Além disso, o Avante deve indicou o novo do Arquipélago de Fernando de Noronha. O governo retirou a indicação do biólogo Walber Santana para o cargo e abriu espaço para o partido, presidido em Pernambuco pelos irmãos Waldemar e Sebastião Oliveira.
Essa mudança do Avante para o lado de Raquel poderá afetar a disputa pela Prefeitura de Goiana. Em um pleito entre Eduardo Batista (Avante) e Marcílio Régio (PP), a governadora poderá se aproximar de Batista, já que Marcílio conseguiu o apoio do PSB de João Campos.
Mesmo que o nome do PP seja o sucessor escolhido por Eduardo Honório (União Brasil), aliado da governadora, Raquel poderá mudar de lado para migrar para um político que esteja completamente alinhado ao seu projeto para 2026.
Já integrante da base governista, o Podemos, também foi contemplado com as mudanças na estrutura do governo estadual. A sigla indicou Miguel Duque, ex-candidato a prefeito de Serra Talhada, para a presidência do Instituto de Pesquisas Agronômicas (IPA). Ele é filho do deputado estadual Luciano Duque (Solidariedade), outro aliado de Raquel Lyra.
As mudanças mais recentes marcam uma estratégia já adotada pelo governo desde o início do ano. Em janeiro, a governadora nomeou ex-prefeitos para cargos comissionados, especialmente na Secretaria da Casa Civil, com foco em fortalecer alianças com políticos do interior.
Além desse ponto, a própria mudança para o PSD e a aproximação com legendas da base de João Campos, como PT e União Brasil, já demonstra as movimentações da governadora. Com informações do Blog do Jamildo.