A Federação Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) publicou uma carta aberta ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Roberto Barroso. A entidade critica o “tratamento desigual e o desrespeito às demandas legítimas” dos trabalhadores “que garantem o funcionamento” da Justiça no Brasil. A federação pede, por exemplo, reajuste salarial.
“Enquanto observamos a magistratura acumulando benefícios e verbas vultosas em sessões istrativas, os(as) servidores(as), que são o alicerce do Judiciário, enfrentam desafios crescentes, como sobrecarga de trabalho e a defasagem de direitos e benefícios essenciais”, lê-se no texto.
Eis a íntegra da carta aberta.
Segundo a Fenajufe, houve “tentativa de diálogo”, mas que as questões não foram resolvidas. “A falta de respostas efetivas às principais reivindicações da categoria tem causado enorme insatisfação”, disse a federação.
A entidade pediu melhoria nas remunerações e “redução das desigualdades salariais internas”. A Fenajufe declarou que os reajustes recentes não foram suficientes para repor a inflação acumulada, resultando em perdas reais.
“É necessário corrigir as distorções, promovendo justiça e isonomia nas carreiras do Judiciário”, afirmou.
A Fenajufe também pede, dentre outras coisas:
- pagamento do auxílio-saúde nos mesmos moldes do recebido pelos magistrados;
- indenização de transporte para oficiais de Justiça;
- implementação do adicional de qualificação;
- garantia de férias não usufruídas depois de 2 anos;
- regulamentação e ampliação do trabalho remoto;
- registro efetivo das horas extras;
- incorporação de gratificações às aposentadorias.
“O Judiciário é constituído e construído não apenas pela magistratura, mas por mais de 120 mil servidores(as), cuja atuação é indispensável”, disse a Fenajufe.
A federação afirmou reconhecer os esforços de Barroso em resolver a questão. “Mas ressaltamos que tais ações precisam ser acompanhadas de respostas concretas e efetivas às demandas apresentadas”, afirmou.
A Fenajufe não descarta uma greve caso as reivindicações não sejam atendidas.