Coluna do Estadão
Indicado para assumir o lugar de Juscelino Filho no Ministério das Comunicações, o líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA), fez uma espécie de “esquenta” para o cargo e apresentou nesta semana um projeto de lei focado na melhoria da infraestrutura digital no País. O parlamentar se prepara para ingressar no governo Lula, mas antes precisa garantir a unidade da bancada com a escolha de um novo líder.
Na proposta protocolada na Câmara, Fernandes propõe criar a Política Nacional para Processamento e Armazenamento Digitais (PNPAD). A ideia é expandir o número de data centers e outras estruturas de processamento de dados, para melhorar a conectividade e impulsionar a economia digital. Dentro dessa política, seriam criadas Zonas Especiais de Processamento e Armazenamento Digitais (ZEPAD), áreas estratégicas para atração de investimentos no setor digital.
“O Brasil precisa garantir a infraestrutura necessária para seu crescimento digital. Este projeto visa, não apenas apoiar a transformação digital interna, mas também tornar o país um líder global na oferta de serviços digitais. As ZEPADs serão fundamentais para essa agenda de inovação, conectividade e competitividade”, diz Fernandes.
Antes de deixar a liderança na Câmara, o deputado precisa construir um consenso para sua sucessão. Juscelino Filho, que reassumiu o mandato na Casa, chegou a ser cotado para o posto, mas enfrentou resistências internas. Outros nomes, como Damião Feliciano (PB), Moses Rodrigues (CE), Mendonça Filho (PE), Marangoni (SP) e Arthur Maia (BA) também são considerados.
Na semana ada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu aval para a nomeação de Pedro Lucas Fernandes no ministério, após Juscelino Filho pedir demissão por ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em suposto caso de corrupção. A posse do novo ministro, contudo, ainda não está marcada.
O União Brasil já vinha preparando Pedro Lucas Fernandes para o cargo. Ele é próximo do presidente do partido, Antonio de Rueda, e fez uma série de acenos ao governo Lula ao assumir a liderança da bancada, como a apresentação de um projeto de lei contra o desperdício de alimentos, no momento em que a inflação corrói a popularidade do petista. Ele também acompanhou Lula na viagem ao Japão no fim de março.