Na semana em que se celebra o Dia Internacional das Meninas nas Tecnologias de Comunicação e Informação, comemorado em 24 de abril, Pernambuco desponta como referência na busca por equidade de gênero no setor tecnológico. De acordo com projeção da Confederação das Associações de Empresas de Tecnologia (Assespro), a expectativa é de até 20% no crescimento da participação de mulheres na área de Tecnologia da Informação (TI).
Entre as funções com maior potencial para impulsionar novas oportunidades no setor, destacam-se: especialista e gerente de dados, profissional de Inteligência Artificial (IA), arquiteto de redes, desenvolvedor front-end e engenheiro de robótica.
O cenário de aumento vem como consequência das políticas de inclusão e do fortalecimento do ecossistema local de inovação, principalmente no Recife. Segundo o último Censo da Educação Superior, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a capital figurou com o maior número de estudantes de TI por habitantes.
A cidade acumulava 658 alunos matriculados por 100 mil habitantes, ficando à frente de Brasília, que somava 445,2 alunos de tecnologia pela mesma quantidade populacional — uma diferença de aproximadamente 47% em relação ao Recife.
Crescimento
Embora a expectativa seja otimista, a desigualdade de gênero ainda é uma barreira estrutural a ser superada no mercado tecnológico, com cargos ocupados majoritariamente por homens. No contexto nacional, a diminuição dessa disparidade ainda é tímida, mas o público feminino tem avançado em sua participação.
Dados do levantamento do Serasa Experian indicaram um aumento de 4,6% na inserção de mulheres em cargos no campo da tecnologia e inovação em comparação com o ano anterior. Já no acumulado de 2015 a 2022, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registrou um incremento de 60% da presença feminina no setor de TI. A os lentos, a diferença entre a ocupação de homens e mulheres na área vai diminuindo.
Recife
Para a diretora de tecnologia e vice-presidente de Governança e Planejamento da Confederação Assespro, Laís Xavier, o crescimento da participação feminina é fruto de um esforço coletivo que envolve políticas públicas, programas de capacitação, fortalecimento de redes de apoio e a visibilidade de mulheres que se destacam no setor. “Além disso, o aumento da oferta de cursos técnicos e oportunidades remotas tem facilitado o ingresso de mulheres em áreas que antes eram predominantemente masculinas”.