Produtores rurais dos municípios de Barra de Guabiraba, Bonito, Gravatá e Sairé, no Agreste, e Cortês e Amaraji, na Zona da Mata, enfrentam um problema de infestação de moscas. Como os insetos atacam o gado, a produção de leite e carne é afetada. Nesta sexta-feira (20), a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro) falou sobre as causas dessa situação.
“Nesse circuito, o pecuarista vem tendo prejuízos sérios por conta do ataque das moscas”, declarou o diretor de defesa e inspeção animal da Adagro, Fernando Góes de Miranda, além de informar que o problema afeta 92 mil cabeças de gado.
Ele disse que existem três cadeias produtivas envolvidas no problema: a avicultura, o plantio de inhame e a pecuária. Também explicou que as infestações de moscas aumentam conforme a produção, quando se multiplica o volume de matéria orgânica em épocas de mais umidade.
Ainda segundo o diretor, um dos principais alvos das fiscalizações da Adagro é a cama aviária. Mais conhecida como “cama de frango”, ela consiste em um subproduto de avícolas composto por um conjunto de materiais utilizados para forrar os pisos dos galpões nas granjas.
“O pessoal tem que utilizar a cama de forma correta. Na hora do plantio, depois de usar a cama de frango, tem que cobrir aquela área então a gente vai fiscalizando isso. Ela tem que estar 100% coberta até a sua utilização”, declarou.
Ele também falou sobre a forma adequada para o transporte. “As [avícolas] oficiais, a gente chega junto com mais de 460 renovações de registro para atender e orientar o uso da cama de frango da forma correta. Esse produto tem que sair de lá tratado e com esse documento de inspeção sanitária para deslocamento no campo”, disse.
Para o diretor, a tendência é que a situação piore com a continuidade da veiculação do produto ilegal da cama de frango sem regulamentação sanitária.
“É realmente um transtorno para o pessoal da pecuária. O trabalho da gente já acontece rotineiramente e já está no nosso planejamento. Quando chega nesse período, o trabalho se intensifica para tentar minimizar os danos. Mas é importante que o produtor de inhame faça o trabalho dele”, contou Fernando.
Fiscalização
De acordo com o diretor, os trabalhos de fiscalização da Adagro com relação a essa situação vêm sendo feitos em cerca de 1,2 mil avícolas em Pernambuco, mas há o empecilho da atuação da agência nos locais clandestinos de pecuária.
Fernando contou que, no trânsito ilegal do produto, a fiscalização volante notifica o produtor e, em alguns casos, também há aplicação de multa.
A Adagro afirmou, por meio de nota, que também tem feito à instalação de barreiras sanitárias nas principais rodovias e nas proximidades das feiras de gado para verificar se o transporte é realizado dentro da legalidade.
“Essas ações de fiscalização nas granjas produtoras, nas rotas de transporte (rodovias e feiras de gado) e nas propriedades de inhame, que já ocorrem dentro do planejamento diário, são intensificadas de agosto a novembro, período em que ocorre o plantio do inhame e maior proliferação”, disse a agência.
A Adagro informou que tem checado as denúncias que chegam por meio da ouvidoria e disse que a população pode denunciar irregularidades através dos canais de atendimento, enviando uma mensagem para o e-mail [email protected] ou fazendo uma ligação gratuita para o número 0800 081 1020.