INSS: PL prepara campanha para aposentados de olho em desgaste do governo

O Partido Liberal (PL) prepara para a próxima semana uma campanha voltada para aposentados e pensionistas que tiveram descontos irregulares nos benefícios. A ação inclui a divulgação de um vídeo sobre o tema e a disponibilização de um número de WhatsApp para esclarecimento de dúvidas e ensinar como verificar se tiveram descontos ilegais. Parlamentares do partido também foram orientados a gravar vídeos reforçando a iniciativa.

A campanha faz parte da ofensiva da oposição para pressionar o governo federal por causa da fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Investigação da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal (PF) apontam que os descontos ilegais feitos por associações podem chegar a R$ 6,3 bilhões.

Parlamentares da oposição disseram na sexta-feira terem atingido o número de s de deputados e senadores para a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (MI) para apurar a fraude no INSS.

Chamada pela Polícia Federal de “farra do INSS”, a crise pressiona o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que já enfrenta uma queda de popularidade.

Na tentativa de estancar a crise, Lula mudou o comando do Ministério da Previdência Social. Enfraquecido, Carlos Lupi pediu demissão na última sexta-feira, e seu número 2 na pasta, Wolney Queiroz, foi nomeado ministro.

Porém, o novo ministro já entrou na mira da oposição. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), pediu o afastamento do novo ministro da Previdência à Procuradoria-Geral da República (PGR).

No requerimento, o deputado também pede que o ex-secretário-executivo seja investigado por omissão, violação aos princípios da istração pública e inidoneidade moral superveniente.

Wolney Queiroz estava presente na reunião do Conselho Nacional do INSS em que a conselheira Tonia Galleti alertou sobre os descontos de mensalidades dos aposentados.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) também pediu o afastamento de Wolney Queiroz. Por meio de uma ação popular apresentada na Vara Federal do Distrito Federal, a parlamentar usou os mesmos argumentos do líder do PL. Segundo ela, a escolha de Wolney viola o “princípio da moralidade istrativa”.

“O ministro nomeado tinha total ciência da gravidade revelada pelo Tribunal de Contas da União, Controladoria-Geral da União e pela Polícia Federal”, defendeu.

Na tentativa de reverter a crise, o governo Lula tem pressa para apresentar um plano para o ressarcimento das vítimas das fraudes. A expectativa é que a proposta seja submetida à Casa Civil no início desta semana.