IPCA: Inflação desacelera em janeiro e taxa em 12 meses recua para 4,56%. Você acredita?

Notas real, inflação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, desacelerou para 0,16% em janeiro, ante 0,52% em dezembro, informou nesta terça-feira (11), o IBGE. Foi a menor taxa para um mês de janeiro desde o início do Plano Real, em 1994. Dá para acreditar?

Com isso, o acumulado em 12 meses recuou para 4,56%, contra 4,83% no fechamento de 2024.

O resultado veio dentro do esperado. Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 0,16% em janeiro, acumulando em 12 meses alta de 4,57%.

O centro da meta perseguida pelo Banco Central para 2025 é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

O que segurou a inflação em janeiro?

Os preços do subitem energia elétrica residencial caíram 14,21% e exerceram o impacto negativo mais intenso (-0,55 p.p.) sobre o IPCA de janeiro. Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, explica que “essa queda foi decorrência da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas em janeiro”. Ou seja, favorecido por um fator pontual e que não se repetirá em fevereiro.

A energia elétrica residencial integra o grupo da Habitação, que registrou queda de 3,08% em janeiro.

Os preços do grupo Transportes, subiram 1,30%, puxado pelas altas em agens aéreas (10,42%) e ônibus urbano (3,84%).

Alimentos sobem pelo 5º mês seguido

Já o grupo Alimentação e bebidas teve seu quinto aumento consecutivo (0,96%), influenciado pelas altas da cenoura (36,14%), do tomate (20,27%), e do café moído (8,56%). Por outro lado, os preços da batata-inglesa (-9,12%) e do leite longa vida (-1,53%) recuaram.

A inflação de serviços também segue pressionando o IPCA. O índice acelerou em janeiro para 0,78%, ante 0,66% em dezembro.

Repercussão

“De modo geral, a composição da inflação continua apontando para um cenário de sobreaquecimento, mas sem grandes surpresas em relação ao que já era esperado pelos agentes, o que sugere impacto limitado sobre o curso da política monetária”, avaliou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.

Segundo pesquisa Focus divulgada na véspera pelo BC, a expectativa atual do mercado para o IPCA é de alta de 5,58% ao fim deste ano, no que foi a 17ª semana consecutiva de aumento na previsão. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira é de 4,30%.

A mediana das expectativas para a Selic em 2025 é de 15%, enquanto que para 2026 a projeção é de que a taxa atinja 12,50%.