Estadão
O desembargador Newton Ramos, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), ordenou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) devolva 39 aves apreendidas da casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres em 2023. O magistrado ressaltou que a guarda dos pássaros pelo Ibama ameaça a sobrevivência dos animais, e que ao menos 16 já morreram sob os cuidados do órgão. A decisão foi assinada no último dia 11. Procurados, Ibama e Torres não responderam.
No começo de 2023, quando Torres estava preso preventivamente sob suspeita de atuação no 8 de Janeiro, o Ibama fez duas operações na casa do ex-ministro em Brasília e confiscou 55 aves por supostas irregularidades ambientais. Desde então, o ex-ministro do governo Bolsonaro vinha tentando recuperar a criação. Pelo menos 16 pássaros morreram no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama na capital federal. Torres também apontou que sua ave mais cara sumiu.
O caso fez Torres responder a um inquérito e a um processo disciplinar na Polícia Federal (PF), onde é delegado de carreira. Ambos foram arquivados. Nessas apurações, o ex-ministro negou irregularidades e disse ser um criador reconhecido de pássaros há duas décadas.
A PF indiciou Torres no processo interno por ter gerado repercussão negativa à corporação, com base em uma lei de 1965 por “praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a função policial”. Depois, contudo, a Polícia Federal recuou e encerrou a investigação.