Justiça pede afastamento de comissário que teria vazado informações sobre roubo no Ceasa-PE

Um comissário da Polícia Civil de Pernambuco é suspeito de ter vazado “informações sensíveis” de mandados de prisão preventiva relacionados à investigação do roubo no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa-PE), na Zona Oeste do Recife, ocorrido em 10 de fevereiro deste ano. Em ofício enviado à Secretaria de Defesa Social (SDS-PE), a Justiça sugere o afastamento temporário do policial até que o inquérito seja concluído.

O comissário teria vazado os mandados de prisão preventiva de Jailson Rodrigues de Melo, Jailson Faustino da Silva, Euris Cosme dos Santos, Lucas Bento Barros, José Éder de Lima Alves e Pedro Henrique Alves Santana — decretados pela Justiça em 21 de fevereiro.

O ofício foi assinado pelo juiz de direito Ivan Alves de Barros, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), em 25 do mesmo mês. No texto, o magistrado afirma que teve o a vídeos que revelam a exposição indevida de informações sigilosas sobre o caso. Segundo ele, a conduta viola normas de sigilo e o respeito à dignidade das pessoas envolvidas em investigações e processos judiciais.

O juiz afirma, também, que a exposição de informações sensíveis podem comprometer a investigação, colocar a segurança pública em risco e “afrontar os princípios da istração pública, especialmente o da moralidade (art. 37, caput, da Constituição Federal)”. Com isso, ele pede a “apuração imediata do fato” e a instauração de um procedimento istrativo disciplinar, “caso se constate a infração”.

No Boletim Geral da SDS de 11 de março, a Corregedoria instaurou uma Sindicância istrativa Disciplinar (SAD) contra um comissário, conforme a Portaria 055/2025.

No texto, assinado pela corregedora geral da SDS, Mariana Cavalcanti de Sousa, em 25 de fevereiro, consta que a SAD visa apurar a conduta do comissário em questão “sob o viés ético-disciplinar” e considera “os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, finalidade, motivação e, em especial, da eficiência e do interesse público, ex vi, do Art. 37 da CF/1988”.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Defesa Social informou, em nota, que tomou conhecimento do caso e que a Polícia Civil abriu uma investigação para apurar possíveis infrações disciplinares e criminais. O relatório com os resultados será encaminhado à Corregedoria Geral da SDS.