Leilão do arroz: CGU abre investigação para apurar suspeitas em importação

Além da CGU, a Conab também acionou a Polícia Federal

A Controladoria-Geral da União (CGU) decidiu abrir, nesta quarta-feira, uma investigação sobre os leilões de arroz do governo federal. A investigação para apurar possíveis ilícitos no processo foi aberta após pedido do próprio governo, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Mais cedo, o presidente da Conab, Edegar Pretto, anunciou a determinação de investigações internas sobre “todos os fatos” sobre o leilão do arroz. Além da CGU, a Conab também acionou a Polícia Federal (PF). A Advocacia-Geral da União (AGU) também está “trabalhando na revisão das normas e procedimentos de leilões”, segundo a companhia.

“Estas medidas têm como objetivo garantir toda a transparência neste processo, bem como prestar contas e dar a tranquilidade que a sociedade brasileira merece”, afirmou a Conab em nota publicada na tarde desta quarta.

Em sua nota, a CGU, que funciona como um órgão de controle interno do governo federal, também destacou as parcerias entre instituições em relação a averiguações sobre o leilão.

“Essas medidas demonstram um esforço conjunto entre as instituições para garantir a transparência e a correção dos processos envolvidos na importação do arroz”, destacou o órgão.

Deputados federais da oposição têm defendido uma I do Arroz para investigar os leilões de arroz do governo federal abertos após as chuvas no Rio Grande do Sul. O estado é o maior produtor nacional de arroz, e o governo federal decidiu subsidiar a importação do produto sob a justificativa de conter uma escalada nos preços.

Também nesta terça-feira, após suspeitas de fraude, o governo anunciou a anulação do leilão realizado na semana ada e o cancelamento de um que estava previsto.

Apuração do analista Caio Junqueira apontou divergências sobre a sociedade na maior arrematante individual do leilão, a Wisley A. de Souza.

Com sede em uma loja de queijos em Macapá, a empresa teve seu capital social alterado uma semana dias antes do leilão: de R$ 80 mil para R$ 5 milhões.

Em meio à crise, houve saída no governo: o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, deixou o cargo.

Para ser aberta, a I do Arroz precisa ter, no mínimo, 171 s de parlamentares. Até o começo desta noite, havia 132 s.

Após as investigações sobre o processo, o governo pretende fazer novos leilões, sob novo modelo, o que levanta protesto de entidades e representantes do agronegócio.

“Isso é um equívoco”, afirmou o líder da bancada do agro no Congresso, deputado Pedro Lupion (PP-PR).

“Não há necessidade de importação de arroz”, declarou, afirmando que a safra de arroz já colhida em solo gaúcho garante que não haverá desabastecimento.