Menos espaço para o PL no Governo Raquel Lyra pode significar mais força para o PP e para o PT

Folha Política

A decisão da governadora Raquel Lyra (PSDB) de exonerar nomes ligados a bolsonaristas como o deputado estadual Joel da Harpa e o federal Coronel Meira, ambos do PL, é muito mais que uma represália à ação dos parlamentares. Ambos vêm instigando policiais militares a serem contra o projeto que extingue as faixas salariais até 2026.

A medida abre possíveis espaços para o Partido Progressistas no Governo do Estado. A sigla tem a bancada mais fiel da Assembleia Legislativa, com oito parlamentares e mais dois deputados que seguem a orientação dos líderes Eduardo e Lula da Fonte. O PP andou apostando em ver o Detran sob seu comando.

A iniciativa da governadora aponta também uma tentativa de deixar a estrutura mais livre para petistas, fortalecendo laços com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e abrindo portas para ocuparem o primeiro escalão, sem constrangimentos.

Os três deputados estaduais do partido têm sinal verde no Palácio das Princesas, e pautas governistas se misturam a suas bandeiras de luta. Doriel Barros e Rosa Amorim reconhecem conquistas na agricultura familiar e entre os sem-terra.

O ex-prefeito e deputado João Paulo Lima também. Tem votado com o Executivo estadual e nunca escondeu sua iração pela governadora. Ontem mesmo usou as redes sociais para defendê-la de “ataques da bancada bolsonarista”. Alegou estar em defesa da democracia, “contra forças que quase destroem o Brasil”.

Nas duas situações – tanto para o PP quanto para o PT – a presença de nomes ligados ao deputado André Ferreira e ao seu irmão, o presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, ainda é uma pedra no caminho. O grupo, desde o início do Governo e até a noite de ontem, continuava com trânsito livre e com o Detran, um dos órgãos mais cobiçados, em mãos. Por enquanto, só

Joel da Harpa perdeu a vaga ocupada pela irmã na unidade do Detran do Shopping Guararapes. O Coronel Meira ficou sem a diretoria do ProRural e outros cargos menores no mesmo órgão.