Ministros conversam após “atrito” público sobre fraudes no INSS

Após críticas do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), à Controladoria-Geral da União (CGU), interlocutores do governo afirmam que o “fogo amigo”, que incomodou o Palácio do Planalto, teria sido apagado, por ora.

Rui Costa teria procurado o ministro-chefe da CGU, Vinícius Carvalho, para amenizar a situação.

Integrantes do Planalto estranharam a fala do ministro ao jornal O Globo e atribuíram à uma opinião pessoal de Rui, que não se estendia aos demais palacianos.

Rui Costa afirmou ao veículo que a CGU falhou ao não fazer os alertas devidos “a nível de ministro” assim que as primeiras apurações sobre fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) apareceram.

“A CGU faz, em média, 500 a 600 auditorias por ano. Todas geram recomendações aos órgãos, responsáveis pela gestão daqueles órgãos de governo. Temos ao longo desse ano, se não me falha a memória, quase quatro mil recomendações feitas aos mais de 4 mil órgãos que a CGU tem a responsabilidade de auditar. […] Tudo isso é atividade de prevenção”, disse ao jornal.

O estranhamento ocorreu, de forma especial, entre os participantes de uma reunião, no Palácio do Planalto, para definir estratégias de comunicação sobre a crise. Sobretudo porque, durante o encontro, que teria ocorrido após a entrevista ao jornal, Rui teria elogiado o ministro da CGU e o novo presidente do INSS, Gilberto Waller.

Internamente, a avaliação foi de que as críticas demonstram falta de unidade do governo ao lidar com uma de suas piores crises até aqui.

Os que saíram em defesa da CGU, afirmam que tanto o ministro Vinicius Carvalho, quanto o delegado-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, deram todas as informações ao presidente Lula em um encontro no Palácio da Alvorada, logo após a operação para investigar as fraudes foi deflagrada, antes das 7 horas da manhã do dia 23 de abril.